Capítulo 2 – A Noite Queimou Mais Que a Pele. Antes do Acordo, Ela Queimou Meu

Escolhi o hotel mais discreto de Manhattan. E o andar mais alto.

O quarto era amplo, com janelas que iam do chão ao teto, exibindo uma vista absurda da cidade. Cortinas pesadas em cinza carvão, mesa posta com louça branca e taças de cristal. No canto, um bar discreto com garrafas que só saíam da prateleira por ordens minhas. Iluminação suave, aquecida, como se tudo ali tivesse sido pensado para dizer: nada aqui é por acaso.

Porque não era.

Eu precisava que ela dissesse sim, mas antes… eu precisava que ela confiasse. Ou ao menos… que ficasse.

Ela chegou às oito e meia. O vestido vinho abraçava suas curvas com uma elegância que não pedia desculpas. E o batom combinava com a cor da bebida que ela aceitou da minha mão.

— Uísque? — perguntei, já sabendo a resposta.

— Duplo. — ela respondeu, sem piscar.

Sentei-me à frente dela, observando como suas mãos tremiam levemente ao pegar a taça. Fingiu firmeza, mas seus olhos denunciavam o turbilhão que ela tentava disfarçar.

— Você sempre traz mulheres aqui pra fazer propostas misteriosas? — ela perguntou, depois da terceira dose.

Sorri.

— Só quando encontro alguém que me interessa de verdade.

Ela deu uma risada seca.

— Um Ceo interessado numa mulher como eu. Deve ter perdido uma aposta.

— Não diga isso. — sussurrei, firme — Não faça pouco de si mesma.

— Eu faço antes que os outros façam.

Ela bebeu a quarta dose com a rapidez de quem já apanhou demais. E então me olhou. Com aquele olhar… de quem já perdeu tudo. De quem não espera mais nada. Talvez por isso… eu tenha parado de fingir controle naquele momento.

Ela se levantou, tirando os sapatos. Andou descalça pelo carpete felpudo, com a bebida na mão e a alma à mostra. A camisa aberta no meu peito não era nada perto da vulnerabilidade estampada no corpo dela.

— Você me olhou ontem como se eu fosse desejável. — ela disse, sem me encarar — E hoje… ainda tá me olhando assim. Isso é real?

— É tão real que tá me matando por dentro.

Ela riu, amarga.

— Você não parece o tipo de homem que sofre.

Levantei. Me aproximei.

— Você não parece o tipo de mulher que precisa de aprovação.

— Mas preciso. — ela sussurrou.

Encostei meus dedos no queixo dela e a fiz me encarar.

— Eu não vim aqui pra te avaliar, Bella. Eu vim pra te ter.

O quinto gole de uísque desceu pela garganta dela. E então ela se jogou em mim. O beijo não foi delicado. Foi brutal. Foi exigente. Foi quente. Ela me beijava como quem pedia socorro e mordia como quem queria marcar território.

Desci as mãos pela curva generosa de sua cintura e puxei seu corpo contra o meu, sentindo as coxas roçarem minha calça de alfaiataria. A cada toque, o controle que me fazia Ceo desmoronava.

Ela arrancou minha camisa. Eu puxei o zíper do vestido. Os tecidos caíram no chão como se nunca tivessem tido importância alguma.

— Você é linda. — sussurrei contra o pescoço dela — E eu vou te provar isso com a boca.

Empurrei-a contra a parede acolchoada ao lado da cortina, deixando-a de calcinha e sutiã preto. A pele dela era macia, quente, viva. Beijei seu pescoço, seu colo, sua barriga. Ela tentou cobrir com as mãos, mas eu segurei seus pulsos com firmeza e murmurei:

— Aqui não se esconde nada.

— Mas eu sou…

— Shh… deixa eu cuidar disso.

Ajoelhei diante dela. Beijei sua barriga como quem honra um altar. Depois, desci a calcinha devagar, sentindo o perfume doce da sua pele. Quando minha língua a tocou, ela gemeu alto.

Deixei minha boca provar cada gemido. Lambia com precisão. Sugava devagar. Alternava ritmos como um maestro conduzindo a sinfonia do prazer.

— Ethan… meu Deus…

— Olha pra mim. Quero ver seus olhos quando você gøzar.

Ela olhou.

E gøzou.

Ali mesmo, apoiada na parede do hotel, com a cidade inteira atrás da janela… e a alma dela exposta só pra mim.

Peguei-a no colo, deixando-a surpresa com minha força, e levei até a cama. Sem pudor. Sem pausa. Tirei minha calça. Estava duro, latejando. Ela me puxou pelas costas, cravando as unhas como quem queria gravar a sensação de ter sido finalmente desejada.

Entrei nela de uma vez. Quente. Muito apertada. Molhada. Feita pra mim.

— Você é tudo, Bella — grunhi entre estocadas — Tudo.

Ela gemeu. Arqueou o corpo. Pedia mais sem palavras. E eu dei. Dei tudo. Dei forte. Dei fundo. Dei como um homem que sabia que nunca mais teria paz depois daquela mulher.

Mudamos de posição. Ela por cima. Seiøs balançando. Cabelos desgrenhados. Pele suada. Olhos selvagens. Linda. Indomável. Real. Um mulherão da porr4.

Ela gøzou de novo.

E então eu explodi dentro dela, sentindo a respiração travar, o mundo parar e o sangue pulsar no peito com força demais.

Deitamos ofegantes.

Ela deitou sobre meu peito. E eu passei a mão nos cabelos dela. Não disse nada. Porque eu sabia que se falasse agora… diria coisas que não estava pronto pra sentir.

Mas sentia.

E antes que o sono nos pegasse, ela disse:

— Ethan…

— Fala?

— Eu acho que… não sei mais quem eu sou depois disso.

Apertei seu corpo contra o meu.

— Talvez agora seja a hora de descobrir.

***

Ela ainda dormia quando me levantei. Seus cabelos estavam espalhados no travesseiro, os lábios entreabertos, os lençóis deslizando pelas curvas como se até o tecido soubesse da sorte que tinha em tocá-la.

E mesmo assim, eu vesti a armadura.

Coloquei a camisa branca de volta, abotoei devagar, como se cada botão me lembrasse de quem eu era. Ceo. Ethan Tate. O herdeiro que não podia errar. O homem que não podia amar.

Dei um passo para trás e a observei nua.

Linda.

Real.

E completamente vulnerável. Foi aí que senti, não culpa, não arrependimento, mas… desconforto.

Porque o que fizemos na noite passada não estava nos meus planos. E Bella não era só mais uma distração. Ela era um risco.

Precisava colocar as regras na mesa antes que ela começasse a criar esperanças onde não existiam. E onde eu… não podia permitir que existissem.

— Bella. — chamei, firme.

Ela se mexeu na cama, os olhos abrindo aos poucos, confusos, ainda pesados de sono e resquícios de prazer.

— Que horas são?

— Hora o bastante pra gente ser direto.

Ela se sentou, puxando o lençol para cobrir os seiøs, que seiøs. O sorriso tímido morrendo ao perceber minha expressão neutra. Fria. Profissional.

— O que aconteceu?

— O que aconteceu foi incrível. Mas não muda o que vim te propor desde o começo.

Ela franziu o cenho.

— Você está… diferente.

— Estou sendo quem eu sou.

Caminhei até a escrivaninha e peguei meu relógio. Coloquei no pulso com calma antes de me virar para ela.

— Eu preciso me casar.

Ela piscou devagar, como se não tivesse ouvido direito.

— Você… o quê?

— Preciso de uma esposa. E rápido. Meu avô tem pouco tempo de vida, segundo os médicos. E, se eu não estiver casado até lá, ele vai doar tudo o que temos para uma instituição de caridade.

— Tudo?

Assenti.

— As empresas. As ações. As propriedades. O dinheiro do banco. A Tate Holdings deixará de existir como conhecemos.

Bella deslizou os pés para fora da cama, ainda envolta no lençol, como se a realidade estivesse batendo com força demais depois de uma noite quente demais.

— Então você quer que eu… finja ser sua esposa?

— Exatamente.

— Por quanto tempo?

— Um ano. Nada mais. Nada menos.

Ela me olhou como se eu tivesse arrancado o próprio lençol da cama.

— E por que eu?

— Porque você não faz parte da minha roda social. Porque ninguém esperaria que eu me casasse com você. Porque ontem à noite… eu percebi que você é mais forte do que aparenta.

Ela riu. Um riso de puro desgosto.

— Você transa comigo e depois me oferece… um contrato?

— Bella, não é pessoal. É lógico. Racional. Eu sei como fazer isso funcionar.

— Ah, claro. — ela se levantou de vez, nua, orgulhosa, furiosa — O Ceo bilionário sabe controlar tudo. Até a mulher com quem divide a cama.

— Eu nunca prometi nada. — falei, duro.

— Você me olhou como se prometesse o mundo.

— Eu te olhei como um homem olha uma mulher que deseja. E desejei. Mas desejo e compromisso são coisas diferentes.

Ela me encarou. Despida. Não só do corpo, mas da ilusão.

— O que mais está no contrato?

— Só uma exigência inegociável.

— Qual?

— Durante esse um ano… vamos dormir no mesmo quarto.

Ela empalideceu.

— Está brincando.

— Meu avô pode ligar a qualquer momento. Ele vai fazer perguntas, testar, aparecer. Ele é cruel. Ele sabe quando as coisas são falsas. Dormirmos separados colocaria tudo a perder.

— Você está me oferecendo um ano da minha vida como se fosse um… um negócio.

— Porque é.

O silêncio cortou o quarto como uma faca. Ela virou de costas, os ombros tremendo. Quando se abaixou para pegar o celular jogado no chão, pensei que ela diria algo. Mas o aparelho vibrou em sua mão.

Ela atendeu automaticamente.

— “Alô? Sim… sou eu.”

O silêncio dela mudou. Ficou gelado. Duro.

— “O quê? Como assim acidente? Em que hospital?! Mas… esse valor… é impossível… ela vai sobreviver?

Eu fiquei imóvel. Bella soltou o celular da mão como se ele queimasse.

— Ela vai… viver. Mas com sequelas. E precisa da cirurgia hoje.

— Quem?

— Minha mãe adotiva. A única pessoa no mundo que me amou de verdade. A única que… — a voz falhou — que nunca me chamou de peso.

Ela se sentou no chão, as pernas moles, o olhar perdido. Eu caminhei até ela, mas ela levantou a mão, pedindo distância.

— Você me usou, Ethan.

— Não.

— Usou, sim. Me levou pra cama, me fez sentir como se fosse… bonita. E agora quer me comprar por um ano de mentira.

— Eu ofereci uma solução. Não manipulação.

— E se eu disser não?

— Você é livre pra ir. Mas se ficar… sua mãe vive.

Ela me olhou então.

Pela primeira vez, realmente me olhou. E não havia luxúria nos olhos dela. Não havia mais fogo. Só havia dor. E lágrimas silenciosas caindo sobre o lençol amarrotado.

E eu soube, naquele segundo:

Ou ela diria sim… ou eu a perderia pra sempre.

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Comments

Maria Sena

Maria Sena

Nossa, e eu aqui feliz achando que ela encontrou o amor de verdade e que a queria do jeito que tá sem preconceito. Dizem que quando a esmola é muito o santo desconfia e que alegria de pobre dura pouco. Eu tô passada com o cara, acho que a diferença da realidade da vida dela é que vai ser humilhada por um cara rico.

2025-07-23

1

Marilena Yuriko Nishiyama

Marilena Yuriko Nishiyama

vai Bella melhor aceitar e ter a sua mãe viva,mas isso com o tempo esse contrato pode tornar outra coisa entre vcs dois 🤭🤭

2025-07-07

4

Thayane Portal

Thayane Portal

Aceita Bella!
Não é hora pra orgulho. Salve a pessoa que te ama e você ama. Mas, faça ele rastejar por você. Não ceda tão fácil. Mostre à ele que nem tudo é negociável.

2025-07-17

0

Ver todos
Capítulos
1 Capítulo 1 – A Queda de Bella. O Espelho Não Mente, Mas Machuca.
2 Capítulo 2 – A Noite Queimou Mais Que a Pele. Antes do Acordo, Ela Queimou Meu
3 Capítulo 3 – A Esposa Que Veio da Dor
4 Capítulo 4 – O Problema Tem Curvas e Um Nome
5 Capítulo 5 – A Nova Sra. Tate
6 Capítulo 6 – Limites em Chamas
7 Capítulo 7 – A Esposa de Aparência Nada Perfeita
8 Capítulo 8 – A Esposa Invisível
9 Capítulo 9 – Sob o Teto do Herdeiro
10 Capítulo 10 – O Velho Tate Apronta Novamente.
11 Capítulo 11 – Sob o Gelo, o Incômodo
12 Capítulo 12 – Neve e Uísque.
13 Capítulo 13 – Limites e Labirintos
14 Capítulo 14 - O Começo da Fissura
15 Capítulo 15 – Entre a Cidade e o Silêncio
16 Capítulo 16 – A Queda de um Gigante
17 Capítulo 17 – O Fim Que Eu Não Pedi
18 Capítulo 18 – A Sóbria Realidade de um Monstro
19 Capítulo 19 – O Silêncio que Grita
20 Capítulo 20 – Apenas a Camisola e o Vazio
21 Capítulo 21 – A Verdade e as Consequências
22 Capítulo 22 – Entre a Raiva e o Amor
23 Capítulo 23 – A Chance que Eu Implorei
24 Capítulo 24 – A Verdade Não Dita
25 Capítulo 25 – Quando o Mundo Cai
26 Capítulo 26 – Ela é Minha Prioridade
27 Capítulo 27 – O Pai que Ela Nunca Teve
28 Capítulo 28 – O Início da Armadilha
29 Capítulo 29 – Verdades Que Machucam, Palavras Que Ferem
30 Capítulo 30 – Cicatrizes Invisíveis
31 Capítulo 31 – Promessa de Sobrevivência
32 Capítulo 32 – O Milagre em Quatro Batidas
33 Capítulo 33 – O Invasor Invisível
34 Capítulo 34 – O Instinto Que Herdei de Você
35 Capítulo 35 – Respirar Juntos
36 Capítulo 36 – Sombras no Paraíso
37 Capítulo 37 – Sentinela Silencioso
38 Capítulo 38 – O Preço de um Futuro
39 Capítulo 39 – Justiça e Liberdade
40 Capítulo 40 – Dona de Mim
Capítulos

Atualizado até capítulo 40

1
Capítulo 1 – A Queda de Bella. O Espelho Não Mente, Mas Machuca.
2
Capítulo 2 – A Noite Queimou Mais Que a Pele. Antes do Acordo, Ela Queimou Meu
3
Capítulo 3 – A Esposa Que Veio da Dor
4
Capítulo 4 – O Problema Tem Curvas e Um Nome
5
Capítulo 5 – A Nova Sra. Tate
6
Capítulo 6 – Limites em Chamas
7
Capítulo 7 – A Esposa de Aparência Nada Perfeita
8
Capítulo 8 – A Esposa Invisível
9
Capítulo 9 – Sob o Teto do Herdeiro
10
Capítulo 10 – O Velho Tate Apronta Novamente.
11
Capítulo 11 – Sob o Gelo, o Incômodo
12
Capítulo 12 – Neve e Uísque.
13
Capítulo 13 – Limites e Labirintos
14
Capítulo 14 - O Começo da Fissura
15
Capítulo 15 – Entre a Cidade e o Silêncio
16
Capítulo 16 – A Queda de um Gigante
17
Capítulo 17 – O Fim Que Eu Não Pedi
18
Capítulo 18 – A Sóbria Realidade de um Monstro
19
Capítulo 19 – O Silêncio que Grita
20
Capítulo 20 – Apenas a Camisola e o Vazio
21
Capítulo 21 – A Verdade e as Consequências
22
Capítulo 22 – Entre a Raiva e o Amor
23
Capítulo 23 – A Chance que Eu Implorei
24
Capítulo 24 – A Verdade Não Dita
25
Capítulo 25 – Quando o Mundo Cai
26
Capítulo 26 – Ela é Minha Prioridade
27
Capítulo 27 – O Pai que Ela Nunca Teve
28
Capítulo 28 – O Início da Armadilha
29
Capítulo 29 – Verdades Que Machucam, Palavras Que Ferem
30
Capítulo 30 – Cicatrizes Invisíveis
31
Capítulo 31 – Promessa de Sobrevivência
32
Capítulo 32 – O Milagre em Quatro Batidas
33
Capítulo 33 – O Invasor Invisível
34
Capítulo 34 – O Instinto Que Herdei de Você
35
Capítulo 35 – Respirar Juntos
36
Capítulo 36 – Sombras no Paraíso
37
Capítulo 37 – Sentinela Silencioso
38
Capítulo 38 – O Preço de um Futuro
39
Capítulo 39 – Justiça e Liberdade
40
Capítulo 40 – Dona de Mim

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