Capítulo 04.

|| Elara...||

A Manhã correu bem apesar da nossa discussão, ouvi alguns homens dizer que pelo fim da tarde vai ter uma missa em homenagem ao Daniel e isso fez eu me sentir menos mal por sua partida, ele era um ótimo amigo e eu não me sentiria bem sem pelo menos ter uma missa em sua memória.

Todos os capangas almoçam numa cozinha afastada da sala de estar, após um almoço e descanso de poucos minutos, havíamos começado o turno da tarde há pouco tempo, quando um dos homens diz.

— Souberam o que aconteceu momentos antes do sol nascer? - Pergunta chamando a atenção de todos que estavam no turno, mas eu permaneço séria, sem dar atenção a fofocas alheias.

— Se o chefe nos ver fofocando, vamos ter que morar no cemitério. - Diz o outro, fazendo alguns rirem.

— Não é apenas fofoca, é uma coisa que realmente aconteceu, todos na cidade só estão falando disso. - Diz o que iniciou a fofoca.

— Então fala logo, agora estamos curiosos. - Comenta outro que até então estava quieto.

— Aconteceu algo bizarro na cidade. Corpos espalhados por algumas ruas, sangue por todo lados, várias pessoas acordaram com gritos de desesperos e saíram para ver o que era. - Ele faz uma pausa dramática, deixando a curiosidade no ar.

— E aí? - Questiona o outro.

— Eram eles, os cavaleiros da morte!. Porra! Chega arrepiei, que o patrão não me ouça, mas eu sabia que a invasão no território deles não iria ficar por isso mesmo. - Diz e logo todos começam a falar.

— Como eles entraram na cidade? Será mesmo que eles têm pacto? - Diz uma capanga.

— Pacto, eu não sei, mas que ele somem como fumaça, isso é verdade. Também ouvi essa notícia hoje cedo, pelo que eu escutei, mais de trinta pessoas foram brutalmente esquartejadas e parece que cada momento, o número só aumenta. - Comenta outro e eu fico pensativa.

Eles vieram até a cidade, deram uma amostra do que acontece com quem ultrapassa os limites das suas terras, mas eu estava lá e tenho certeza de que na floresta era um deles, mas por que não me matou? Como eu realmente sai de lá? Essas e muitas outras perguntas me rodeiam e não saem da minha mente.

— Muitos já disseram que foi a madrugada do diabo. - Fala um.

— Outras pessoas os chamam de "demônios de ternos". - Comenta outro.

— É época de Haloween, deve ser apenas pessoas fantasiadas. Desde que trouxeram essa tradição norte-americana ridícula, o mês de outubro nunca mais foi o mesmo. - Diz outro, mas ninguém concorda.

— Sim, inteligentão, então as pessoas que foram esquartejadas também estão fantasiada? - Questiona o outro.

— Eles mataram o Daniel, tenho certeza que virão atrás do resto dos invasores, o que aconteceu nas ruas de Imperia foi um aviso ao nosso líder. - Diz outro.

— Já lutei muito e nunca fugi de briga, mas aqueles homens são tão cruéis quanto o diabo. - Menciona mais um.

Mas a atenção da conversa foi desviada assim que um estrondo soou do escritório, Ryan recebeu alguma notícia ruim e pelo jeito, vai jogar aquele cômodo abaixo.

— Parece que o chefe acabou de saber como a cidade de Imperia amanhaceu. - Diz e todos com receio de que a frustração Ryan seja descontada neles, voltam aos semblantes sérios.

— Elara! O senhor Ryan quer vê-la. - Diz a empregada assustada e eu ando até o escritório, abro a porta e vejo quase todos os vasos estraçalhados no chão, Ryan estava sentado em sua cadeira com uma garrafa de vodka pura na mão.

Eu me aproximo dele, e retiro a garrafa da sua mão.

— Chega, se continuar bebendo, irá participar da missa completamente embriagado. - Digo me sentando escorando sobre a mesa, enquanto cruzo os braços, esperando ele dizer o motivo que o deixou nesse estado.

— Eles vieram até Imperia, entraram, mataram e instalaram o caos na minha cidade e da Copolla, minha máfia. - Diz apertando o punho com a raiva evidente em sua voz.

— Tem certeza que foram eles? É muito estranho que nenhum dos homens saibam como eles entraram. - Digo.

— Eles fizeram questão de desenhar o símbolo da Manchestary no chão das ruas, com o sangue das pessoas que mataram. Não sei como eles fizeram isso, mas eles entraram como a porra de um vulto, ninguém sabe nada, não tem registros nas câmeras, não tem nada! - Diz alterado e eu me aproximo para poder acariciar o seu rosto.

— Não vamos abaixar a guarda, se preciso, iremos triplicar o número de homens nas fronteiras na cidade, mas não iremos ceder - Digo e ele acente, me puxando para o seu colo.

— Você tem toda a razão. Eu sou um capo, ninguém conseguirá me derrubar, nem esses malditos filhos da puta fantasiados. - Diz com os dentes cerrados, mas agora com o olhar focado em mim.

— É isso aí, garotão. - Digo.

— Mas agora, soube que o seu pai esteve na cidade. - Diz mudando de assunto.

— Ele veio novamente falar sobre o velho que arrumou para mim e disse que o meu digníssimo noivo está furioso, provavelmente já sabe que trabalho para você e que não sou mais "pura".

Digo afinando a voz no final e Ryan ri.

— Queria tanto saber quem é o desgraçado, gostaria de esfregar na cara dele que você é minha. - Diz colocando a mão no meu rosto.

— Falando nisso...que tal nos divertirmos um pouco? - Pergunta descendo a mão para a minha coxa, enquanto beija o meu pescoço, mas eu o impeço e saio do seu colo imediatamente, virando de costas para ele.

— Não dá, estou sem clima algum com tantas coisas acontecendo. - Digo e ele suspira irritado.

— Mas que porcaria! Ultimamente você nunca está no clima. - Diz com raiva e eu me viro para olhá-lo.

— Qual foi Ryan? Pensa que eu sou uma das tuas putas? Como você consegue sentir desejo sexual, quando você acabou de perder o seu melhor amigo, quando você me deixou para morrer e o pior, quando você sabe o que aconteceu na minha vida nesse mesmo período há anos. — Digo também com raiva.

— Vai continuar lembrando dessas merdas? Eu não tive escolha! E que merda parece que vai viver pra sempre no luto. - Diz e eu o encaro com ódio/nojo, ele sabe o quanto eu fico mexida no mês que a minha mãe morreu e ainda diz isso?

— Droga...querida, eu não quis falar isso.. - Tenta arrumar a burrada que acabou de fazer.

— Quer saber? É melhor eu sair antes de começarmos uma briga. - Digo virando as costas, ele tenta dizer algo, mas eu apenas bato a porta saindo.

Tenho certeza de que se eu continuasse lá, iria me tornar uma inimiga por ter matado o líder da Copolla.

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Comments

jeovana❤

jeovana❤

o cara chamou a perda da mãe dela de merda e ela aí vai continuar aí?

2025-10-14

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