O Professor( Atualizando)
...Capítulo 01...
O alarme despertou e acordei ansiosa para voltar à escola e reencontrar meus amigos — especialmente Carla e Maria Clara. Havíamos passado mais de um mês afastadas por conta das férias, e havia tanto a ser dito, tantos assuntos para colocar em dia. Tomei um banho e vesti uma roupa básica, presente da minha mãe no meu último aniversário.
— Bom dia, querida — disse minha avó, entrando no quarto com um copo de achocolatado nas mãos.
— Vó, vou tomar café da manhã com vocês. Ainda tenho tempo — respondi com um sorriso, terminando de me arrumar.
— Tudo bem, mas não demore, senão esfria — alertou, saindo e encostando a porta com cuidado.
Na cozinha, meu avô e minha mãe já finalizavam o café. Beijei a bochecha dele e abracei minha mãe pelas costas, ainda sentada à mesa.
— Querida, preciso que ajude sua avó no mercado depois da escola. Vou me atrasar por causa de uma reunião. Você se importa?
— Claro que não, mamãe. Não tenho nenhum compromisso hoje. O curso de natação só volta na próxima semana.
— Que bom, querida. Aposto que está com saudade.
Sorri e confirmei com a cabeça, embora soubesse que aquele seria meu último semestre.
A natação sempre foi meu hobby. Foi lá que conheci Tônio e Gabriel, meus melhores amigos homens. Com eles, as risadas vêm fácil. Sempre achei amizade com garotos mais interessante — menos drama, menos conversa sobre maquiagem ou cabelo, assuntos que nunca me cativaram. Vaidosa, só com Carla e Maria, minhas duas melhores amigas.
Depois do café, peguei minhas coisas e fui ao ponto de ônibus. E lá estava ele: Lucca Santos, 17 anos, moreno de olhos claros. Com certeza, o rapaz mais bonito da escola.
— Oi, Diana, tudo bem?
— Oi, Lucca. Tudo sim, e com você?
— Tudo bem. É bom ver alguém no ponto — disse, com um sorriso leve.
— No primeiro dia, quase ninguém aparece mesmo — comentei, descontraída.
Logo em seguida, chegou Gael Santos, primo de Lucca. Cumprimentou o primo, mas sequer me olhou. ele sempre foi um pouco soberbo, se achando superior por estar entre os mais bonitos da escola. Por dentro, dei um sorriso irônico. O mais bonito é o mais gentil… respira, Diana. Que fogo é esse?
O ônibus chegou, e de longe vi Carla Davis guardando meu lugar, como sempre.
— Ai, amiga, que saudade! — exclamou ela, me abraçando com alegria.
— Também estava com muita saudade. Como você está?
— Ótima, agora que voltamos à rotina.
— Como alguém pode gostar tanto de escola assim? — brinquei, e rimos juntas.
— Xiu! Tô tentando dormir! — gritou Diogo, irmão da Carla, lá do fundo.
— Ele veio no primeiro dia? — sussurrei.
— Também não sei que milagre foi esse — rimos de novo, abafando os risos diante dos “xis” que vinham do fundo.
— Tô com música boa no celular. Vamos ouvir?
Assenti, e ela me entregou um dos fones. Fomos ouvindo nossas músicas preferidas até a escola.
O primeiro dia de aula foi tranquilo, sem muitas atividades. Os professores se juntaram e organizaram um lanche coletivo para promover a integração. A turma era quase a mesma do ano passado, exceto por duas meninas novas: Marcelina e Juliana, que pareciam reservadas. Por sorte, eu e Carla estávamos na mesma classe. Maria Clara, infelizmente, não teve a mesma sorte e caiu no 1º ano B. Estranhamente, ela não apareceu naquele dia — o que não era típico dela.
— Você viu como o Lucca tá bonito? E é o último ano dele, né?
— Vi sim... E ele é tão educado.
Conversar com a Carla era leve. De todos, ela era a pessoa em quem eu mais confiava.
— Você precisa pedir o número dele. Ele pega o mesmo ônibus, mora no mesmo bairro, estuda na mesma escola. Quando vai criar coragem?
— Carla! Fala baixo — pedi, constrangida.
Estávamos no fundo da sala, comendo salgadinhos enquanto observávamos a turma. Gostávamos dali pela vista privilegiada.
— Eu não vou pedir o número dele. Seria o fim da minha dignidade — dramatizei.
— Se quiser, eu peço. Não me importo de ser atirada — disse ela, rindo e colocando dois salgadinhos na boca.
— Come mesmo, e vê se para de falar besteira — falei, e ela sorriu com os olhos.
O dia seguiu sem grandes emoções. Reencontros, conversas, risadas. Ao meio-dia, já ansiava por ir embora. Ao entrar no ônibus, vi que estava lotado. Carla correu na frente, e ao seu lado estava Diogo.
— Ei! Você sabe que esse é o meu lugar! — reclamei, irritada.
— Então, gata, eu não vou sentar nem do lado do príncipe, nem da bruxa. Agora se vira ou vai em pé — respondeu com sarcasmo.
Olhei ao redor. Susane — a “bruxa”, segundo Diogo, por estar sempre um pouco desarrumada — e Lucca, de fones, observando a movimentação.
— Você é um idiota, Diogo. E por que você não guardou meu lugar, Carla?
— Ele jogou a mochila em mim, esse miserável! — respondeu ela, batendo nele, que só sorria e fazia bico.
— Senta com alguém, amiga. Amanhã prometo que não corro. Juro!
Antes que eu decidisse, uma garota me empurrou e sentou ao lado do Lucca. Restava-me Susane.
— Com licença, Susane. Está guardando lugar?
Ela negou com a cabeça. Sentei e coloquei meus fones, resignada.
Naquela tarde, fui com minha avó ao mercado. Ela sempre gostava de ter companhia. Peguei algumas barras de chocolate e, ao me virar, vi Estefani — irmã do Lucca — me olhando. Mas não me cumprimentou.
De todas as meninas do mundo, ter encrenca com Estefani era a pior opção. Ela era conhecida, popular e protegida pelo irmão. Se algum dia eu quisesse algo com Lucca, teria que me dar bem com ela. E para completar o azar: Maria Clara estudaria com essa peste.
No dia seguinte, ao final da aula, um professor novo entrou. Deixou um caderno sobre a mesa. Alto, por volta dos quarenta anos, usava roupas esportivas.
— Bom dia, galerinha — disse com uma voz grossa, mas animada.
— Bom dia! — respondemos em coro.
— Sou o novo professor de Educação Física, Marcelo. Também serei o responsável por acompanhar vocês nas aulas de natação. A escola firmou parceria com uma escola particular, e agora todos terão direito a aulas de natação gratuitas.
A notícia soou como música para meus ouvidos. Meu contrato estava para acabar e, com a saúde debilitada do meu avô, renovar estava fora de cogitação. Olhei para Carla, que sorria de orelha a orelha.
— Você ouviu o que eu ouvi? — sussurrou.
— Sim! — respondi, sem conseguir conter a felicidade.
— As garotas aí do fundo querem compartilhar a conversa? — perguntou o professor, braços cruzados.
— Não, professor. Desculpe — respondeu Carla, séria. Eu abaixei a cabeça, tentando esconder o sorriso.
O professor explicou os detalhes do contrato e as novas regras.
— Na quarta-feira, faremos uma aula-base para avaliar o nível de vocês. Alguém aqui já pratica ou praticou natação?
Levantei a mão, junto com mais duas pessoas.
— Muito bom. Quero conversar com vocês no final da aula.
— Hum... Amiga, já vai ter conversa particular com o professor gato — sussurrou Carla, maliciosa.
— Credo, Carla. Que nojo — respondi, e rimos baixinho.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 65
Comments
ivone lima juliace
Amando ansiedade a mil pelas cenas dos próximos capítulos 🤗🤗🤗🤗😍😍😍
2023-07-19
1
Kelly Cardoso Pantoja
D
Sasaaw
2022-09-29
2
Rifa Sorte
Estou anisosa para os próximos capítulos 😍
2022-08-11
1