Anna Lúcia passou a manhã tentando manter o foco no trabalho, mas sua mente insistia em voltar para Steven. A lembrança dele ainda pairava na sua cabeça, uma presença quase física, como um perfume amadeirado que parecia se impregnar na pele e nunca desaparecer completamente.
Ele tinha um jeito arrogante, isso era inegável. Sua postura, seu sorriso provocador, a forma como se fala como se o mundo devesse respeito a ele — tudo contribui para essa aura de superioridade. Mas, além disso, havia algo mais, uma força brutal que emanava dele, algo que mexia com ela com seus instintos. Ele fazia seu coração acelerar de uma maneira que ela não queria admitir.
Por volta do meio-dia, ela desceu até o refeitório do prédio.deixando o silêncio de seu escritório para trás, caminhou pelos corredores apressados, até chegar ao refeitório do prédio.
O espaço costumava ser silencioso e funcional, mas naquele dia parecia mais caótico, mais carregado de gente, o lugar estava mais movimentado que o normal, e era quase impossível encontrar uma mesa livre.
Carregando sua bandeja com arroz, frango grelhado e suco de maracujá, Anna procurava um lugar até ouvir aquela voz.
— Aqui está livre. Se não se importar com companhia mandona. A frase saiu em um tom de brincadeira, porém incluía de um desafio que ela conhecia bem.
Steven, estava sentado em uma mesa de canto sozinho, sorriu com aquele ar de desafio típico dele. Estava com um copo de café à sua frente e o paletó suspenso na cadeira ao lado. A camisa branca, arregaçada até os antebraços, revelava músculos bem definidos e tatuagens discretas e provocantes que ele tinha.
Anna hesitou. Sabia que sentar ali poderia transformar o momento em uma batalha de palavras ou, pior ainda, criar uma situação embaraçosa. Cada gesto de Steven, cada olhar, carregava uma intensidade que poderia facilmente escalar para um conflito. Mas ela era teimosa demais para recuar. Não queria mostrar que se intimidava por ele ou que seu jogo a afetava.
— Prefiro companhia bruta a ficar em pé — respondeu, sentando-se com elegância. Sua voz carregava calma e uma ponta de desafio, como se estivesse dizendo que não ia se deixar dominar por ele.
Ele riu baixo, observando cada movimento dela com atenção. Seus olhos verdes, intensos, sinceramente perfurava buscando alguma resposta, algum sinal de fraqueza. Ele gostava do contraste dela: a mulher que tinha a coragem de enfrentá-lo, que não se deixava intimidar pelo seu comportamento arrogante, mas que, ao mesmo tempo, tinha uma beleza que misturava força e delicadeza.
— Você não é como as outras pessoas aqui — ele disse, com um sorriso malicioso. — A maioria tenta me agradar, fingindo ser algo que não é. Você, pelo ao contrário, prefere me desafiar.
— Talvez porque eu não esteja aqui pra te agradar ela respondeu, com segurança.
— Quero é fazer o meu trabalho, sem drama ou complicações. Não quero brincar de joguinhos.
Steven inclinou-se um pouco para frente, deixando o corpo em uma postura que indicava interesse genuíno, quase como se estivesse se aproximando de uma presa. Seus olhos verdes eram mais intensos, fixos nos dela.
— Pena que você já virou meu drama favorito, Anna Lúcia — disse, numa voz baixa, cheia de malícia. Cada palavra soava como uma provocação, um aviso de que ele gostava do desafio, mesmo que fosse perigoso.
Ela sentiu um arrepio percorreu sua espinha, como se uma corrente elétrica tivesse passado por seu corpo. Tentou disfarçar, levando o garfo até a boca, desviando o olhar por um instante. Mas era inútil. Steven tinha esse poder de desarmá-la com apenas um olhar, e, ao mesmo tempo, provocá-la com sua voz cheia de charme e arrogância.
— E você virou meu incômodo — disse, quase sem pensar.
A tensão entre os dois se intensificou. As trocas afiadas agora tinham um subtexto ardente, não mais apenas disputa de poder. Estavam flertando com o perigo — e sabiam disso.
Steven se recostou na cadeira, olhando-a de cima a baixo e deu um sorriso satisfeito.
— Gosto de mulheres com personalidade. Principalmente quando elas tentam me desafiar… até perder o controle.
Anna sorriu com deboche, mas o calor em seu peito não era brincadeira.Era algo mais profundo, algo que ela não queria admitir com facilidade.
— Quem disse que eu perco o controle? — questionou, uma sobrancelha levantada, como quem desafiou ele a provar o contrário.
Ele levou o café aos lábios, mantendo o olhar fixo no dela.
— Ainda não perdeu — ele disse, calmo. — Mas, pode apostar, que vai.. ele fala todo arrogante
Naquele instante, entre as bandejas de comida e o brilho perigoso nos olhos de ambos, ficou claro que o jogo entre eles tinha apenas começado. Aquele confronto de olhares, palavras e gestos carregava uma carga que ia além do simples embate de egos. Era uma troca de fogo que elevava a temperatura do ambiente. Ambos queriam seguir até o fim, mesmo sabendo que o risco era grande. Eles sabiam que, ao brincar com esses sentimentos, poderiam se perder — e talvez nunca mais encontrarem o caminho de volta.
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Atualizado até capítulo 22
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