Dungeon Rings
Foi no ano 2000 que tudo começou. O que parecia ser apenas mais um marco numérico no calendário revelou-se o início de um desastre global que ninguém poderia prever. Aventuras, lendas e tragédias se entrelaçaram quando as primeiras pirâmides negras começaram a surgir misteriosamente. A princípio, eram consideradas anomalias geológicas – monumentos sombrios e imponentes, contrastando com a areia dourada do Egito. Mas logo uma verdade perturbadora veio à tona: elas eram muito mais do que pedras empilhadas. Eram dungeons.
Exploradores, movidos pela curiosidade ou ganância, começaram a se aventurar dentro delas. Muitos entravam. Poucos saíam. A pirâmide negra, a maior de todas, tornou-se o centro das atenções desde os primeiros meses. Pequenas pirâmides ao seu redor funcionavam como entradas para ela, formando um complexo labiríntico. Quem conseguia sobreviver aos perigos que espreitavam lá dentro não saía apenas com cicatrizes, mas também com recompensas que pareciam saídas direto de histórias de ficção. Recompensas que mudavam a vida de quem as obtinha.
E então, o mundo mudou. Porque o impossível foi provado real: poderes existiam. E estavam ao alcance daqueles que fossem escolhidos pelo enigmático Tutor das dungeons. Completar uma dungeon significava receber um Ring, um anel que conferia habilidades extraordinárias, únicas, moldadas pela própria essência do portador. Mas os segredos do Ring só eram revelados no final, através de uma pedra ancestral que detalhava sua habilidade especial. Cada dungeon, uma nova oportunidade. Cada sobrevivente, uma lenda. Assim nasceram as "Dungeon Rings", como passaram a ser conhecidas no consenso mundial.
No entanto, havia uma regra cruel: apenas uma dungeon existia por vez. Quando uma era completada, outra surgia em algum lugar do planeta. Os anos se passaram, e as dungeons se tornaram parte do novo normal. Agora, 22 anos depois que a primeira apareceu, a história nos leva ao Brasil, onde um jovem chamado Asani está prestes a descobrir que seu destino está intrinsecamente ligado a esse mundo de perigos e maravilhas.
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O perfume do café fresco se espalhava pela cozinha de uma casa modesta de dois andares. Eram sete horas da manhã, e o relógio de pulso no braço de uma mulher marcava o tempo com precisão implacável. Ela ajeitou os pratos na mesa com o cuidado de quem faz isso todos os dias, mas sua mente estava alheia ao ritual. Os cabelos ruivos, num tom desbotado que lembrava chamas apagadas, contrastavam levemente com sua pele clara. Apesar de sua baixa estatura, havia nela uma presença que deixava claro que ser mãe era um ofício que dominava.
- Vem tomar café, Asani! - chamou ela, a voz firme, mas carinhosa.
Do andar de cima, passos apressados ecoaram. A porta do quarto abriu com um estalo, e um garoto de 16 anos surgiu, carregando uma mochila já pendurada no ombro. Ele descia as escadas com pressa, o cabelo preto e comprido ainda desalinhado, mas os olhos castanhos estavam despertos. Seu uniforme escolar estava impecável, denunciando que ele tinha uma rotina quase militar. Afinal, ele já havia feito suas flexões matinais – três séries de quinze – antes mesmo de descer para o café.
- Já tô indo! - respondeu ele, a voz ainda carregada pelo sono.
A mãe observou enquanto ele passava pela cozinha como um furacão. Ele pegou o pão com maionese, queijo e peito de frango que estava no prato e deu uma grande mordida.
- Você precisa se alimentar direito, Asani. Se quiser, te levo de carro para a escola - insistiu ela, o tom preocupado.
Asani sorriu, com a boca cheia.
- Tá tranquilo, mãe. Preciso me exercitar mais. Eu compro algo depois - disse ele, já saindo pela porta.
No quintal, um pastor alemão levantou as orelhas ao vê-lo. O cão abanou o rabo com entusiasmo, esperando por um carinho ou, ao menos, um olhar de reconhecimento. Mas o garoto passou direto, absorto em seus pensamentos. O animal, desapontado, sentou-se diante do portão, observando seu dono até que ele desaparecesse na esquina.
- Bom dia, Asani! - chamou uma voz familiar.
Era Léo, seu vizinho e colega de sala. Ele estava parado na calçada, os cabelos ruivos brilhando sob o sol da manhã e os olhos azuis reluzindo com uma energia que parecia ilimitada. Ele estendeu a mão, cumprimentando Asani com um aperto firme.
- Opa, Léo - respondeu Asani, retribuindo o gesto.
Enquanto caminhavam juntos em direção à escola, Léo lançou uma pergunta que quebrou a monotonia da manhã.
- Ei, Asani, o que você acha da gente ir naquela dungeon? Aquela que tá aqui perto faz mais de um ano?
Asani parou por um instante, o olhar fixo no amigo. A ideia parecia absurda, mas o rosto de Léo estava sério. Ele não estava brincando.
- Sei não, Léo... Parece perigoso. Ninguém completou essa dungeon em um ano inteiro. Você sabe disso. Se entrarmos, podemos morrer - respondeu Asani, tentando conter a preocupação na voz.
Mas Léo não parecia nem um pouco abalado.
- Ah, qual é! Bora depois da aula? - insistiu ele, sorrindo como se fosse um convite para ir ao shopping.
- Depende. Só se eu estiver com vontade de morrer - respondeu Asani, com sarcasmo.
- Isso, mano! Que? Morrer? - Léo riu, pulando de alegria antes de voltar ao tom sério.
A caminhada dos dois diminuiu o ritmo. A escola, que antes parecia urgente, agora era apenas um destino secundário.
- Tô falando sério, Léo. Se formos, é pra morrer. Ninguém saiu daquela dungeon vivo até agora.
- Que nada, cara! A gente é forte. Confia! - respondeu Léo, com a confiança de quem ainda não sabia o peso de suas palavras.
Asani balançou a cabeça, exasperado.
- Bora logo pra aula. Não quero ficar falando sobre isso agora. Eu mal acordei.
Mas Léo não desistia.
- Certo, confirmado então! - disse ele, animado.
- Confirmado o quê? - Asani estreitou os olhos.
- Que a gente vai, ué! Já viu os caras que saem dessas dungeons? Eles são monstros, mano! Todo-poderosos! Não quer ser igual a eles?
- Os Ringers? Quero, mas...
Léo interrompeu, com um brilho nos olhos.
- Então bora! Sem "mas", "no entanto", "entretanto", ou "todavia". Só bora!
Asani suspirou, derrotado. Não respondeu mais nada. Apenas continuou caminhando em silêncio, enquanto a sombra da decisão pairava sobre ele.
...****************...
O sinal do recreio soava como um alívio para a maioria dos alunos, mas não para Asani. Durante os curtos 15 minutos de intervalo, ele não trocou uma única palavra com Léo. Entre eles, o silêncio era mais eloquente do que qualquer conversa: "Não conte isso para ninguém". O clima entre os dois era tenso, mas a tensão mal teve tempo de se dissipar antes que Lara entrasse em cena.
Lara, sempre inquieta, aproximou-se de Asani, os longos cabelos negros balançando com o movimento apressado.
- Fez? - perguntou ela, a expressão carregada de preocupação.
- Fez o quê? - respondeu Asani, sem qualquer interesse.
- O que mais? O trabalho! - insistiu ela, cruzando os braços.
- Que trabalho, garota? - retrucou ele, arqueando a sobrancelha.
- Idiota! Não me diga que você não fez! Eu te avisei ontem! - A voz dela subiu uma oitava, enquanto o desespero começava a transparecer. Na noite anterior, ela havia jogado toda a responsabilidade do trabalho em cima dele para ir a uma festa. Agora, a ideia de ser punida pela professora fazia seu estômago se revirar.
Asani deu um sorriso sarcástico.
- Por que eu faria tudo sozinho?
- Ah, não! É pra próxima aula, você sabe disso! Por que não fez? - Lara levou a mão à cabeça, tentando pensar em uma solução.
- Óbvio que eu fiz, festeira. Mas fica avisada: essa foi a última vez que eu fiz o trabalho inteiro sozinho! - disse ele, com um tom de vingança velada.
Lara suspirou de alívio, o rosto se iluminando.
- Ufa, você me salvou! - exclamou, abrindo os braços para abraçá-lo.
Mas Asani foi mais rápido, estendendo a mão e segurando-a pela testa, impedindo o abraço. Antes que ela pudesse protestar, o sinal para o fim do recreio ecoou pelos corredores, obrigando todos a voltarem para a sala.
Com 27 alunos espremidos dentro da sala de aula, o clima era de pura impaciência. A manhã avançava lentamente, e o cansaço já se fazia presente. Asani estava distraído, mas Léo, como sempre, não sabia ficar em silêncio.
- Essa aula tá demorando pra acabar. Será que é porque a gente vai pra dungeon? - sussurrou Léo, inclinando-se em direção a Asani.
- Já não disse pra não falar disso durante a aula? - retrucou Asani em um tom baixo e irritado.
O sinal do final da aula finalmente soou, trazendo alívio. Enquanto os outros alunos se apressavam para sair, Léo estava inquieto. Ele empurrou sua cadeira para trás com um movimento exagerado e deu um leve soco no bíceps de Asani.
- Bora, Asani! Tô muito animado pra isso! - exclamou Léo, quase pulando de empolgação.
- Ei, isso dói, sabia? - reclamou Asani, esfregando o braço. - Deixa eu guardar o material antes, e nem vem com essa de que eu sou sempre lento. Vou colocar no armário da sala.
Antes que Léo pudesse responder, Lara apareceu na porta da sala. Ela tinha uma presença marcante, com os cabelos pretos longos e a pele morena que parecia brilhar sob a luz fraca. Era a melhor amiga de Léo, mas Asani sempre dizia que ela parecia mais uma namorada do que uma amiga.
- Bora pra onde? - perguntou Lara, os olhos semicerrados, desconfiada.
Léo, rápido como sempre, respondeu com uma desculpa pronta.
- Nós vamos treinar na academia! Fortalecer o bíceps do Asani, sabe? - disse ele, tentando soar casual.
Lara estreitou os olhos.
- Até parece! - respondeu ela, cruzando os braços.
- Como assim? Acha que eu, seu melhor amigo, mentiria pra você? Tá fazendo pouco caso de mim, sabia?! - Léo fingiu indignação, cruzando os braços.
- Sim, você tá mentindo. Te conheço há sete anos, Léo. Nem precisaria de todo esse tempo pra perceber que você tá inventando. Então me falem a verdade. - Lara começou a cutucar o peito dele com o dedo indicador, claramente irritada.
- Nós vamos para a dungeon - disse Asani de forma seca e direta, cortando qualquer tentativa de Léo de continuar mentindo.
Léo caiu no chão dramaticamente, as mãos sobre a cabeça.
- Nãooooo! Como ousa, Asani?! - resmungou ele, triste e derrotado.
Lara ficou estática por um momento, tentando processar o que acabara de ouvir. Então, a raiva tomou conta.
- Por que vocês vão pra lá? Não faz sentido! O Asani nem gosta de dungeons e você, Léo... bem, você é fraco! - disse ela, olhando diretamente para os dois.
- Quero ter poder. Cansei de estudar - respondeu Asani, a voz fria, sem emoção, como se estivesse falando sobre o tempo.
Antes que ele pudesse reagir, Lara caminhou até ele e deu um tapa firme em seu rosto.
- Mentiroso! Como pode dizer isso? Você ama estudar! Vocês estão brincando comigo, né? - gritou ela, encarando-o com intensidade.
Asani passou a mão pelo rosto, ainda sentindo o ardor do tapa.
- Vamos, Léo. Tô com pressa. E, aliás, doeu, Lara. - Ele pegou a mochila e jogou-a no canto da sala antes de sair.
Enquanto caminhava para fora, Léo ficou para trás por um momento. Ele hesitou, mas então se virou para Lara, o rosto vermelho.
- Tchau, Lara. Se eu morrer, saiba que eu sempre te amei. Nunca me declarei porque não queria perder a amizade... mas eu te amo! - disse ele, antes de sair correndo, visivelmente envergonhado.
- Que declaração horrenda, mano - zombou Asani, o humor mudando de frio para sarcástico.
- Ah, cara, eu não tinha opção! Era isso ou nada! - respondeu Léo, ainda tentando se recuperar.
- Eu ficaria com o nada. - Asani riu. - Quanto você tem? Tô morrendo de fome.
- Folgado! Acabei de me declarar, podendo ser a última vez que a gente se vê, e você tá pensando em comida?
- Se você morrer, não vai mudar nada pagar uma comida pra mim, entendeu?
- Você tá me manipulando, né? - Léo estreitou os olhos.
- E se eu estiver? - Asani sorriu de canto, com ar de malandro.
- Seu sacana!
...****************...
Pouco tempo depois, os dois estavam em frente a uma pequena conveniência perto da dungeon.
- Nessa loja a comida é barata - comentou Asani, atravessando a rua sem usar a faixa de pedestres.
- Ok, mas espera aí... Você não passou na faixa - resmungou Léo, acompanhando-o.
- Nem você. - Asani deu de ombros.
Saíram da loja com sacolas cheias de comida. Enquanto caminhavam, Léo suspirou.
- Se pensar bem, a gente nem almoçou, né?
- Pois é. Sem perder tempo. Bora. - Asani saiu correndo, deixando Léo para trás.
Ao chegarem diante da imponente dungeon, uma construção parecida com as pirâmides do Egito, mas negra como a noite e com 400 metros de altura, Léo parou, boquiaberto.
- Uau... Nunca pensei que fosse tão grande... tão bonita. Bora entrar?
- Deixa eu terminar meu Cri-Crí primeiro - respondeu Asani, colocando um punhado de amendoim com açúcar na boca.
Antes que pudessem entrar, um idoso surgiu correndo atrás deles, os braços agitados.
- Ei, garotos! O que estão fazendo aqui? - gritou ele, alarmado.
- Bora, Asani! - gritou Léo, empurrando o amigo para dentro da dungeon.
- Nãooo, meu Cri-Crí... - lamentou Asani, enquanto os dois desapareciam na escuridão.
O velho suspirou, frustrado.
- Tinha que ser adolescentes... Esses idiotas vão perder até as comidas. - Ele balançou a cabeça, voltando pelo mesmo caminho.
...****************...
Dentro da dungeon, a escuridão quase dominava, mas havia uma iluminação fraca e misteriosa que parecia emanar das próprias paredes. Asani e Léo perceberam rapidamente que não estavam mais com seus uniformes escolares. Em vez disso, vestiam trapos velhos, esfarrapados e cobertos de poeira. Seus relógios, comidas e pertences havia desaparecido; apenas seus corpos permaneciam, agora trajando vestimentas rústicas que pareciam de outra era.
A porta pela qual havia entrado sumira, deixando-os isolados. Acima deles, a escuridão era total, como se não houvesse teto, mas a falta de luz impedia qualquer confirmação. O ar estava denso, carregado com um cheiro úmido e levemente metálico, sugerindo um perigo iminente.
- Minhas roupas, cadê? - perguntou Léo, alarmado, enquanto olhava ao redor.
- Cadê minhas comidas? - replicou Asani, perplexo e frustrado.
- Não acredito... - ambos disseram simultaneamente, suas vozes ecoando pelas paredes.
- Nossas roupas foram trocadas por esses trapos - Léo constatou, tentando entender o que estava acontecendo.
- Mas... minha fome sumiu. Será que é porque perdi minhas comidas ou essas dungeons têm algum efeito estranho? - ponderou Asani, confuso, enquanto olhava para suas mãos vazias.
De repente, Léo apontou com um dedo trêmulo:
- A...sa...ni! Olha aquilo!
No chão, espalhados de maneira desordenada, havia ossos humanos. Eram visivelmente frescos, com um brilho sinistro que refletia a pouca luz disponível. O medo se estampou nos rostos dos dois amigos, afinal, essa era a primeira vez que viam ossos humanos.
- Não faz nem dois meses - uma voz sombria os interrompeu, surgindo das sombras.
- Aaaaaaaaaa - ambos gritaram, caindo no chão de susto, seus corações disparados.
Um ser estranho, com aparência de um boneco branco musculoso, olhos negros e profundos e uma boca assustadoramente grande, apareceu atrás deles.
- Quem morre aqui vira osso na hora, é para evitar o mau cheiro. Aliás, querem um Tutor para cada ou só um já tá bom? - perguntou a criatura, com um sorriso perturbador que fez seus rostos se contraírem de medo.
- Claro que não, já pensou eu me assustar de novo? - disse Léo, tentando disfarçar o terror que sentia.
- Tutor?? - perguntou Léo, confuso, tentando entender o que estava acontecendo.
- Sim, Tutor. Eu faço a introdução da dungeon, respondo perguntas, atualizo vocês sobre a dungeon e, o mais importante, dou as provas para vocês.
- Como assim? - perguntou Léo, ainda confuso.
- Sou o... Tutor, simples assim - respondeu a criatura, com um tom quase condescendente.
- Cadê minhas comidas? - perguntou Asani, a raiva começando a dominar o medo.
- Estão comigo - respondeu o Tutor, com uma tranquilidade perturbadora.
- Então devolve! - exigiu Asani, estendendo a mão.
- Claro que não. Apenas seus corpos entram nas dungeons. Nem mesmo os que têm um Ring podem usar o poder dele aqui dentro. O Ring pode entrar, mas o poder não funciona aqui. Legal, né? - explicou o Tutor, com um sorriso malicioso.
- Meu Cri-Crí... tô com fome - resmungou Asani, estendendo o braço em um pedido silencioso pelo seu amendoim.
- Não minta para mim, ninguém passa fome aqui dentro - respondeu o Tutor, com um olhar penetrante.
- Entendi, mas o Cri-Crí é sagrado - Asani fez cara de emburrado - Se eu sair, recebo meu Cri-Crí?
- Só pode sair daqui quando completar os desafios da dungeon - explicou o Tutor.
- Qual o Ring que a gente recebe no final dessa dungeon? - perguntou Léo, tentando entender os riscos e recompensas.
- O nome do Ring é "Volta-Time", gostaram do nome? - respondeu o Tutor, com um sorriso enigmático.
- Não entendi - disse Asani, voltando a ser sério, enquanto tentava decifrar o que o Tutor queria dizer.
- Não posso dizer mais nada além disso - o Tutor levantou a mão esquerda com o indicador apontando para cima - Continuem andando e receberão o Ring depois de completarem os desafios, mesmo que ninguém tenha conseguido ainda. O caminho, vocês descobrem sozinhos. BOA SORTE! - disse ele, desaparecendo nas sombras.
A tensão no ar era perturbadora enquanto Asani e Léo trocavam olhares nervosos. Com um último olhar para os ossos no chão.
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Atualizado até capítulo 55
Comments
ivania s.n.temporini
Gostei do inicio me lembra um jodo de competição entre meninos imprudentes...kkk
2023-04-11
1
Rute Luiza
um jogo.
2022-11-08
0
Lady Kélria
deveras interessante ksksk
2022-08-09
0