Sala Restrita

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**Anna Lúcia**

Eu passei o resto da manhã e de tarde tentando tirar a cabeça daquele bilhete. A caligrafia firme, sem sinais de hesitação, parecia uma ameaça silenciosa.

As palavras, escritas com cuidado, discretamente escondem algo mais sério.

“Você não conhece o homem com quem está brincando”

  A frase tinha um tom de aviso, mas também de desafio. Eu tentei imaginar quem teria escrito aquilo, porque tinha vindo parar na minha mesa.

Cada vez que fechava os olhos, aquelas palavras torturavam meu cérebro, como uma sombra que insistia em permanecer. Era difícil ignorar, mesmo sabendo que deveria tentar esquecer.

  Steven se tornava um vício. Não apenas pela tensão sexual — mas pela maneira como ele fazia tudo parecer um jogo perigoso. Como se, a qualquer momento, tudo pudesse explodir.

Na hora do almoço, enquanto todos saíam para comer, aproveitei a chance. Peguei minha credencial e subi até o décimo andar. A tal sala de arquivos. Trancada.

Mas, curiosamente, a fechadura estava quase fechada. Um clique e entrou.

*“Isso tá estranho demais.”*

Dentro, o ar pesado carregava um cheiro que parecia mistura de papel velho, poeira e tempo esquecido.

  Tinha um clima silencioso, quase assustador.

Ninguém visitou aquela sala há meses, ou pelo menos era o que diziam nos corredores. Todo esse silêncio fazia a sensação de estar espiando algo proibido ficar ainda mais forte.

  No fundpo da sala, uma caixa aberta chamava atenção, ela tinha documentos espalhados ao redor, como se alguém tivesse tentado procurar por algo ali, Havia coleções de e-mails, fotos de pessoas que trabalharam na empresa, anotações de reuniões que ninguém deveria ver. Cada documento parecia revelar um segredo importante.

Um detalhe especial chamou minha atenção: um nome se repetia com insistência naquela papelada. “Projeto Íris”. Aquela palavra tinha algo de misterioso, quase conspiratório.

Antes que eu pudesse entender o que era aquilo, ouvi passos. E uma voz grave ecoando pela sala:

— Está perdida, Anna?

**Steven**

Ela tinha as mãos firmemente apoiadas em uma pilha de documentos que, na maior parte das empresas, nem gestores de alto nível tinham acesso.

Era uma área reservada, protegida por múltiplas camadas de segurança, e ela parecia completamente confortável ali, como se fosse sua presença mais natural no mundo. Essa cena despertou uma mistura de emoções dentro de mim.

*“Ela desafia tudo. Até minha paciência.”*

— Você costuma invadir lugares restritos no seu intervalo de almoço? — perguntei, com uma voz fria, cercada de calma, como quem tenta manter o controle mesmo diante de uma tempestade.

— Você devia reforçar a segurança, chefe. Qualquer um pode entrar aqui — ela disse, de modo descontraído, mas com uma pontada de provocação.

Sua postura não mostrava medo, nem vergonha. Ela simplesmente continuou ali, olhando-me sem desviar o olhar, como se soubesse exatamente até onde poderia ir sem cruzar uma linha perigosa.

O jeito como ela me enfrentava… era irritante. E sexy pra caralho.

A maneira como ela se posicionava, o jeito com que eu enfrentava, me irritava profundamente. Mas, ao mesmo tempo, ela tinha uma sensualidade que me deixava desconcertado. Era como se sua coragem tivesse um dedo de sedução, uma força que mexia com minhas emoções.

— Saia dessa sala. Agora. Ordenei, controlando minhas emoções com esforço.

Ela deu um passo à frente, sem recuar ou mostrar medo. Mantinha-se firme, e seu corpo parecia me desafiar ainda mais. A caixa de documentos ficou para trás, esquecida por ela, enquanto seus olhos permaneciam fixos nos meus

— Se você não tem nada a esconder, por que tanto nervosismo? — ela disse, com uma voz calma, quase sussurrada, mas trazida de uma consequência que fez o ambiente ficar ainda mais tenso.

— Porque nem tudo nesse prédio diz respeito a você, Anna — respondi, tentando manter a autoridade. Minha voz saiu mais dura do que queria.

Ela sorriu, seca.

— É. Mas tudo nesse prédio parece girar ao seu redor, não é?

Ela passou por mim, roçando o ombro. Provocação pura. Deixando no ar aquele perfume que parecia me perseguir.

Enquanto ela se afastava, eu podia sentir cada músculo tensionado por raiva e desejo .

A sensação de que ela sabia exatamente até onde poderia chegar era grande. Eu tinha que parar aquilo tudo, ou iria perder o controle por completo. Mas, ao mesmo tempo, não podia negar a adrenalina que me consumia, aquela mistura de raiva e desejo que não dava sinais de diminuição.

No silêncio do corredor, minha mente ficou presa às cenas, às palavras não ditas, às provocações implícitas entre nós. Cada segundo parecia se alongar, aumentando o peso da dúvida e do fascínio. Eu sabia que ela tinha poderes que iam além do simples desafiar minha autoridade. E, naquele momento, percebi que ela não era uma inimiga qualquer.

**Anna Lúcia**

Enquanto saía da sala, eu sentia Steven me observando. Sabia que ele estava furioso — mas havia algo mais nos olhos dele. Desejo. Curiosidade. Talvez… medo?

Mais tarde, na minha caixa de entrada pessoal, no meu e-maile vio uma surpresa sem aviso. Uma mensagem anônima,

Sem texto. Apenas uma foto.

Era a caixa da sala de arquivos. E uma imagem borrada… de Steven assinando um contrato.

No rodapé do papel, lia-se:

**“Projeto Íris: Risco Classificado – Confidencial.”**

A legenda abaixo dizia:

**"Ele não é quem você pensa."**

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