Domínik arfava alto, o corpo em chamas sob o lençol encharcado, os músculos tensionados em espasmos de febre enquanto gotas de suor escorriam pela sua testa. Em meio ao delírio febril, sua mente mergulhava em um sonho vívido, vísceras e alma arrastadas para um desejo incontrolável. Ele via Sally diante de si — nua, etérea, ajoelhada sobre ele, com os cabelos despenteados caindo como cortinas ao redor de seus ombros. Ela o montava com lentidão provocante, as mãos em seu peito, os olhos cheios de amor e luxúria. Ele sentia seu interior quente e úmido envolvendo-o, o apertando como se quisesse guardá-lo para sempre dentro de si. “Você é minha, Sally… minha...” ele murmurava, voz trêmula, o coração batendo descompassado. As palavras se misturavam aos gemidos roucos que escapavam de seus lábios enquanto ela se movia sobre ele, provocando ondas de prazer intensas que o faziam gritar seu nome. As mãos dele percorriam seu corpo febrilmente, como se quisesse memorizar cada curva, cada tremor, cada suspiro. Seus quadris subiam em sincronia com os dela, desesperado por mais, por tudo, por ela. Lágrimas quentes brotavam de seus olhos entreabertos enquanto a febre o fazia confundir sonho com realidade — e naquele instante, Sally era sua salvação, sua cura, sua perdição. “Não me deixa, meu amor… fica…”, ele sussurrava enquanto chegava ao ápice, os músculos enrijecendo, o corpo inteiro tremendo, ainda preso ao sonho onde só existia ela, ele, e um amor tão ardente que nem a febre conseguiria consumir por completo.
Mas mesmo após o clímax febril, o delírio não cessava — e foi então que Domínik começou a chorar, os soluços rompendo entre seus lábios como lamentos de um homem partido. Ainda murmurando o nome de Sally, ele se contorcia na cama, o rosto virado para o travesseiro enquanto as lágrimas quentes desciam em silêncio, misturando-se ao suor que banhava sua pele. “Sally… por favor… não vai embora… me perdoa… me perdoa…” ele soluçava, a voz falhando entre suspiros entrecortados, como se ela tivesse acabado de desaparecer de seus braços no meio do sonho. Seu corpo tremia, fraco pela febre, mas mais ainda pela dor que se enraizava no peito. A ausência dela no mundo real doía mais do que qualquer alucinação febril poderia compensar. Ele agarrava o lençol como se fosse ela, enterrando o rosto e gritando seu nome abafadamente, desesperado, como se tentasse puxá-la de volta de onde quer que ela estivesse. "Sally... eu te amo... volta pra mim..." soluçava como um menino perdido, preso entre o desejo e a dor, entre a febre e a culpa, entre um sonho que o alimentava e a realidade que o destruía.
Entre um soluço e outro, os olhos marejados de Domínik se abriram lentamente, pesados, como se cada pálpebra carregasse o peso de mil noites em claro. A visão turva foi clareando aos poucos, e por um instante ele achou que ainda estivesse sonhando — porque ali, ao seu lado, sentada com os olhos marejados e a mão apertando a dele com força desesperada, estava Sally. Seu coração cambaleou no peito, e um suspiro fraco escapou de seus lábios rachados. “Sally... você... você tá aqui...” murmurou, com a voz rouca e embargada pela emoção e pela febre que ainda queimava suas entranhas. As lágrimas voltaram a cair, mas dessa vez com um misto de alívio e incredulidade. Ele ergueu a mão trêmula, os dedos mal conseguindo tocar o rosto dela, como se precisasse sentir sua pele para acreditar. “Eu te amo...”, sussurrou num fio de voz, o olhar fixo nos olhos dela, como se aquelas palavras fossem tudo o que lhe restava. E então, como se a exaustão finalmente o consumisse, seus olhos se fecharam mais uma vez, a respiração tornando-se lenta e irregular enquanto ele caía de novo na inconsciência — mas dessa vez, com o coração agarrado à esperança de que ela realmente estivesse ali.O corpo de Domínik relaxou de repente, como se tivesse se rendido ao cansaço absoluto, mas dentro de sua mente, a febre reacendia os delírios com ainda mais intensidade. Assim que seus olhos se fecharam, o mundo real desapareceu, dando lugar a uma nova alucinação onde Sally novamente se fazia presente — mas dessa vez, mais vívida, mais intensa, mais visceral. Ela estava deitada sobre ele, os cabelos caindo em cascata ao redor de seus rostos, os olhos fixos nos dele com um brilho carregado de desejo e ternura. “Eu nunca te deixaria, Domínik…” ela sussurrava, com os lábios colando nos dele em um beijo quente, profundo, desesperado, como se quisesse fundir suas almas através do toque. Ele gemeu baixinho, sentindo os corpos se unirem mais uma vez, como no delírio anterior, mas agora havia uma doçura quase sagrada entre o prazer e a saudade. Suas mãos a agarravam com força, os dedos escorregando pelas curvas dela, como se tivesse medo de que ela desaparecesse se não a tocasse. Ela se movia sobre ele lentamente, fazendo-o perder o fôlego, o tempo e o juízo. “Você é tudo pra mim… tudo…”, ele dizia entre suspiros e beijos febris, o coração apertado pela culpa e pelo amor. Cada gemido dela ecoava como uma prece em sua mente transtornada, e cada toque parecia curar feridas que ele nem sabia que carregava. A febre transformava o prazer em algo místico, quase doloroso, e Domínik, mesmo inconsciente, se agarrava àquela imagem como a única coisa que o mantinha vivo. Dentro daquele delírio, ele era dela. E ela, dele. Como sempre deveria ter sido.
De repente, como se uma névoa tivesse sido dissipada, Domínik despertou com um sobressalto suave, o peito se erguendo em um suspiro profundo, o coração batendo em um ritmo calmo, sereno — e, pela primeira vez em dias, sentia-se bem. A febre se fora, levando com ela o peso que comprimia seus pulmões, e em seu lugar, havia uma estranha leveza no corpo, quase como se tivesse renascido. Seus olhos abriram-se devagar, e a visão que encontrou o fez prender a respiração. Sally estava ali, ao seu lado, sentada na beira da cama, com os olhos baixos e os dedos deslizando com cuidado por entre seus cabelos, num gesto que era puro afeto e saudade. A ternura daquele toque o fez fechar os olhos por um segundo, como se não quisesse assustá-la — mas quando voltou a encará-la, ela já o observava, e ao perceber que ele estava acordado, seus olhos se arregalaram e, num impulso, ela tentou se afastar, assustada, como se estivesse invadindo um lugar ao qual não tinha mais direito. Mas Domínik não permitiu. Com um movimento firme, ainda que enfraquecido, ele agarrou o pulso dela, os dedos entrelaçando-se com os dela, e murmurou seu nome como uma prece: “Sally...” Seu olhar encontrou o dela com tanta intensidade, com tanta saudade, que parecia falar tudo o que ele ainda não tinha forças para dizer em voz alta. E então, antes que ela pudesse recuar, ele puxou-a para mais perto, erguendo levemente o rosto, e colou seus lábios aos dela. Foi um beijo quente, desesperado e cheio de verdades. Um beijo de quem esteve entre a vida e a morte e escolheu voltar… por ela.
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Atualizado até capítulo 86
Comments
Jeon Jungkook
que romântico
2025-08-08
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