cap 16

(look do dia)

AYLA

— tenha medo mesmo, ninguém me acorda desse jeito, você tem que aprender umas lições sua mal-educada.

— vai, se adianta, aproveita que já está no chão e vai embora para sua casa, já me aborreceu de mais.

— e, porque não me levou para minha casa?

Levanto-me, me sentando na cama.

— porque não sei onde você mora.

— e, porque foi no bar me resgatar?

— porque me ligaram, dizendo que o coitadinho estava chorando e bebendo na sofrência da vida.

Levanto-me rindo da cara dele, que parece que ainda nem acordou, e fica pensando no que eu falei.

Pego uma roupa de trabalho, e vou para o banheiro, e ele vai me acompanhando com os olhos.

Faço a minha higiene, e saio.

— tenho uma escova nova no banheiro, se você quiser tirar o bafo de onça da boca.

Ele coloca a mão na boca soltando o bafo.

— nem tá fedendo assim mentirosa.

— parece que comeu um bicho podre, se eu estou falando é porque eu tive que senti o bafo a noite toda.

Ele se levanta preocupado, acredito que não gostou mundo de está com boca fedendo rsrs.

Ele vai direto para o banheiro e eu termino de me arrumar.

Ele sai do banheiro, perguntando exatamente sobre o café da manhã.

— eu não fico muito em casa, então não vou ter nada.

— então vamos na cafeteria, eu pago o café matinal... Merda!

— o que foi?

— minha carteira Ayla, não está no meu bolso.

— quando eu cheguei no bar você estava de cabeça baixa e todo largado na cadeira, com certeza alguém passou a mão, quem manda ser burro.

— ei, sou seu chefe, me respeita.

— não é mais não, vou arrumar uma assistente para você, porque no set de filmagens eu não entro mais.

Ele vem até mim, e eu vou indo para trás.

— eu preciso de você lá, eu parei a gravação por sua culpa.

— eu não fiz nada, você me obrigou a ficar ali, sem eu querer.

— exatamente, e a sua cara de decepção não me deixou continuar a gravar. Então, eu te peço, fique lá.

Ele fala e aproxima seu rosto do meu, mais eu saio do seu alcance, e passo por baixo dos seus braços.

— você só foge. me fala Ayla, o que eu tenho que fazer para você me aceitar?

— aceitar o quê? Passar uma noite com você? Eu não sou esse tipo de mulher senhor, então melhor o senhor para com isso, eu já te pedi.

— certo, não vou mais insistir nisso, eu sei que sou um homem que mulher nenhuma quer ter nenhum tipo de compromisso só pelo meu trabalho, não se preocupa, você não é a única que não quer ter nada comigo por causa disso.

Ele fala cheio de angústia e sai do meu AP.

Fiquei com um pouco de consciência pesada, porque de fato, além de não querer me entregar antes do casamento, não sei se aguentaria ver ele contracenando com mulheres assim.

Pois, querendo ou não, seria uma traição.

Pego minha bolsa e saio do meu AP, e ele está de enfrente ao elevador esperando ele.

Tranco a porta e vou para o lado dele.

— se fosse ao contrário, você ia me querer?

— não vamos mais falar nesse assunto Ayla, morreu já, bola para frente, você não é a única mulher gostosa do mundo, posso procurar outra que não me rejeite tanto.

Bufo.

— não quero que fique pegando no meu pé no profissionalismo, não me trate do jeito que você me tratou ontem.

— pode deixar, mais você vai ter que ficar no set de filmagens, ou eu puxo você de volta.

— mais eu não me sinto bem ali.

— com o tempo você se acostuma, não acostumou quando você foi perder a virgindade, então, logo você se acostuma com as cenas também.

Abro a boca para falar, mais ele continua.

— assista pelo seu celular alguns vídeos porno, isso pode te ajudar a perder um pouco da vergonha.

Eu? Imagina só, eu assistindo vídeos pornos.

Eu fui direto para a agência, e antes de entrar, minha mãe me liga, diz que meu pai voltou a beber, e agora todo dinheiro que cai na mão dele, ele tá torrando no boteco do seu mané.

Mais eu avisei a ela, que ficarei dois meses sem salário para pagar o empréstimo para a cirurgia, ela diz que tudo bem e desliga na minha cara.

Agora virei foi banco.

Subo direto para minha sala, e o seu Roberto pergunta como está a minha avó, digo que ela está bem, que fez a cirurgia e está se recuperando.

— eu liguei meu celular e tinha uma chamada perdida sua, o que aconteceu?

— é que... Eu queria te falar que foi tudo bem a cirurgia.

Ele sorrir e olho pro computador dele.

Eu deveria entregar o filho dele, falar que ficou bêbado de cair, mais não quero da essa decepção para ele, se o traste quiser falar, ele que fale, não sou Maria fifi.

Uma hora depois ele chega, e já me chama para acompanhar ele para o set de filmagens.

Eu contra gosto vou, agora mais do que nunca preciso trabalhar certinho, e economizar, pois, serão dois meses sem salário nenhum.

Sorte que tenho a minha reserva, mais só dá para pagar o aluguel e comer, e mandar um trocado para ajudar a minha mãe.

E agora eu fico preocupada, será que eles vão conseguir se virar lá com meu pai só bebendo?

— tá preocupada Ayla?

— não senhor, são coisas pessoais.

— eu não te agradeci por ontem, muito obrigada mesmo, e o melhor foi acordar do seu lado, a única coisa que não gostei foi do jeito que fui acordado. Posso te contar um segredo?

— se for pessoal melhor não.

— rsrs. Eu nunca dormir com mulher nenhuma sem ter feito nada com ela, parabéns você foi a primeira... E posso garantir que foi a última.

— muitas mulheres ainda passaram pela sua vida senhor, terá sua esposa e um dia dormirá com ela sem fazer nada.

— acredito que eu não tenho essa sorte, acredito que nunca vou me casar. Seja sincera comigo, qual mulher aceitaria se casar comigo, com a profissão que eu tenho?

— só mudar de profissão. — ele olha-me, e eu me arrependo do que eu falei.

— se casaria comigo se eu mudasse de profissão?

— eu não... Eu quis dizer outras mulheres.

— porque você é tão complicada? — ele segura o botão vermelho, fazendo o elevador parar, e me olha com tanta intensidade, que dá até medo.

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