Prontidão

Desaparecido?! Chris lia indignado os folhetos pregados nos postes da cidade. Colocaram a foto do Christian e o seu nome em baixo alegando que Christopher havia desaparecido.

Não tinham nenhuma foto do francês, para que pudessem colocar no folheto, era tão evidente ver o motivo do francês estar esperando naquele ponto de ônibus. O menino iria procurar uma nova vida em uma nova cidade, ele iria ser igual a Robert!

A polícia havia pego todos os seus materiais de construção, pegou também alguns itens que não podiam ser vendidos de forma legal no Brasil. A polícia também já havia ido algumas vezes no galpão e proibido Robert e ele de construírem objetos sem licença, mas uma vez ou outra eles descumpriam aquela notificação e a polícia acabava voltando lá apreendendo todos os objetos e dando uma bela multa por descumprimento de ordem.

Quando o assunto ficava muito sério. Tio Robert era preso, por comprar itens ilegais no mercado negro, mas era tão injusto com eles, lá era o único lugar que conseguiam itens bons sem burocracias estúpidas e mesmo assim a polícia prendia o urano que compravam e o prendia, só o soltando quando a fiança lhe tirava da fria.

_ Menino, você sabe se o ônibus de ... já passou? (Aquela cidade era onde o menino morava, o francês não sabia que havia um ônibus que os levaria para lá, naquele ponto).

_ Não! (O francês iria para uma cidade próxima dessa, e depois arranjaria um emprego e iria para mais longe, a grana que tinha dava para viver durante dois meses se ele não pagasse aluguel, água, luz, Internet, e principalmente comesse, dava para viver tranquilamente como pedinte ou punglista se a polícia não o pegasse novamente).

_ Eu não enxergo bem! Vê se a minha identidade está aqui! (Era uma senhora, parecia que era do campo, já que ela era simples).

_ A senhora não deveria me mostrar a sua bolsa, com os seus itens expostos assim! Se eu for uma pessoa ruim, e quiser te roubar, eu posso levar tudo que a senhora tem e a culpa vai ser sua por ser ignorante me entregando essa bolsa! (Educadamente o francês a disse e a senhora o olhou com medo e perplexa).

_ Atrevido! Sem educação! (Uma mulher gritou com o francês quando ouviu aquilo e os outros que esperavam no ponto também lhe faziam um rosto feio).

O francês ficou confuso, aquilo que ele disse era sério,mas as pessoas pareciam não ligar para aquilo. Pedindo informações dentro do ônibus, o povo parecia fingir não ouví-lo, sentando no banco de trás, o seu estômago roncava enquanto via uma criança comendo biscoito.

Tia Anna sempre deixava o biscoito de maisena na mesa, e um pote na geladeira do galpão. Era bom, tia Anna era burra, mas ela era estranhamente legal, era sua mãe, ela não o entendia como o Robert, mas ela sabia como fazer os seus sanduíches sem deixá-lo enjoativo ou com pouco recheio.

Foram às 4h mais cansativas que ele teve, quando chegou na tal cidade o francês se encontrava perdido. Ele não tinha dinheiro, sentia fome, estava com medo de ficar na rodoviária com aquelas pessoas estranhas entrando e saindo sem parar. O francês pedia informações, mas todos o ignoravam, então ele começou a pedir emprego e os vendedores o mandava ir embora, nisso o francês se irritava e procurava outro serviço. Era difícil ter um emprego tendo transtorno e com 14 anos, o francês pensava.

Ele ficou quase duas semanas pedindo dinheiro na rodoviária como um mendigo, às vezes ele via o rosto de Christian passando na TV, e o francês indignado fechava o rosto incomodado com aquela situação constrangedora.

Andando na rua completamente sujo e faminto, uma viatura passou do seu lado, o francês não deu tanta importância até o momento que a viatura parou e desceu um policial e o encarou profundamente sério.

Nisso Chris revirou os olhos, ele não estava com urano, e nem tinha criado nada, mais a polícia teimava em perseguí-lo.

_ Christopher Gangnow?! (O policial chamou seu nome, nisso o francês entendeu o que estava acontecendo e o negou rapidamente disfarçando ser outra pessoa).

_ É o garoto perdido! (O seu companheiro gritou no carro empolgado).

O francês os negou, mas os policiais insistiam e o olhavam alegando dizer que o levariam para casa. Revoltado Chris os negou se afastando, mas os policiais eram insistentes e em um descuido deles, Christopher saiu correndo feito um louco.

Os militares o perseguiu, o francês era um péssimo corredor e como fome era pior ainda correr. Mas ele era esperto, entrando em um beco ele enfiou no meio de algumas caixas cheias de lixo e pulou em um muro varando do outro lado da rua. Os policiais o seguiram, mas a fresta que ele havia passado era muito pequena, e isso deu tempo dele se afastar dos militares, que alguns minutos depois conseguiram chegar no local em que ele havia pulado.

Christopher se sentia perdido, ele parecia um bandido fugindo desesperado nos becos, era ridículo aquilo, o seu corpo o dizia, mas a vontade de ficar longe daquela família era maior, não tinham nenhuma foto sua para colocar no folheto de desaparecidos, então porquê diabos o queriam, os seus pensamentos diziam a si mesmo.

Correndo com os pensamentos a flor da pele, o francês bateu trombou com uma pessoa e ambos quase caíram no chão, mas as sacolas que estavam nas mãos da pessoa caíram e quebraram as suas garrafas que estavam lá dentro.

_ D-desculpa... (bufando o francês agachou para o ajudar a pegar as sacolas, nisso ele ouviu um resmungo).

_ Idiota! Derrubou a única dose da minha felicidade! (Um sussuro quase imperceptível naquele lugar barulhento).

_ Me desculpa, eu não te vi passando! E bebida não traz felicidade, para ser sincero, felicidade é algo relativo, esse álcool só traz alucinações e dopaminas! Ninguém está feliz ao tempo todo, isso é algo momentâneo e depende muito do contexto para se estar alegre, por assim dizer! (Christopher falava sério o entregando as sacolas na mão, nisso o garoto o encarou confuso e riu, mas Chris não o entendeu e deu de ombros, o rapaz o olhando estava todo tatuado, tinha uma barba falha e era pequeno e seu rosto era muito comum comum, já que Chris sentia que já havia visto aquele rosto antes).

_ Você nunca a muda, Christopher! (O rapaz riu, Chris nem o conhecia, e quando ele ia dar a resposta ele viu a polícia e acabou saindo dali correndo).

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