Entre Rosas E Sangue
O Encontro Impossível
Nova York, 1998.
O nome Dante Moretti era pronunciado em sussurros.
Poderoso. Perigoso. Impiedoso.
Aos 40 anos, ele comandava o império da máfia italiana na América. Dono de cassinos, clubes noturnos, e uma rede de negócios ilegais, era respeitado e temido em igual medida. Vestia sempre terno preto, com os olhos de gelo escondendo feridas do passado e segredos que ninguém ousava perguntar.
Já Elena, de apenas 25 anos, vivia em um bairro humilde do Brooklyn. Trabalhava como garçonete em uma lanchonete pequena e sonhava em estudar moda em Paris. Tímida, sonhadora, nunca tinha se apaixonado de verdade. O mais perto que chegara do luxo era admirar vestidos de gala em vitrines de Manhattan.
Os mundos deles nunca deveriam ter se cruzado.
Mas o destino tem o estranho hábito de ignorar regras.
Numa noite chuvosa, Elena voltava tarde do trabalho quando presenciou, por acidente, uma emboscada entre gangues rivais. Escondeu-se atrás de um carro, mas um tiro a atingiu de raspão. Antes de desmaiar, tudo que viu foi a silhueta de um homem elegante ajoelhando-se ao seu lado, murmurando algo em italiano.
Ela acordou dias depois, numa mansão imensa, luxuosa e silenciosa.
O homem à sua frente era Dante Moretti.
— Você viu demais — ele disse, com voz grave. — E agora está dentro do meu mundo.
Mas Dante não esperava que aquela garota assustada mexesse tanto com ele. Nem que ela fosse capaz de quebrar os muros que ele construiu com sangue e medo.
E Elena... não sabia que por trás da máscara do monstro, havia um homem capaz de amar de forma devastadora.
A primeira coisa que Elena sentiu foi o cheiro. Um aroma amadeirado e intenso, de colônia cara misturado com algo que ela não conseguia nomear. Depois, o som da chuva batendo contra janelas distantes. E, por fim, a dor no braço esquerdo — não profunda, mas latejante.
Tentou se sentar, assustada.
— Calma — disse uma voz grave, firme. Masculina.
Ela virou o rosto, os olhos arregalados encontrando o homem que estava sentado em uma poltrona ao lado da cama. Ele era alto, imponente, vestia um terno escuro impecável, mesmo àquela hora da madrugada. Seus olhos eram frios, intensos… e a observavam com um misto de curiosidade e cálculo.
— Quem é você? — ela sussurrou, a voz rouca.
Ele não respondeu de imediato. Levantou-se, pegou um copo d’água e o ofereceu. Elena hesitou, mas aceitou. Suas mãos tremiam.
— Dante Moretti — ele finalmente disse. — E você, Elena Costa.
Ela empalideceu.
— Como sabe meu nome?
Ele deu um leve sorriso, sem mostrar os dentes.
— Eu sei tudo sobre quem entra no meu mundo.
Ela engoliu seco.
— Eu... não queria. Eu só estava voltando pra casa. Eu juro que não vi nada. Por favor, me deixe ir...
Dante a observou em silêncio por um longo tempo.
— Você viu o suficiente para morrer.
Elena arregalou os olhos, o corpo inteiro congelado de medo.
— Mas eu não vou matar você — ele continuou, com um tom quase entediado. — Ainda não decidi o que fazer com você.
— Por quê?
— Porque... — ele se aproximou, lentamente, inclinando-se até que os rostos estivessem quase no mesmo nível — você me lembra alguém que eu perdi há muito tempo.
O coração de Elena batia tão rápido que ela achava que ele podia ouvi-lo.
Dante se afastou com a mesma frieza com que se aproximou.
— Você vai ficar aqui por um tempo. Em segurança. Mas não tente fugir. Não minta. E nunca, nunca me desrespeite. — Ele virou-se para sair do quarto, mas parou na porta. — E mais uma coisa, Elena...
Ela o olhou, com medo.
— Os seus sonhos? Guarde-os bem. Nesse mundo, eles costumam morrer primeiro.
E com isso, ele se foi.
Elena ficou ali, sozinha, cercada por luxo e ameaças invisíveis.
E mesmo com o medo em cada fibra do corpo, algo dentro dela...
tinha acabado de despertar.
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Atualizado até capítulo 28
Comments
Conceição Araújo
começando a ler agora ,29/7/2025
2025-07-30
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Fátima Silveira
Começando hoje 29 07 2025
2025-07-30
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