(Narrado por Stiles)
Sabe aquele momento em que você percebe que sua vida tava uma zona antes... e agora, oficialmente, ela virou um incêndio em um posto de gasolina?
Pois é. Esse sou eu.
Tava sentado no Jeep, tamborilando os dedos no volante, olhando pro celular que teimava em não acender. Scott não atendia. E isso, meus caros, significa que tem algo MUITO ERRADO acontecendo. Porque Scott SEMPRE atende. Mesmo que seja pra dizer "agora não, tô fazendo dever de casa" — o que, convenhamos, é mentira, porque ele nunca faz dever de casa.
— Beleza, Stiles... pensa — falei pra mim mesmo, apertando os olhos. — Você é inteligente. Você é sagaz. Você é... basicamente o Watson desse rolê.
Suspirei, liguei o Jeep e fui direto pra casa dele. Só que no caminho, algo me dizia que não era só Scott que tava estranho.
Quando cheguei, o clima tava... tenso. Tipo, MUITO tenso.
Bati na janela do quarto dele — porque, né, educação é coisa que passa longe quando seu melhor amigo tá possivelmente morto, sequestrado ou, sei lá, transformado em alguma criatura mítica da deep web.
— Scott! — chamei, batendo mais forte. — Abre! Tá rolando o quê?
A cortina abriu devagar. E quem apareceu na janela?
Lian.
Lian. Camisa meio torta, cabelo bagunçado, e aquele olhar tipo "eu definitivamente tô escondendo alguma coisa MUITO GRANDE".
— Ah — fiz, cruzando os braços. — Beleza. Isso aqui é aquele momento clássico onde eu descubro que vocês me deixaram de fora de alguma missão secreta, né?
Ele abriu a janela, meio sem graça. — Stiles... cara, não é bem assim.
— Não é bem assim, claro. — Revirei os olhos. — Deixa eu adivinhar. Vocês descobriram um culto secreto no porão da escola? Ou talvez... Scott finalmente virou um alienígena? Sempre achei que ele tinha uma vibe meio estranho demais pra ser só humano.
Foi então que Scott apareceu atrás do Lian, descabelado, respirando pesado.
— Stiles... — ele começou, levantando as mãos, como quem vai pedir calma. — Você precisa prometer que não vai surtar.
Arqueei uma sobrancelha. — Scott. É literalmente tudo o que eu sei fazer na vida.
Ele respirou fundo, olhou pro Lian, depois pra mim, e então... os olhos dele BRILHARAM. Tipo, dourado. Brilhando MESMO.
— AH MEU DEUS! — dei um salto pra trás. — O QUE É ISSO? O QUE É ISSO? SCOTT, VOCÊ VIROU UM DEMÔNIO, EU SABIA! EU SEMPRE DESCONFIEI!
— Shhhh! — os dois fizeram juntos, olhando pra porta, provavelmente com medo da mãe do Scott ouvir.
— Eu... — Scott respirou fundo. — Eu sou um lobisomem.
Pisquei. Uma. Duas. Três vezes. — ... O quê?
— E eu também — Lian completou, meio encolhido, meio sem saber onde enfiar a cara.
Fiquei encarando os dois. Boca aberta. Paralisado. E então...
— Tá. Isso faz total sentido. Claro. Minha vida nunca foi normal mesmo. — Passei a mão no rosto. — Beleza. Lobisomens. Tranquilo. Top. Só me responde uma coisa... — Olhei pros dois. — Isso é contagioso? Porque se for, eu juro que vou começar a usar álcool em gel até na alma.
Os dois se entreolharam e começaram a rir, meio nervosos.
— Não é bem assim — Scott respondeu, rindo. — Mas, Stiles... isso é sério. Tem um Alfa por aí. E ele tá... caçando.
— Ah, maravilha! — bati palmas. — Porque, claro, não basta eu ser ansioso, agora eu também sou potencial comida de lobisomem!
Eles riram de novo, mas, no fundo, dava pra ver que estavam tão assustados quanto eu.
— Beleza. — Cruzei os braços. — Então... o que a gente faz agora?
Scott colocou a mão no meu ombro, sério. — A gente aprende a sobreviver.
E foi nesse exato momento que, lá no fundo da rua, dois olhos vermelhos apareceram, brilhando no meio da escuridão, observando.
O Alfa estava lá. E a gente tava ferrado. Muito ferrado.
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Atualizado até capítulo 34
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