Entre Mentiras e Desejos

Entre Mentiras e Desejos

O Encontro Tenso

Anna Lúcia ajustou cuidadosamente seus cabelos cacheados, soltos e livres pelos ombros, logo após levantar da cadeira. Ela sabia que, na correria do dia, um instante para se arrumar fazia diferença.

Passou a mão rápida pela blusa, verificando se tudo estava no lugar, e virou-se para o espelho na parede, ajustando a única joia discreta no pulso. Não era apenas uma questão de aparência, mas uma forma de se sentir mais seguro perante o que a esperava na agenda daquele dia. Antes de sair, pegou sua pasta com documentos importantes, sempre organizados com ordem e método, prontos para enfrentar qualquer imprevisto.

No centro da cidade, sob o sol forte da manhã, a fachada do prédio empresarial reluzia moderna e imponente. Seus grandes espelhos de vidro refletiam intensamente a luz, criando um jogo de reflexos que pareciam dançar na calçada. A luz se espalhava por toda a rua, fazendo cada detalhe parecer mais vibrante, mais vivo.

  Ao redor, as pessoas passavam com pressa, carregando sacolas, bolsas e pastas, cada uma com seu compromisso, cada uma imersa na sua rotina frenética. O som de sirenes e buzinas ecoava longe, lembrando que o ritmo da cidade nunca parava. As pessoas se moviam como uma massa organizada, tão natural quanto o sol que iluminava tudo ao redor. Carros passavam rapidamente, lojas abriam suas portas, e naquele movimento caótico, Anna Lúcia se sentia parte de algo maior, uma engrenagem que não podia deixar de girar.

  Anna Lúcia, aos vinte e seis anos, tinha uma pele parda que refletia sua origem diversa. Seus cabelos longos e cacheados caem naturalmente pelos ombros, dando um toque de liberdade ao visual. Sua postura forte e decidida mostrava que ela sabia onde queria chegar.

   Embora fosse firme ao falar ou agir, escondia uma dependência emocional que tentava esconder dos colegas, como se fosse um segredo guardado a sete chaves.

   Não aceitava ser deixado de lado, sempre buscou mostrar força e determinação. Essa força era o que a sustentava em dias difíceis, mas, por trás daquele olhar de ferro, havia uma fragilidade que ela lutava para esconder. Ela sabia que sua vulnerabilidade poderia ser seu ponto fraco, por isso, se esforçava para aparentar controle.

A sim que ela entrou na sua ária de trabalho ela respirou fundo, tentando se concentrar nas planilhas, permanência focada, seu olhar fixo na tela de seu computador. Os dedos se movem com precisão, organizando relatórios de recursos humanos, planilhas e prazos.

Ela tinha uma habilidade quase cirúrgica para esse trabalho. Cada comando, cada clique, fazia parte de uma rotina que ela dominava com maestria.

  Quando de repente, a porta da sala do RH se abriu com um estrondo, fazendo a moça levantar os olhos.Todos os olhos se voltaram para a entrada, e ela sentiu o coração bater mais rápido, como se o impacto do barulho tivesse travado seu ritmo por um instante.

Ali estava ele: alto, de cabelos escuros impecáveis, olhos verdes penetrantes que pareciam ler cada detalhe dela, e uma aura imponente que fazia o ar parecer mais denso. Steven, o dono do prédio, era uma figura que inspirava respeito e temor ao mesmo tempo. Seu jeito direto e autoritário deixava claro que ele não estava ali para brincadeiras.

— Você é Anna Lúcia? — a voz grave e direta cortou o silêncio, ecoando na sala como um comando.

Anna Lúcia engoliu em seco, sussurrando para si mesma um incentivo silencioso para manter a calma. Tentei parecer firme, apesar do coração acelerado. Sabia que ele era uma figura intimidante, mas não podia deixar transparecer medo. Com a voz um pouco trêmula, ela respondeu:

— Sim, sou eu. Como posso ajudar? — respondeu com firmeza, embora o coração acelerado tentasse traí-la, batendo em um ritmo frenético que quase a fazia perder o foco.

Era como se a presença dele tivesse sido desencadeada uma espécie de desafio interno, uma luta silenciosa entre o medo de se intimidar e o desejo de mostrar força.

— Sou Steven, dono do prédio e responsável por tudo que acontece aqui. — Ele se aproximou, sem perder o olhar fixo nela. Seus olhos verdes brilhavam com uma intensidade que parecia querer penetrar ela  além da superfície,

Aproximadamente dele foi desconcertante, e Anna Lúcia sentiu um impulso quase automático de recuar, de colocar uma distância entre eles. Mas ela se manteve firme, sem dar um passo atrás.

— Soube que você ajuda no RH. Espero que saiba lidar com problemas difíceis. — A última frase foi proferida com um tom que sugeria que ele estava ciente de que sua presença poderia ser um desafio.

Anna Lúcia franziu o cenho, uma expressão de desafio no rosto. A postura mais ereta, a cabeça erguida, era um sinal de que ela não iria se deixar vencer. Decidiu que não iria mostrar fraquezas diante daquele homem forte, que tinha um comando quase selvagem no olhar.

   Ela colocou as mãos nos quadris, numa atitude de defesa, e respondeu com firmeza:

— Problemas são minha especialidade. Mas não costumo me intimidar com... chefes brutos  a parte brutos ela fala mais baixo. — As palavras saíram com um tom de desdém, como se ela estivesse tentando estabelecer seu território.

Steven sorriu de lado disfarçadamente e gostou da faísca no olhar dela e do fato de ela não se ajoelhar na frente de sua presença imponente. Como se essa troca de provocações fosse um jogo, ele partiu na sua direção com uma velocidade calma, quase brincando, sabendo que aquela disputa verbal tinha potencial para se transformar em algo mais.

— Bruto? Talvez. E você, mandona? — a provocação dele veio rápida, quase como um convite para o jogo.

  Ele gostava de ver a resistência dela, queria testar seus limites. Ele gosta do jeito que ela manter a postura.

Ela respirou fundo, soltando o ar lentamente, e cruzou os braços, um gesto que expressava tanto defesa quanto determinação.

— Mandona e dependente. E você, dono do prédio e chato de galochas — respondeu com uma mistura de desafio e liberdade. Mesmo sem querer, um sorriso brincalhão surgiu em seus lábios, uma resposta rápida, uma resposta que mostrava que ela não tinha medo de colocar os pingos nos i. próprio.

Apesar da aparência dura, ela tinha um lado brincalhão — aquela que gostava de desafiar a autoridade, de jogar o jogo até o último lance.

O silêncio entre os dois foi interrompido por uma risada baixa dele, um som inesperado que fez algo dentro dela relaxar, mesmo com a tensão elétrica no ar. Era como se, de repente, a atmosfera ao redor deles tivesse mudado, tornando-se carregada de uma energia palpável.

— Gosto do seu espírito. Mas vou deixar uma coisa clara: aqui, as regras são minhas. E espero que você jogue conforme eu mandar. — A autoridade na voz dele era inegável, mas havia também uma sutileza que a intrigava.

— Eu jogo conforme eu quiser — rebateu ela, um brilho desafiador nos olhos, sentindo-se mais viva do que nunca. A adrenalina corria em suas veias, e a sensação de estar em um campo de batalha a excitava.

Steven deu um passo para frente, diminuindo a distância entre eles, e a voz dele baixou um pouco, quase um sussurro, como se quisesse que apenas ela ouvisse.

— Então vai ser divertido te mostrar quem manda sou eu e em tudo. — As palavras dele carregavam um peso que a fazia sentir um misto de medo e desejo, uma chama que ardia entre eles.

Isadora sentiu o calor subir pelo seu corpo, uma combinação de medo e desejo, mistura que ela não conseguia negar.

    Toda a atmosfera parecia carregar uma eletricidade forte demais para ser ignorada.

 

   A linha entre força e fraqueza, rivalidade e atração, tornava-se cada vez mais tênue, quase indistinta. Cada respiração, cada olhar, parecia alimentá-los ainda mais nesse jogo de poder e sedução que os envolvia, sem que ambos percebessem completamente aonde iriam parar aquela dança de provocações.

— Veremos se você aguenta o jogo, dono de tudo — A resposta dela saiu firme, mas havia um toque de provocação que ela não conseguia esconder.

E assim, entre olhares carregados e provocações sutis, nascia uma batalha — e uma atração — que nenhum dos dois poderia negar. O jogo estava apenas começando, e cada movimento prometia ser mais intenso que o anterior, enquanto o sol da manhã continuava a brilhar lá fora, alheio ao embate que se desenrolava dentro daquelas quatro paredes.

Todos ali presentes na sala perceberão a tensão no ar mais ficaram sem entender nada.

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