Marcas

Haviam se passados alguns dias após a conversa com Christopher, mas o menino ainda olhava o convite e para o endereço atrás dele, isso lhe despertava certa curiosidade e incertezas sobre aquele pirralho insistente.

Christopher parecia ser um babaca, talvez só quisesse um bode expiatório para fazer seus serviços pesados, era um descendente de francês folgado, talvez quisesse brincar faz de conta e queria um bobo para brincar com ele! Mesmo assim o francês sempre encarava o menino no intervalo e fazia um sorriso sacana para ele, quando o garoto o olhava sutilmente franzido.

Um imbecil, isso que ele era! O menino batia o lápis na mesa, remoendo sua raiva, aquele francês era idêntico a qualquer panaca daquela cidade, ele só fingia gostar de fazer alguma coisa para atormentar o garoto igual o João, que sempre lhe atormentava ou lhe batia.

_ Sabe, hoje o dia está muito bonito! Vou ver se consigo ver alguma coisa a noite no meu telescópio, espero ver um cometa novo, ou uma estrela nova! (O menino ouvia encolhido sentado por baixo da arquibancada, um garoto estranho falando com Chris sobre as estrelas, era bobo).

_ Espero conseguir ver a lua tão bem como a última vez, Júpiter estava tão visível, seus anéis são divinos! (Sonhando, Christopher respondeu o seu amigo olhando para o céu limpo).

O menino olhou para o céu por alguns instantes, estava cinza, nisso ele sentiu alguém se levantando. Ele não havia se escondido lá para ouvir nada, estava fumando escondido e acabou ficando preso quando viu os garotos se sentando. Não havia como sair, ele estava no fundo, e os meninos estavam bem do seu lado, só que ele dentro do banco e os meninos fora.

Era o amigo estranho que havia saído, não iria demorar muito para Christopher sair de lá também, então o menino olhou novamente para o céu, tentando entender o motivo de Chris olhar fixamente para lá, a ponto do seu rosto reluzir.

_ Ele é lindo não é? Fica mais bonito a noite, onde os planetas ficam bem visíveis! (Christopher olhou para trás e o menino o encarou assustado, quanto tempo ele sabia que o garoto estava lá? Por que ele não havia chamado atenção antes? Aquele francês idiota, fingia ser cego e era irritante).

_ Você sabe, que não pode fumar na escola, é proibido! Mais si tu continues à être charmante, je finirai par tomber amoureuse, Petit Cheveux Bleus! (O menino ficou uma fera, o francês fez uma cara absurdamente repugnante, a vontade de lhe dar um soco era enorme).

Como ele pode dizer tamanha besteiras, parecia que tentava o provocar por prazer, isso o deixou indignado. Quando tentou sair da arquibancada ainda bateu a cabeça no banco, fazendo o francês rir de seu desastre, isso o deixou irritado, principalmente quando Christopher lhe deu a mão para ajudá-lo, era um cúmulo do absurdo.

Aquele francês folgado o irritava, e por causa daquela frase tosca, o menino colocou sua touca, escondendo seus cabelos azuis. "Se continuar fazendo charme, eu vou acabar me apaixonando, Cabelinho Azul", aquele riso maldito o fez querer lhe dar um murro e quebrar seus dentes.

Em casa mais um dia de guerra, Louie havia sumido, o menino o procurava, desde a última vez que ele viu a gata da vizinha, Louie saía e ficava miando para ela, isso fazia a mulher ficar irritada, o mandando castrar o gato ou o mataria, pois sua gata era de "grife".

O menino a olhava com desprezo, não tinha culpa se o gato era manhoso, ele não iria castrar o gato, o gato já era castrado, se andava atrás da gata, era porquê a achava bonita, e a gata também vivia miando, ela estava no cio e vivia no quintal do garoto esfregando em Louie que a lambia ou a ignorava.

Já haviam dois dias que Louie havia sumido, a gata miava e menino se deprimia como sempre, agora não tinha mais seu amigo, ele havia desaparecido. O menino tentava chamar atenção de seus pais que perdia a cabeça quando o viam, eles o desfazia e riam do gato, dizendo que ele deveria ter fugido por causa dele e do seu modo de se vestir feito uma aberração afastava todos.

Por algum motivo aquelas risadas e palavras frias o deixavam entorpecido, aquilo não doía mais como antes, o menino não sentia mais nada, e se sentia ele engolia para dentro de si, era mais fácil engolir do que se expressar. Expressões eram dolorosas de se mostrar.

Louie! Só se ouvia o menino o chamando, era estranho, o gato nunca havia sumido por tanto tempo, ele sempre voltava quando sentia fome. Encolhido o menino pensava que o gato talvez estivesse perdido, foi aí que levou da gata e pegou para que ela o trouxesse de volta. Gatos traziam os outros de volta, sua avó havia dito aquilo, quando ele era criança e sua vó ainda gostava dele, mas depois ela começou a odiá-lo, ela dizia que ele não era o neto que ela tinha, ele era uma obra maligna para acabar com a família e só falaria com ele, quando voltasse a ser o que era antes, isso o deixou estranhamente quebrado por muitos meses, foi aí que ele ganhou Louie de uma amiga, já haviam três anos que ele tinha o gato.

Na escola o menino estava péssimo, pensava que a vizinha havia envenenado o gato, o bichano era seu melhor amigo, a escola era um inferno, ter um rosto androgeno era um inferno, bigode talvez o ajudaria, mas T era muito caro, e toda vez que ele conseguia a grana para o remédio, era por meio do serviço que tinha, foi tudo por meio de seu serviço, e tudo era muito caro, mesmo assim seus pais o julgava com ódio e como o garoto tinha que ir na psicóloga, ela não liberava o T, e por teimosia ele comprava o hormônio escondido e injetava em si quando conseguia grana para comprar o remédio.

_ Está se sentindo mal? O seu rosto está péssimo! (Péssimo era olhar para o francês que parecia um robô daquele sistema escroto de ensino precário, onde só habitavam bichos e marginais sem rumo na vida, aquilo tudo era uma droga em que o menino tentava sair, mas só se afundava mais).

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