Bianca Colcci se curvou sobre o corpo nu de Dominik, sentindo o calor abrasador que emanava dele, uma febre cruel que queimava sua pele pálida e molhada de suor, como se estivesse prestes a consumi-lo vivo. As mãos dela tremiam enquanto deslizavam lentamente por seus músculos tensionados, cada toque uma mistura torturante de carinho e agonia — ela sabia que ele estava quase morto, inconsciente entre a vida e a morte, e ainda assim seu desejo por ele queimava mais forte que o próprio fogo que corroía aquele corpo frágil. Os lábios dela quase tocavam a testa ardente dele, tentando arrancar dele um suspiro, uma prova de que ainda existia algo além da escuridão. O quarto parecia sufocar, o silêncio era quebrado apenas pelos gemidos baixos dela, entrelaçados com lágrimas que escorriam pelo rosto, misturando amor, medo e loucura. Bianca queria salvá-lo, queria prendê-lo a si com a força do desejo e da desesperança, mas o fogo dentro dele era uma chama selvagem, impossível de domar, e ela temia que, se não agisse rápido, aquele calor intenso consumiria tudo — inclusive o pouco que restava do homem que ela amava, perdido entre o delírio e a sombra da morte.
Continuava a deslizar as mãos pelo corpo quente e febril de Dominik, sentindo cada suspiro preso, cada batida descompassada do coração dele, como se pudesse escutar a luta silenciosa pela vida que ele travava ali, naquele instante. Seus dedos traçavam caminhos lentos, quase reverentes, numa tentativa desesperada de manter aquele fio tênue que ainda os unia, como se cada toque pudesse arrancá-lo da beira do abismo. Ela inclinou-se sobre ele, a respiração pesada misturando-se à dele, o cheiro quente e intenso que emanava daquela pele quase transparente fazendo seu coração acelerar em uma mistura caótica de medo, desejo e amor indomável. Bianca sabia que ali, naquele instante, não havia espaço para dúvidas — era ela contra o mundo, contra o tempo cruel que tentava levá-lo embora, e ela jurava que faria qualquer coisa para segurá-lo, para mantê-lo vivo, ali, junto a ela.
Enquanto Bianca acariciava cada centímetro daquele corpo febril, sentiu um estremecer sutil nos dedos, um leve movimento que trouxe um fio de esperança desesperada. Os olhos de Dominik, ainda semiabertos, estavam turvos, presos num limiar entre o sono e o delírio, e sua voz saiu baixa, quase um sussurro arrastado, arranhada pela febre que o consumia. “Sally... Sally...” ele chamou, como se seu nome fosse o único amparo naquele mundo de sombras que o envolvia. O coração de Bianca quase quebrou com a simples menção daquele nome, sabia que era o elo mais forte que ainda o mantinha preso à vida — o nome dela, a única razão para ele não se entregar completamente ao vazio. Ela apertou a mão dele com força, engolindo o medo que ameaçava dominá-la, e respondeu, quase num sussurro, prometendo que ficaria ali, lutando por ele, lutando por eles, enquanto sua alma, feita de amor e medo, se agarrava à esperança de um novo amanhecer.
Bianca sentiu o coração apertar de uma dor doce e amarga enquanto, segurando firme a mão trêmula de Dominik, sussurrou com a voz carregada de emoção, fingindo ser a Sally que ele buscava no meio do delírio. "Eu estou aqui, Dominik... sempre estive, e sempre estarei," ela murmurou, suas palavras tremendo entre o medo e o desejo de salvá-lo. Os olhos dele, ainda embaçados pela febre, brilharam com uma lucidez tênue, e um leve sorriso doloroso se formou em seus lábios ressecados. "Eu amo... eu amo a Sally," ele conseguiu dizer, com uma voz tão fraca que parecia um sopro, mas carregada de uma sinceridade que cortava a alma de Bianca como uma lâmina. Naquele instante, entre a sombra da morte e o fio tênue da esperança, o amor deles era tudo o que resistia — uma chama frágil, mas indomável, no silêncio sombrio do quarto.
Bianca inclinou-se devagar, como se temesse quebrar aquele momento tão frágil, e depositou um beijo terno na testa quente de Dominik, sentindo a pele queimada pela febre sob seus lábios. A voz dela saiu suave, quase um sussurro carregado de verdade e promessa: “Eu também te amo, Dominik... mais do que tudo.” Seus olhos buscaram os dele, tentando transmitir toda a força e esperança que pulsavam dentro dela, enquanto segurava sua mão com delicadeza, como se ali estivesse o único laço capaz de salvá-los dos abismos que os rondavam. Mesmo em meio à dor e à escuridão, naquele instante, o amor que compartilhavam era a luz que iluminava cada sombra, a certeza silenciosa de que, enquanto estivessem juntos, nada seria capaz de apagá-los.
Bianca apertou a mão de Dominik com firmeza, sua voz tremendo, mas cheia de determinação inquebrável: “Jamais vou te abandonar, Dominik. Não importa o que aconteça, eu vou ficar aqui, ao seu lado, lutando por você, segurando sua mão até você voltar pra mim.” Seus olhos marejados não desgrudavam dos dele, buscando naquele olhar turvo a confirmação de que, apesar da febre e da dor, ele ainda estava ali, preso a ela por um fio invisível, porém forte. Ela sentia o peso da responsabilidade e do amor esmagador, mas também a certeza profunda de que aquele momento, por mais sombrio que fosse, não seria o fim deles — porque o amor dela era uma promessa viva, uma chama que nem a morte ousaria apagar.
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Atualizado até capítulo 86
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