Aulas de natação.

...Capítulo 02 ...

Após o sinal tocar, restamos apenas eu, Thiago, Ágata e o professor na sala. Ele finalizava algumas anotações em seu caderno e pediu que esperássemos.

— Professor, preciso pegar o ônibus... Ele não costuma esperar — disse em tom suave, pois eu dependia dele para voltar para casa.

— Onde você mora?

— No bairro das Esmeraldas.

— Eu moro ali perto. Não se preocupe, posso deixar vocês em casa.

Olhei para os dois colegas, que sorriram com um ar de “não vamos precisar ir a pé”.

Meu celular vibrou. Ao pegá-lo, vi uma mensagem da Carla:

“— Eu acho que a Maria não está bem. Acredito que seria bom irmos visitá-la. (12:05)”

“— Por que você acha isso?(12:06)”

“— Segundo dia de falta. E ela não me manda mensagens há dias. Não custa a gente ir lá investigar.(12:07)”

“— Você não vem? O ônibus está saindo.(12:09)”

“— Não. O professor ainda está terminando algo. Vou dar atenção aqui. Beijos, amiga.(12:11)”

“— Beijos. Se cuida.(12:13)”

Guardei o celular no bolso.

— Primeiro, quero agradecer pelo desempenho de vocês. Fico muito feliz em saber que tenho três alunos tão dedicados — disse o professor, levantando-se e vindo em nossa direção. — Vou precisar da ajuda de vocês como auxiliares nas aulas de natação. Como a turma é grande, dividimos a sala em dois grupos, e, sozinho, não dou conta. A tarefa é simples. Levem este papel para casa e leiam com calma, junto aos seus responsáveis.

Entregou um papel para cada um. Ao ler, vi que eram tarefas simples, como organizar filas, auxiliar nas pranchas e ficar atento aos colegas.

— Se estiverem interessados, trago pontos extras para vocês. Mas será necessário ficar após as aulas. O bom de sermos em três é que conseguimos dividir bem — ele sorriu.

— E a outra metade da turma? — perguntou Ágata.

— A outra metade ficou com as aulas de quarta e quinta. Todos participarão. Essa é a ideia.

— E como esses pontos serão aplicados? — questionou Thiago.

— Se você faltar em alguma matéria, seu auxílio será considerado, e não colocarei a falta no boletim. Além disso, notas vermelhas poderão ser arredondadas para a média mínima, que é cinco. Ou seja, nada de boletim vermelho.

Senti o olhar do professor sobre mim enquanto lia as instruções no papel.

— Alguma dúvida? — perguntou.

Neguei com a cabeça.

— Então é isso. Se não quiserem participar, basta não trazerem o papel assinado. Não é nenhum bicho de sete cabeças. — Ele foi direto. Um tanto grosso. Sorri diante daquela resposta seca. Às vezes eu também sou assim. Quando voltei os olhos para ele, percebi que me observava com atenção.

A reunião durou cerca de vinte e cinco minutos. Já dentro do carro do professor — um veículo bonito, cheiroso, com vidros escuros e bancos surpreendentemente confortáveis — eu e Ágata nos sentamos atrás, enquanto Thiago foi na frente com ele.

Ágata foi a primeira a ser deixada em casa. Em seguida, chegou a minha vez.

— Obrigada, professor — agradeci, abrindo a porta.

— Imagina, Diana. Eu que agradeço. Até mais!

— Até...

Ao chegar em casa, encontrei minha avó já à porta.

— Quem é essa pessoa que te trouxe, minha filha?

— É meu professor, vovó. Fique tranquila. Precisei ficar para uma reunião. Com autorização da diretoria e confirmação dos pais, ele pôde nos trazer em segurança hoje.

— Não aceite carona de estranhos — advertiu, abrindo os braços para me acolher.

— Te amo, vovó.

— Também te amo, querida.

Soltei-me de seus braços. Ao passar pela sala, vi meu avô assistindo a uma novela em um canal conhecido da cidade.

— Ei, vô, que tal eu fazer uma pipoca pra gente? — perguntei, já sorrindo.

Ele retribuiu o sorriso. Meu avô se chama João Sales. Tem 67 anos e, por causa dos anos de trabalho duro e sem descanso, hoje depende de uma cadeira de rodas. Minha mãe e minha avó, Dona Joana Sales, são quem cuidam dele. Sinto um amor imenso pela minha família — um carinho que cresce diante do esforço de cada um para manter tudo de pé.

Somos uma família simples, e por muitos motivos, já passamos por grandes dificuldades. Um exemplo disso é que, quando minha mãe, a senhorita Catarina Sales, descobriu que estava grávida de mim, foi abandonada pelo meu pai, Pedro Martins. Isso a fez amadurecer cedo. Com seu próprio esforço, ela paga boa parte das contas da casa.

Preparei a pipoca, e logo minha avó se juntou a nós. Rimos e conversamos bastante enquanto assistíamos à novela. Algumas horas depois, minha mãe chegou. Meus avós já estavam adormecidos no sofá, e eu mexia no celular, olhando as redes sociais.

“— Oi, amiga.(17:10)”

“— Oi, Maria! Por que você está sumida?(17:16)”

“— Não estou sumida. Mudei de escola, na verdade. Venham aqui em casa no fim de semana.(17:20)”

Ao ler, fiquei em choque. Eu não fazia ideia de que ela mudaria de escola. Um filme passou na minha cabeça, relembrando toda a nossa história juntas. O trio parecia se desfazer diante dos meus olhos.

“— Não acreditoooo! Você vai nos abandonar!!(17:22)”

“— Quanto drama, Diana kkk. Estou morrendo de saudade de vocês. Mais tarde mando mensagem. Vou sair com uma galera nova que conheci hoje na turma. Beijos, gatinha!(17:25)”

“— Beijos... juízo!(17:30)”

— Com quem você está conversando, que está com esse sorriso no rosto? — perguntou minha mãe, me pegando de surpresa.

— Ah? — me assustei. — É a Maria... ela acabou de contar que mudou de escola.

— Que bom, filha. Fico feliz por ela. Mudar às vezes faz bem — disse, enquanto colocava alguns papéis sobre a mesa.

— Tenho um aqui pra você assinar. É sobre o projeto de auxiliar nas aulas de natação, às quartas e quintas.

— Mas você não disse que as aulas só começariam na semana que vem?

Expliquei tudo o que havia acontecido na escola. Ela ficou contente com a oportunidade e aliviada ao saber que não teria mais que pagar pela minha escola particular.

— Estou muito feliz que vamos economizar — disse, me envolvendo nos braços e beijando minha testa. — Você é a melhor filha do mundo.

Sorrindo, a abracei forte, aconchegando-me em suas costas.

— Eu te amo.

Nunca faltou amor entre nós. E era esse amor que me fazia a menina mais feliz do mundo — me impulsionava a ser melhor, sempre.

Mais tarde, assinei os documentos para ser auxiliar na natação. Na mesma noite, minha mãe ligou para a escola para confirmar o cancelamento da matrícula na particular. Tomei um banho quente, fiz minha higiene pessoal e fui direto para a cama. Adormeci rapidamente.

A semana passou voando. Quando me dei conta, já era quarta-feira — o tão aguardado primeiro dia de natação. Acordei cedo, organizei minha mochila com tudo o que precisava. Sabia que chegaria mais tarde em casa, mas estaria em um dos meus lugares preferidos.

Carla ficou decepcionada com a notícia da Maria. Ela gostava muito do nosso trio. Falamos sobre isso a semana inteira. Maria, por sua vez, quase não mandava mensagens. Não dizia o que fazia, mas no Illégram víamos as fotos dela...

— Bom dia, Diana — disse a professora Karen ao me ver no corredor.

— Bom dia, professora.

Ela sempre foi muito gentil comigo. Acredito que é porque sou a aluna mais dedicada da sua disciplina. Entrei na sala e me sentei. O dia passou rápido. Já na saída, a diretora Mônica entrou na sala.

— Boa tarde, alunos! Vim dizer que estou muito feliz por vocês serem a primeira turma a iniciar as aulas de natação. Quero que aproveitem esse dia, se divirtam, participem e respeitem o professor Marcelo e sua equipe. — Ela consultou uma folha em mãos. — Thiago, Diana e Ágata... a lista dos primeiros alunos está com o professor. Quem for participar, aguarde na sala após a chamada.

Ela se aproximou do professor Marcelo, que ouviu atentamente. Em seguida, ele se posicionou no meio da sala.

— Hoje, meus auxiliares serão Diana e Ágata. Thiago, amanhã é a sua vez junto com a Ágata, ok?

— Sim, professor — respondeu Thiago, enquanto Ágata confirmava com a cabeça.

— Podem formar uma fila aqui. Confiram seus nomes na lista. Quem encontrar o seu, volte ao lugar e aguarde.

A fila foi se formando. Vi Carla conferindo a lista e, com um gesto de mão, sinalizou que não estava entre os selecionados. "Droga", pensei. Queria muito que ela estivesse comigo no primeiro dia, para poder apresentá-la aos meus colegas. Respirei fundo e me conformei. Logo todos os selecionados se sentaram, e o professor permaneceu à frente da sala.

— Bom, vamos lá?

Ele se levantou rápido e já saiu em direção à porta. Na frente da escola, uma van nos esperava para levar à piscina. Por ser auxiliar, pude me sentar na frente.

— Não sabia que você fazia natação — disse Ágata, surpresa.

— Desde menina! — respondi, sem esperar a pergunta.

— Eu estou há três anos. Só por diversão. Meus pais não querem que eu fique sedentária.

A van começou a se mover.

— Compreendo — respondi, tentando encerrar o assunto.

Ao chegar na frente da escola, vejo Tônio entrando. Dou um passo à frente, tentando alcançá-lo.

– Ei, mocinha, onde você vai? – escuto a voz do professor e retorno.

– Banheiro.

– Em alguns segundos todos estarão lá dentro. Aí você vai ao banheiro. Só vou falar as regras novamente para ninguém ser expulso.

Ele começou a ler todas as informações contidas no papel que a gente levou para assinar:

Não brincar de afogar.

Não pular em cima de ninguém.

Obedecer aos auxiliares...

E por aí foi. Quando ele finalizou e todos entraram, fui até o banheiro e coloquei o meu maiô. Ao me olhar no espelho, percebi que meu quadril estava um pouco maior e meus seios desconfortáveis, como se tivessem crescido. Coloquei a touca no cabelo e fui até o professor, que me encarou por alguns minutos. Aquele olhar me deixou constrangida. Avisto meus amigos e, ao caminhar em direção a eles, o professor me segura pelo braço.

– Não pode conversar com outros alunos.

– São os meus amigos. Eu fazia natação aqui.

– Eu entendo, mas você vai ficar com a sua turma.

Fiz uma careta para os meus amigos e observei que eles riram.

– Sua equipe vai ficar na sala C. – disse o professor em um tom calmo. Tônio e Gabriel fazem natação na sala A, essa era a nossa sala antes.

Senti uma decepção me tomar. Fui para a sala C sem dizer nada ao professor, sentindo o peso de tudo que era "grátis".

– Pensa pelo lado positivo, você está com os seus colegas de classe – acrescentou ele com um tom de sarcasmo.

A galera da minha sala mais parecia estar em uma festa na piscina do que em uma aula de natação. Minha obrigação era apenas observar se ninguém estava se afogando ou tentando matar alguém. Fui para o canto da piscina, e a Ágata se aproximou.

– Você não parece contente.

– Estou bem.

Em seguida, o professor deu um pulo na piscina, fazendo os meninos se agitarem.

– Que babaca – escutei ela dizer. Dei um sorriso, e ela também.

– Acabei de pensar isso – respondi. Rimos novamente.

– Vamos apostar quem chega primeiro do outro lado?

– Por que não?!

Nos posicionamos como duas profissionais e fomos. Senti uma adrenalina me tomar e, quando percebi, já estava do outro lado da piscina.

– Uhuul! – comemorei ao perceber que cheguei primeiro. Todos os alunos nos observavam.

– Eu deixei você ganhar – disse Ágata, chegando dois segundos depois.

O professor se aproximou com a cara fechada. Respirei fundo, sentindo o cansaço.

– Parabéns, meninas. Esse é o nosso objetivo aqui hoje – falou, olhando para os alunos. – Agora quero que todos vocês vão até a linha de início e façam isso.

Os alunos resmungaram, já que a intenção deles era curtir o dia na piscina.

– Desculpem por estragar a felicidade de vocês duas, mas vocês não podem praticar a aula hoje, senão vão se cansar. Amanhã, Diana, você poderá praticar. Ágata, na próxima quarta. Por enquanto, vocês são auxiliares. Se algo acontecer, como vou pedir ajuda a duas auxiliares cansadas?

Refleti sobre o que ele disse e compreendi. Apenas abaixei a cabeça.

– Ágata, fica do outro lado. Diana, naquele canto. Vou ficar no meio da piscina. Caso algum aluno tenha cãibra, vocês ajudam.

Ágata se afastou. O professor passou por trás de mim, e me senti incomodada com o jeito dele. Então, mergulhei para ir até o meu ponto.

(Algumas semanas depois)

Havia sido anunciado no jornal que uma forte chuva atingiria a região. E naquele mesmo dia, a diretora da escola havia confirmado que eu, Ágata e Thiago poderíamos ter o dia só nosso na aula de natação. Ao acordar naquela manhã, a chuva já havia chegado, acompanhada de uma forte ventania.

– Está chovendo muito. Acho melhor você ficar em casa hoje – disse minha avó, ao perceber que eu olhava pela janela.

– Hoje eu teria o dia na escola de natação com a minha equipe – falei, pensativa.

– Marque para outro dia. Sua mãe já foi trabalhar, não tem como você ir até o ponto nessa chuva.

Peguei meu celular e mandei mensagem para Ágata:

"–Bom dia, você vai na aula de natação? (06:30)"

"–Bom dia, Diana. Vou sim, por quê? (06:32)"

"– Precisava de uma carona até a escola. Está chovendo muito e minha mãe já foi trabalhar. Ela entrou mais cedo hoje. (06:33)"

"– Fique pronta, passo te pegar na sua casa. Me passa o seu endereço. (06:34)"

Mandei minha localização para ela. Logo em seguida, recebi outra mensagem.

"– Amiga, não vou à escola hoje. Olha essa chuva! (06:36)" – era a Carla.

" – Eu vou, porque finalmente não vou ter o dia como babá. (06:38)"

"– Você é besta kkk (06:40)", logo em seguida: "Se cuida... do professor tarado. (06:41)"

Eu havia contado a ela sobre a primeira aula, e também comentei que o professor me encarava muito quando eu estava de maiô – mais do que o normal. Aquilo me assustava. Não contei a ninguém além da Carla, que, por ela, até "daria uns pega" no professor. Ele não é feio, apesar do cabelo grisalho, e chamava atenção. Após buscar informações, descobri que ele é casado com uma mulher linda, dez anos mais nova, e tem dois filhos de outro casamento. Era como se fosse meu pai, e só de imaginar, meu estômago embrulhava.

Chegando à escola de natação, quase não havia ninguém por causa da chuva. Ao passar pela sala A, vi Gabriel saindo de um mergulho.

– Garota! Que saudade!

Pulei na piscina e dei um abraço nele. Gabriel é alto, tem vinte e três anos, cabelo encaracolado, moreno.

– Que saudade de fazer aula com você – ele sorri.

– Você sumiu. O Tô tava falando de você ontem.

Tônio é um moreno charmoso, dois anos mais velho que Gabriel, porém bem magro.

– E cadê ele? – perguntei, me afastando.

– A gente brigou. Acho que ele está bravo.

Bom, eu não havia dito, mas Tônio e Gabriel são um casal – eu espero. Esse romance só surgiu depois que a gente se conheceu. No início, eu não sabia que eles eram gays, até o Tônio me obrigar a fazer uma pergunta que revelou o lado romântico deles. Logo começaram a sair, em oito meses estavam namorando, e eu virei a “filha adotiva”.

– Tenho certeza de que vocês vão se acertar. Não esqueçam que vocês vão ser os meus padrinhos de casamento, então façam as pazes!

Gabriel riu do meu comentário.

– Diana... – escutei a voz do professor ao fundo. Fiz uma cara de “me ferrei”, e Gabriel sorriu.

– Sim, professor? – olhei com cara de “não me mata!”

– Eu precisei dela, senhor. Não a culpe – disse Gabriel.

– Vamos, Diana. Ágata e Thiago estão esperando.

– Tchau – sinalizei com a mão e saí da piscina.

Cheguei na sala C e não havia ninguém. Enxuguei as mãos e fui ver meu celular. Havia uma mensagem de Ágata dizendo que teve um imprevisto e precisou sair.

– Professor, cadê o Thiago?

– Ele acabou de sair. Disse que já retorna.

Houve um silêncio. Então entrei na piscina e pratiquei. Não gostava de estar com esse professor sozinha, e para piorar, nem perto do meu amigo eu podia ficar. “Aff”, resmunguei em pensamento. As duas horas de treino passaram rápido. Thiago não retornou, e por sorte o professor não entrou na piscina. A chuva ficava cada vez mais forte. Quando saí do banheiro, ele estava em uma mesa, com a mochila e a chave do carro na mão. Ele fez um sinal, me chamando.

– Acredito que não tem como você ir até a sua casa? – perguntou ele.

– Eu vou de metrô, não fica tão longe daqui – respondi.

– Posso te deixar na frente ou até mesmo na sua casa. Moro a umas quadras dali – disse, enquanto o barulho da chuva aumentava.

– Eu não sei se devo – falei com cautela.

– O centro de natação já vai fechar – alertou um funcionário, apressado para ir embora.

– Eu vou de metrô, não se preocupe – peguei minhas coisas e saí. Não iria entrar no carro de alguém que me olhava de um jeito estranho. Ao sair pelo portão, senti a chuva me molhar em questão de segundos. Comecei a correr. Já a algumas quadras de distância, parei embaixo de uma laje, e então o carro do professor encostou.

– Entra, garota teimosa! – ele falou, abrindo o vidro.

Não pensei duas vezes e entrei no carro. Ele fechou os vidros em seguida, ligou o ar quente, virou-se para trás e pegou uma toalha para me entregar.

– Obrigada – agradeci, envergonhada, pensando se deveria perguntar por que ele me encarava tanto.

Ele começou a dirigir e não disse uma palavra durante o trajeto. Quando estávamos chegando perto do meu bairro, percebi que ele continuava dirigindo, sem reduzir a velocidade.

– Ei, você errou o caminho – falei, encarando seu rosto, que estava sério e frio. – Você me ouviu?

As ruas estavam vazias, e então, do nada, ele acelerou.

– Ei! Você está me assustando!

Mas ele não respondeu. O silêncio era ensurdecedor. Ao chegarmos a uma estrada de terra, cercada por árvores, ele desacelerou.

– Qual é a sua? Me deixa sair!

Peguei meu celular para ligar para minha mãe, mas ele estava molhado e desligado. Droga. Deve ter estragado. Procurei pelo celular dele no carro, mas não encontrei. Tentei abrir a porta, mas ela estava travada. Ele parou o carro no meio da trilha, tirou o cinto e se virou para mim. Segurou meu rosto com força – sua mão era pesada – e, sem permissão, encostou sua boca na minha. Me beijou à força.

O desespero me tomou, então mordi seus lábios com tanta força que ele me soltou.

– Desgraçada, você me machucou!

Soltei o cinto e percebi que a porta destravou. Saí correndo pela mata. Olhei para trás e vi que ele vinha correndo atrás de mim.

– Espera, Diana!

As lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto. Ele me empurrou e me desequilibrei, caindo entre terra e folhas. A chuva era forte, mas as árvores minimizavam o impacto. Senti seu corpo sobre o meu.

– Por favor, não faz nada comigo – implorei em desespero.

– Calma... Eu não quero te machucar. Eu sei que você me deseja – disse ele, distorcendo a realidade.

– Não... por favor...

Comecei a chorar e percebi que não conseguia mover os braços. Em seguida, senti minha roupa sendo arrancada. Ele abriu minhas pernas com tanta força que doeu. Sua ereção tocou meu corpo...

– Por favor, professor... eu não te desejo...

Mesmo implorando e chorando, ele não me ouvia. O peso do seu corpo me imobilizava, e então, ele me penetrou, rompendo meu corpo, minha dignidade, minha alma. Toda minha força desapareceu. As lágrimas que caíam dos meus olhos se misturaram com a chuva. Ele continuava, como se aquilo fosse algum tipo de prazer. Minutos depois, saiu de cima de mim e me olhou friamente.

– Eu sei que você amou, vadia. Para de chorar. Você não mostrava essa bunda à toa. Acabei com o seu fogo – disse ele, cruel.

Ouvindo essas palavras, a dor e a angústia me sufocavam. Um filme passou pela minha cabeça. Aquele olhar... sempre me observando. Em que momento eu dei esse sinal?

Deitada naquela sujeira, toda machucada, abri os olhos e olhei para o céu. A única sensação que eu tinha era a de que não poderia carregar essa dor. Ouvi o som do motor. Ele estava indo embora.

Aquele covarde acabou de me matar. Sem tirar minha vida.

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Comments

ivone lima juliace

ivone lima juliace

Miserável coitadinha Fdp aí que ódio quero matá-lo

2023-07-19

1

Maria lourdes Jesus

Maria lourdes Jesus

desgraçado filho de uma rapariga tem que pagar pelo que fez 😠

2023-01-04

1

Monny_Sol_Hope🇧🇷

Monny_Sol_Hope🇧🇷

É um covarde ele, tem que pagar por esse crime desgraçado .

2022-11-22

1

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