Melhoras

_ Indisciplinado, afrontoso, me ameaçou dizendo que iria cortar a minha garganta, se eu o perturbasse! Não foi a primeira brincadeira que ele aprontou, mas isso foi algo inaceitável o que ele disse! Gostamos muito dos senhores, mas seu filho passou dos limites, trazendo um estilete para escola e apontando para mim! Isso não é brincadeira, ele colocou em risco a segurança dos seus colegas! (A professora não gostava de brincar, papai brincava comigo assim o tempo todo, ele afirmava que se quisesse me picaria inteiro, até eu aprender a respondê-lo e ser mais amigável).

_ Você trouxe um estilete para escola? Você tem algum problema? O que eu disse sobre suas brincadeiras idiotas?! Daniel, está vendo no que esse idiota está se tornando, parece você em uma versão menor! Agora tenho dois imbecis dentro de casa...(O menino gritou com ela que era uma brincadeira, e não queria assustar ninguém)... mas eu vou te dar uma surra quando chegar em casa, aí você vai ver o que é brincadeira! (Amélia lhe deu tantos tapas dentro da diretoria, o seu pai o encarava fingindo de sonso, o menino foi suspenso, e só voltaria para escola se não apresentasse nenhum tipo de perigo para a escola, mesmo o menino indo a psicóloga fazer tratamento mensalmente).

Dentro do carro, Daniel murmurava revoltado, ele achou ridículo a posição da diretora, quando criança Daniel brincava com facas, o seu pai com os seus irmãos brincavam com uma espingarda, ele atirava em latas com seus irmãos, isso não era problema, mas hoje em dia tudo era problema, era ridículo a política boba de hoje em dia, Daniel murmurava.

_ E você é um idiota mesmo, se quer brincar com alguma coisa, brincasse com os seus amigos! Desde quando você tira uma faca e ameaça a professora, apesar da brincadeira ter sido boba! (Daniel dizia, na verdade o menino queria realmente fazer alguma besteira, o garoto que lhe perseguia o perturbava tanto, já haviam quase três meses que ele apanhava na escola, e a sua professora via e não fazia nada, no dia que o menino resolveu fazer algo, ele ainda era errado, isso deixou o garoto furioso).

_ A culpa é toda sua, desse menino ser assim! Se eu não estivesse engravidado, eu tenho certeza que não passaria por essa vergonha, você acabou com o meu corpo,...(Ela dizia ao garoto)... É por causa de você que hoje estou acabada, eu era linda, mas esse idiota comprou uma camisinha ruim, se eu soubesse disso naquele dia, com certeza eu tomaria a pílula ou tinha feito o aborto quando dava tempo, infelizmente só soube de você meses depois que ainda me envolvia com esse porco imundque a minhasoubesse que a minhaha vida iria ser assim, eu tenho certeza que fazia de tudo para mudá-la! (Amélia sentia desgosto, o praguejava como sempre, ela sempre repetia essa história, o menino sabia que foi um erro, ele era consciente daquela conversa, e por isso fazia o máximo possível para ser invisível perante eles, mas nem sempre dava certo, as vezes ele tinha crises, e ele nunca sabia quando elas vinham e nem se eram fracas ou fortes, como essa que ele teve dentro de sala).

Quando voltou para escola, o seu rosto estava sorridente, as crianças sentiram ódio dele, era um louco e agora sorria para fingir ser normal, isso os deixava irritados.

_ Então você resolveu assustar a minha irmã com um brinquedo! Sabe, eu gosto de irritar a minha irmã, mas eu odeio quando alguém a assusta sem ser eu! (Um soco no rosto, era aquele moleque de novo, eles eram basicamente da mesma idade, contudo o garoto havia repetido de série, pois trocava de escola direto).

Depois daquele soco, o menino se levantou e arrumou a sua blusa, havia amarrotado, se Jessie estivesse ali, ela iria lhe dar um riso tosco e depois começaria a gargalhar a provocar o valentão estúpido, o garoto fez o mesmo que Jessie ele o provocou com uma gargalhada, ele estava apanhando de graça, mas agora teria um motivo para ser atacado por aquele moleque idiota.

_ Eita João, ele está te provocando, eu não deixaria passar! (Um dos amigos daquele idiota gritava e isso o fez ficar impiedosamente revoltado acertando outro soco no garoto).

Havia apanhado de João novamente, mas não levantou um dedo para se defender, o garoto merecia apanhar, já havia um tempo que não sentia nada, e isso o deixava mais distante de tudo, o rapaz não sentia medo de João, ele pensava que João era o único corajoso dali, já que ele expressava o que sentia bem claramente, os outros diziam pelas suas costas a murmuros, isso era pior que levar um soco no olho.

No banheiro o rapaz lavava o rosto e se encarava no espelho, o olho estava inchado, seu nariz doía, mexendo no seu bolso ele tocou no manto, era a única coisa que lhe dava razão para não desistir. Onde estava Jessie? Será que havia conseguido mudar como ela desejava? Seu corpo a deixava estranhamente confusa, ela era magra, não tinha curvas como as outras, seus seios no entanto eram grandes demais para sua pequena estatura, não eram grandes como a das outras, mas por ser muito magra ela tinha seios grandes, Jessie os odiava, dizia que se pudesse cortaria tudo que lhe fazia mal, cortaria seus seios e seria feliz! O menino cortaria os seios de Jessie, os arrancaria com um sorriso no rosto e assim ele ficaria feliz!

O menino conseguia ouvi-la murmurando a ele, dizendo que odiava viver em um corpo estranho, ele também odiava seu corpo esquelético e pálido, mas Jessie sempre parecia mais triste e insatisfeita com seu corpo ela era horrível mesmo, talvez ele deveria ter dito aquilo mais cedo. Jessie ficou em silêncio o resto do tempo que estavam juntos se olhando no espelho, mas ele também não insistiu em dizer nada, ele queria que ela fosse embora, ele queria que ela ficasse muda para sempre, naquele dia ela ficou em silêncio, e seu silêncio foi quebrado com uma crise de ansiedade e vazio interno. Ele não compreendeu aquele sentimento, talvez ele tivesse que refletir um pouco para respondê-lo, mas não podi.

Ele sabia que seria a última vez que a veria, pois quando chegou em casa pegou a tesoura e aos pouco foi a cortando. Aqueles longos cabelos negros ficaram picotados com falhas, um corte malfeito em uma crise constante que lhe perseguia por dias, olhando as garrafas de bebidas de seu pai e aqueles pulsos magros, um corte fundo foi dado e uma sensação de euforia o satisfez depois de entrar em coma alcoólico e hemorragia. Má seu vazio voltou quando abriu os olhos e viu que Jessie estava viva em um hospital maldito.

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