Sr.Monteiro- Sangue, Luta e Desejo

Sr.Monteiro- Sangue, Luta e Desejo

Capítulo 1: A Foto Errada no Destino Certo

Capítulo 1 — A Foto Errada no Destino Certo

Meu coração parou. Literalmente. Por alguns segundos, o mundo silenciou, e tudo que eu conseguia ver era a maldita notificação na tela do celular.

Mensagem enviada para: Ethan Monteiro.

A foto.

A foto da lingerie. Aquela que eu tinha tirado, no impulso de me sentir ousada por um segundo na vida. Aquela que era pra ir pro cara da balada. Não pro meu chefe.

Meu. Chefe.

O sangue gelou nas veias, e eu fiquei ali, parada no banheiro dos funcionários da casa de Ethan Monteiro — sim, o lutador mais cobiçado do país, aquele mesmo das entrevistas sérias e dos nocautes históricos — encarando o celular como se ele pudesse se desculpar por mim.

Só que o celular não fez nada. Só vibrou mais uma vez. Nova notificação.

Ethan Monteiro: No meu escritório. Agora.

Eu quis desaparecer. Derreter e escorrer pelo ralo. Mas não. Eu estava ali, de calça jeans, uma blusa branca meio amarrotada, e com o estômago embrulhado de vergonha, medo e — droga — um resquício de curiosidade.

Como isso foi acontecer?

Talvez a resposta estivesse em Harmony Creek, no interior de Michigan, onde tudo era mais simples. Onde as pessoas se conheciam pelo nome do cachorro, e as maiores decisões envolviam o sabor da torta da feira.

Foi de lá que eu saí, com uma mala surrada, dois pares de tênis e um caderno cheio de sonhos. Nova York me recebeu com buzinas, cheiro de cachorro-quente e um frio que parecia morder os ossos.

Vim por causa da faculdade de Design de Interiores. Consegui uma bolsa parcial e a fé inabalável de que daria um jeito de sobreviver. E dei. Me virei com bicos: barista, garçonete, panfletagem na Times Square. Dormia pouco, comia mal, mas carregava comigo uma vontade do tamanho dos arranha-céus que me cercavam.

Aos poucos, as coisas começaram a se ajeitar. Um estágio não remunerado aqui, um freela acolá. E então, o milagre: uma vaga de secretária particular na Monteiro Sports.

Me inscrevi sem pretensão. Mas fui chamada.

Primeira entrevista: com o gerente. A segunda… com ele.

Ethan Monteiro.

De camisa social branca, a barba por fazer e olhos de um azul tão cortante que pareciam atravessar a alma.

"Charlotte Reed, certo?", ele disse, lendo meu currículo. Sua voz era grave, com um sotaque indecifrável e uma calma que impunha respeito. "Para alguém tão jovem, você tem um currículo impressionante."

"Obrigada, senhor Monteiro. Eu me esforço muito", respondi, me esforçando para não babar.

E eu consegui o emprego. Em dois anos, virei braço direito dele. Ou talvez só uma engrenagem que ele confiava. Ainda assim, me tornei indispensável: organizava compromissos, cancelava reuniões, administrava caos. E segurava firme minha vontade de me perder naquele par de olhos toda vez que ele me chamava pelo nome.

"Acorda pra vida, Charlotte!", minha amiga Elen vive dizendo. "Você mora no Brooklyn, tem vinte e quatro anos e tá vivendo como uma senhora de sessenta."

Ela não tá totalmente errada.

E foi por isso que, naquele fim de semana, eu saí. Elen me arrastou pra uma balada no centro. E, pela primeira vez em muito tempo, eu dancei. Sorri. Me permiti ser só uma garota qualquer, num vestido justo e batom vermelho, sem crachá, sem prancheta.

Foi nessa noite que conheci ele Henrique. O cara da tatuagem no braço e sorriso torto no bar. Beijei sem pensar. Rimos. Trocamos contatos.

E eu voltei pra minha realidade: segunda-feira, casa de Ethan, montanhas de e-mails e reuniões que começavam às sete da manhã.

Foi no fim do expediente, enquanto eu me arrumava no banheiro antes de pegar o metrô de volta pro meu microapartamento no Brooklyn, que tudo deu errado.

Olhei meu reflexo no espelho. Tirei os óculos, soltei um botão da blusa, vi a alça preta da lingerie de renda aparecer. Era só um flerte. Uma provocação inocente.

Clique. Foto tirada. Quase sem pensar, selecionei o contato do cara e… enviei.

Só que, na pressa — e no cansaço — cliquei no nome errado.

Ethan Monteiro.

Agora, aqui estou eu, caminhando em direção ao escritório dele, suando frio com as pernas bambas e o coração querendo fugir pela garganta. Cada passo ecoa como uma contagem regressiva para minha própria execução.

A porta está entreaberta. Bato levemente. Ele não responde. Entro.

A sala está na penumbra, iluminada apenas pela vista de Nova York através das janelas gigantes. Ele está de costas, de pé, encarando a cidade. A figura dele parece ainda maior na penumbra — um gigante prestes a julgar meu destino.

“Senhor Monteiro...?” Minha voz saiu num sussurro envergonhado.

Ele se vira. Os olhos caem direto em mim — ou melhor, no decote que eu tentei cobrir com a bolsa. Ele ergue o celular. A tela iluminada exibe a imagem que eu tanto queria apagar do universo.

"Foto interessante", diz ele, com uma calma que me arrepia mais do que qualquer grito.

“Foi um engano! Eu juro! Eu ia mandar pra outra pessoa, eu nem sei como... eu tô tão... eu... desculpa. De verdade.”

As palavras saem emboladas, tropeçando no desespero.

Ele dá um passo. E depois outro.

A cada movimento, o ar na sala parece mais denso, como se o oxigênio estivesse sendo sugado.

“Relaxa, Charlotte.” Sua voz é baixa, quase um sussurro. "Não vou te demitir por isso."

Engulo em seco.

"Você sempre foi impecável. Profissional. E agora... me manda isso?"

"Foi sem querer! Juro!" Tento parecer firme, mas minha voz treme. Minhas mãos também.

Ele está perto agora. Perto demais. Consigo sentir o calor que emana do corpo dele, o perfume amadeirado e amargo que sempre me bagunçou por dentro.

“Você sabe o que mais me intriga nessa foto?”, ele pergunta, os olhos fixos nos meus. “É que ela mostra uma parte de você que eu sempre soube que existia. Escondida. E agora... ela resolveu aparecer.”

O tempo para.

E eu odeio, com todas as forças, o fato de estar gostando dessa tensão.

"Você tá ultrapassando um limite, senhor Monteiro." Tento soar firme.

Ele sorri. Um canto de boca apenas. Um sorriso perigoso.

“E se for você quem cruzou primeiro?”

Silêncio. Ele estica a mão, tira meus óculos com cuidado, como se fosse natural. O polegar dele roça minha têmpora. Arrepios. Cada célula do meu corpo grita por controle, mas nenhuma obedece.

“Só por essa noite, Charlotte. Esquece que eu sou seu chefe. Só por uma noite.”

“Isso é loucura”, sussurro, a respiração entrecortada. “Eu preciso do meu emprego. Eu não sou esse tipo de mulher.”

Ele encurta o espaço entre nós. O rosto tão perto do meu que posso contar cada cílio dele. “E se você for sim esse tipo de mulher... só não sabia ainda?”

Os olhos dele queimam os meus.

E eu… eu não sei se fujo ou se me jogo.

Minhas mãos tocam o peito dele, não para afastá-lo, mas como se buscassem equilíbrio.

E então, ele me beija.

Primeiro, lento. Um toque. Um teste.

Depois, fundo, quente, como se todas as promessas veladas dos últimos dois anos estivessem explodindo de uma vez.

Perdi o chão.

E talvez, só talvez… tenha encontrado o começo do meu verdadeiro caos.

Vou colocar a foto de como eu acho que é os personagens principais

Ethan...

Charlotte

Capítulos
1 Capítulo 1: A Foto Errada no Destino Certo
2 Capítulo 2: Desejo Proibido e Despertar Silencioso
3 Capítulo 3: A Manhã Silenciosa e o Gosto Amargo
4 Capítulo 4: A Nova Ordem na Cozinha
5 Capítulo 5: O Resgate de Elen e a Transformação
6 Capítulo 6: O Olhar de Ethan e o Jogo da Aparência
7 Capítulo 7: Viagem Silenciosa, Palavras Cortantes
8 Capítulo 8: A Rotina da Assessora, a Reflexão do Campeão e o Treino Descontraíd
9 Capítulo 9: A Aproximação, o Distanciamento
10 Capítulo 10: Uma Proposta Irrecusável
11 Capítulo 11-O Limite Ultrapassado
12 Capítulo 12: O Olhar no Ringue e o Beijo Inesperado
13 Capítulo 13: A Colisão Inevitável
14 Capítulo 14: A Ignição
15 Capítulo 15: O Predador Chega
16 Capítulo 16: O Silêncio da Tempestade
17 Capítulo 17: Ecos do Dia Seguinte
18 Capítulo 18: Trégua e Perfume de Café
19 Capítulo 19: Retorno ao Ringue
20 Capítulo 20: Fôlego e Esmalte Novo
21 Capítulo 21: Mesa para Dois, Guerra em Silêncio
22 Capítulo 22 – Rotina em Estado de Combate
23 Capítulo 23 – A Calma Antes do Golpe
24 Capítulo 24 – Sangue na Arena, Coração em Silêncio
25 Capítulo 25 – Ecos da Vitória e Silêncios Programados
26 Capítulo 26– Sinais de Fumaça
27 Capítulo 27 – Território de Conflito
28 Capítulo 28 – Limites e Cartões
29 Capítulo 29 – Preparativos e Confidências
30 Capítulo 30 – A Chegada e o Silêncio que Grita
31 Capítulo 31 – A Linha Cruzada e a Entrega Abrasadora
32 Capítulo 32 – O Amanhecer e o Início da Nova Realidade
33 Capítulo 33 – O Preço da Linha Cruzada
34 Capítulo 34 – A Dupla Vida e a Doçura do Normal
35 Capítulo 35 – Rotina, Beijos e Desafios
36 Capítulo 36- Pedidos
37 Capítulo 37 – Distância Profissional e Escolhas Difíceis
38 Capítulo 38 – Um Novo Começo, Uma Nova Distância
39 Capítulo 39 – O Preço da Distância
40 Capítulo 40 – Fraturas e Confissões Silenciosas
41 Capítulo 41 – Entre o Conforto e o Incômodo
42 Capítulo 42 – Silêncios Carregados
43 Capítulo 43 – Presente na Ausência
44 Capítulo 44 – Presente na Ausência e a Explosão Contida
45 Capítulo 45 – A Imagem Antes do Movimento
46 Capítulo 46 – A Paz no Caos
47 Capítulo 47 – Manhattan, Café e a Revelação Forçada
48 Capítulo 48 – A Trama Invisível
49 Capítulo 49 – A Proposta Inesperada
50 Capítulo 50 – A Química em Foco
Capítulos

Atualizado até capítulo 50

1
Capítulo 1: A Foto Errada no Destino Certo
2
Capítulo 2: Desejo Proibido e Despertar Silencioso
3
Capítulo 3: A Manhã Silenciosa e o Gosto Amargo
4
Capítulo 4: A Nova Ordem na Cozinha
5
Capítulo 5: O Resgate de Elen e a Transformação
6
Capítulo 6: O Olhar de Ethan e o Jogo da Aparência
7
Capítulo 7: Viagem Silenciosa, Palavras Cortantes
8
Capítulo 8: A Rotina da Assessora, a Reflexão do Campeão e o Treino Descontraíd
9
Capítulo 9: A Aproximação, o Distanciamento
10
Capítulo 10: Uma Proposta Irrecusável
11
Capítulo 11-O Limite Ultrapassado
12
Capítulo 12: O Olhar no Ringue e o Beijo Inesperado
13
Capítulo 13: A Colisão Inevitável
14
Capítulo 14: A Ignição
15
Capítulo 15: O Predador Chega
16
Capítulo 16: O Silêncio da Tempestade
17
Capítulo 17: Ecos do Dia Seguinte
18
Capítulo 18: Trégua e Perfume de Café
19
Capítulo 19: Retorno ao Ringue
20
Capítulo 20: Fôlego e Esmalte Novo
21
Capítulo 21: Mesa para Dois, Guerra em Silêncio
22
Capítulo 22 – Rotina em Estado de Combate
23
Capítulo 23 – A Calma Antes do Golpe
24
Capítulo 24 – Sangue na Arena, Coração em Silêncio
25
Capítulo 25 – Ecos da Vitória e Silêncios Programados
26
Capítulo 26– Sinais de Fumaça
27
Capítulo 27 – Território de Conflito
28
Capítulo 28 – Limites e Cartões
29
Capítulo 29 – Preparativos e Confidências
30
Capítulo 30 – A Chegada e o Silêncio que Grita
31
Capítulo 31 – A Linha Cruzada e a Entrega Abrasadora
32
Capítulo 32 – O Amanhecer e o Início da Nova Realidade
33
Capítulo 33 – O Preço da Linha Cruzada
34
Capítulo 34 – A Dupla Vida e a Doçura do Normal
35
Capítulo 35 – Rotina, Beijos e Desafios
36
Capítulo 36- Pedidos
37
Capítulo 37 – Distância Profissional e Escolhas Difíceis
38
Capítulo 38 – Um Novo Começo, Uma Nova Distância
39
Capítulo 39 – O Preço da Distância
40
Capítulo 40 – Fraturas e Confissões Silenciosas
41
Capítulo 41 – Entre o Conforto e o Incômodo
42
Capítulo 42 – Silêncios Carregados
43
Capítulo 43 – Presente na Ausência
44
Capítulo 44 – Presente na Ausência e a Explosão Contida
45
Capítulo 45 – A Imagem Antes do Movimento
46
Capítulo 46 – A Paz no Caos
47
Capítulo 47 – Manhattan, Café e a Revelação Forçada
48
Capítulo 48 – A Trama Invisível
49
Capítulo 49 – A Proposta Inesperada
50
Capítulo 50 – A Química em Foco

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