Convite

_ Você está usando maquiagem? (Sua mãe colocava a mão em seu rosto e ele se afastava a negando, Amélia riu quando o viu maquiado por alguns segundos).

Os dedos da sua mãe ficaram marcados com o pó de arroz que ele usou para tampar o roxo, Amélia olhava os seus dedos e para o garoto que não a dizia nada, só a negava com a cabeça, depois o sorriso de Amélia junto do brilho em seu rosto sumiram, quando viu o roxo no olho do menino.

_ Mentiroso! Meteu em brigas de novo, está virando um marginal igual o seu pai! (Ela gritava o sacudindo, isso o deixava mal).

_ Marginal igual a mim? A sua família que é problemática, não confunda as coisas Amélia! (Daniel gritava com ela irritado).

_ Cala a sua boca! Isso tudo é culpa sua, tudo de ruim aqui, quem fez foi você! Estragou a minha vida e ainda me fez ter um presente inútil desses, essas aberração que é idêntico a você só que pior! (Ela dizia enraivada empurrando o garoto para Daniel).

_ Eu não tenho culpa se você não abortou! É culpa sua que sou amarrado a você, se tivesse arrancado, nenhum de nós estaríamos nesse inferno! (Ele mostrava o menino para ela, com um rosto inchado de raiva).

Ele se sentia com vontade de gritar ao ouvir aquelas coisas, mas era tão banal, qual seria o sentido de gritar naquele momento de culpas trocadas? O único problema que o motivo daquilo tudo foi seu nascimento, como o menino queria que o dia do seu nascimento nunca existisse, os seus pais não seriam tão infelizes e briguentos, ele não sentiria sozinho e vazio o tempo todo, qual era meu problema? Por que eu sou assim?

Foi uma briga enorme por causa de uma maquiagem em seu rosto, a sua mãe jogou prato em seu pai, e acabou o acertando em cheio, os cactos cortaram seus pés descalços. Catar aquilo foi a coisa mais calma que ele teve naquele dia, depois da história de seus pais, ambos subiram para o quarto, primeiro seu pai subiu a praguejando, depois Amélia subiu atrás tentando matá-lo, mas no fim iam pra cama e no outro dia tudo isso iria acontecer novamente.

_ Você gostaria de mim se eu fosse outra pessoa? (Outra pessoa? O que Jessie queria dizer? Ela era estranhamente a praga para o menino, por que disse aquilo com aquele olhar sedento? Era um tormento não poder tê-la a chacoalhado e jogá-la no chão, rolando em cima dela como o de costume a prendendo em seus braços a forçando a cair dentro de um buraco a prendendo para sempre, sem que ninguém soubesse de sua existência confusa e estranha.

Encolhido sentado em um canto, o seu estômago revirava, os monstros murmuraram a noite toda em seus ouvidos, perguntando o que ele estava fazendo, sua resposta era simples, estava tentando aguentar mais um pouco, até ver algo melhorar, ou só estava vivendo mais um dia estando morto por dentro.

_ Salut, tu es le garçon de la chambre 7, le bizarre, n'est-ce pas? Je pense que vous êtes intéressant et j'aimerais vous inviter à une fête que j'organise demain soir! (Aquele francês o chamava novamente, seu nome era Christopher, era pequeno e loiro, já Christopher sempre ficava o observando de longe, mal trocava uma palavra útil, mas desde a ultima vez que ele se cortou o frances comecou a perseguí-lo com frequência).

Se ele era o esquisito da sala 7, e se ele queria aprender a falar francês para tentar uma bolsa de intercâmbio, ou se ele queria almoçar junto de seus amigos estranhos, eram sempre perguntas estranhas que Christopher fazia, e seu rosto sempre parecia estar esperançoso, e aqueles óculos de míope e aquele cabelo lambido o fazia ser mais esquisito ainda, talvez porquê fosse uma criança com rosto de um nerd idiota.

_ Espere! Eu só vim perguntar, se você não quer ir a uma festa perto do Gagnow! Eu sei que você é bilíngue, eu já ouvi você falar francês no banheiro, você fala muito bem, e você é um excelente construtor de foguetes! (Quando o garoto saiu andando, tentando se afastar daquele francês, o mesmo o seguiu rapidamente arrumando seus óculos fundos, correndo feito um louco e bufando como se fosse infartar e pegou em seu braço desesperado, parecia assustado, era tão pequeno, seu rosto era tão inocente).

O garoto o encarou friamente, e Christopher pegando um pouco de ar, deu um suspiro profundo e amigavelmente ele começou a falar com um riso bobo no rosto.

_ Eu sou Christopher da turma 5, eu darei uma festa daqui a alguns meses para o maior evento de todos irei mostrar eu projeto de foguete pronto para todos, e o melhor, ele irá voar e quem sabe pode até passar da estratosfera! Você fez o protótipo de um foguete muito irado na feira de ciências, pena que te sabotaram, tenho certeza que foi o João, mas não diga isso a ele, ele também já me sabotou, mas eu ainda vou ser engenheiro aeronáutico e vou mostrar que meu foguete é otimo! Sei que você não é de falar muito, mas já ouvi você falando em francês no banheiro, você tem um jeito tão suave de falar, nem parecia ser daqui, parecia ser uma voz delicada, angelical, parecia ser uma voz de outro mundo.. (O francês dizia tão empolgado e sério, mas o garoto só queria que ele fosse embora, o menino falava besteiras, era uma criança boba, criar um foguete? Sera que ele não percebia que a vida iria despedaçar aquele foguete em mil pedaços assim como todas as outras coisas que ele ansiava ter?).

_ Será muito divertido você mostrando sua opinião sobre esse assunto, e cá entre nós, meu protótipo ainda não está pronto, eu gostaria de uma ajuda se você não se importasse! Eu achei seu trabalho incrível, alguns matérias que você utilizou eram tão leves e suaves, acho que foi isso que faltou para meu último foguete voar, ele estava muito pesado, e o material acabou derretendo quando ele tentou voar e acabou caindo... (Ele suspirou meio atordoado, seu rosto deprimiu por alguns segundos, mas rapidamente ele olhou o garoto e sorriu)... Qual o seu nome? (Christopher falava empolgado novamente).

O menino o encarou desconfiado, mas sussurou seu nome e fechou o rosto. Christopher ficou inchado o ouvindo falar, quase não se ouvia o voz do menino, para Chris era uma voz docilmente suave, um pouquinho tímida e chamativa, parecia voz de um ser de outro mundo.

Batendo os dedos na mesa, o garoto lia atentamente o convite que ofrances lhe entregara, se ele fosse na tal festa deveria gravar o local, o horário e o que deveria vestir, e se alguém dissesse coisas cruéis, como a última vez ele iria embora, mas se ninguém soubesse de nada sobre ele, ninguém poderia dizer sobre o seu corpo imperfeito.

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