Quebrando a Resistência

O som dos saltos de Valentina ecoava pelo chão frio de mármore, marcando cada passo como se fosse um compasso de tortura e desejo. Aurora estava ali, de pé, com as mãos ainda presas acima da cabeça pela corrente de couro. Seu corpo tremia, coberto de marcas vermelhas — lembranças vivas da noite anterior. Cada roxo, cada linha avermelhada, cada arranhão era uma prova silenciosa da guerra que ela lutava contra si mesma.

E estava perdendo.

Valentina parou atrás dela, segurando o queixo da ômega, forçando-a a olhar o próprio reflexo no espelho de corpo inteiro que tomava a parede da frente. Aurora viu sua imagem: os olhos úmidos, o corpo marcado, as pernas trêmulas, a pele arrepiada. E atrás dela, a figura impecável da alfa, de terno preto alinhado, gravata vinho solta no pescoço, mangas da camisa arregaçadas, revelando os antebraços tatuados. A visão era uma mistura de inferno e paraíso.

— Olhe bem, piccola — a voz de Valentina era grave, rouca, arranhando a espinha de Aurora. — Veja no que eu estou te transformando.

Ela deslizou a mão pela lateral do corpo da ômega, lenta, possessiva, deixando um rastro de arrepios. Quando sua mão encontrou o quadril dela, apertou com força, trazendo-a mais para perto de si.

— Você acha que ainda tem escolha? — perguntou, deslizando a outra mão para o pescoço da ômega, pressionando de leve, não para sufocar, mas apenas para lembrar quem estava no controle.

Aurora apertou os olhos, mordendo o lábio com força. Seu corpo reagia antes que sua mente pudesse processar qualquer pensamento racional. A excitação estava evidente no cheiro doce e picante que se espalhava pela sala, mesclando-se com o aroma amadeirado e dominante de Valentina, que a envolvia como uma teia.

— Vai... se... ferrar... — tentou rosnar, mas sua voz saiu falha, fraca, trêmula.

Valentina riu, um som baixo, rouco, perigosamente sensual.

— Adoro quando você tenta resistir... — Ela deslizou os lábios pela nuca da ômega, depositando mordidas leves, provocando — ...mas seu corpo me conta uma história diferente, piccola.

Sem aviso, Valentina puxou a corrente, forçando Aurora a se inclinar para frente, deixando-a exposta. A alfa caminhou até a mesa lateral, de onde pegou um chicote de couro trançado, fino, preciso, feito para doer... e para marcar.

Ela passou a ponta do chicote lentamente pela coluna da ômega, que estremeceu.

— Vamos fazer um acordo, piccola... — Valentina girou o chicote no ar, fazendo-o assobiar. — A cada vez que você tentar mentir pra mim... ou pra você mesma... eu vou te lembrar quem você é.

O primeiro estalo veio seco, rápido, atravessando o silêncio. A pele de Aurora queimou instantaneamente, deixando uma linha vermelha que latejava de dor... e prazer.

— Um — rosnou Valentina, andando em volta dela, analisando seu corpo como um predador faz com a presa.

Aurora arqueou o corpo, soltando um gemido involuntário, que tentou transformar em um grunhido de raiva. Mas já não sabia se estava lutando contra Valentina... ou contra si mesma.

O segundo golpe veio cruzando o primeiro, desenhando uma cruz na pele dela. A dor era nítida, aguda, mas misturada a uma onda avassaladora de desejo que explodia em cada terminação nervosa.

— Dois. — Valentina sorriu. — Conta pra mim, piccola... você sente mais dor... ou mais prazer?

Aurora apertou os olhos, lágrimas escorrendo, mordendo o lábio até quase sangrar, tentando não ceder. Mas seu corpo tremia, os joelhos quase cedendo.

Valentina jogou o chicote no chão, caminhando até ela, segurando novamente seu queixo.

— Sabe o que eu vejo quando olho pra você? — Sua voz era um sussurro rouco, o hálito quente roçando o rosto de Aurora. — Vejo uma ômega que nasceu para ser marcada... domada... possuída.

Ela lambeu lentamente a linha do maxilar da ômega, até alcançar sua glândula, pulsando desesperadamente.

— Você sente isso, não sente? — Valentina pressionou os dentes levemente contra a pele sensível. — Seu corpo implorando pela minha marca... pela minha posse.

Aurora soltou um soluço baixo, balançando a cabeça, negando... ou tentando negar o inegável.

— Não... — sussurrou, mas soou mais como um pedido do que uma recusa.

Valentina apertou seu quadril, colando seus corpos.

— Você já é minha, piccola... — Sua voz era pura lava, quente, derretendo qualquer resquício de resistência. — E quando eu decidir... você vai usar a minha marca nesse lindo pescoço.

Ela se afastou apenas o suficiente para olhar nos olhos da ômega.

— Até lá... vou quebrar cada pedaço da sua resistência. Vou te fazer implorar... de joelhos... pedindo pra ser minha.

Valentina soltou a corrente que prendia os pulsos dela. Aurora desabou de joelhos, sem forças. A alfa segurou seus cabelos, puxando para trás, forçando-a a olhar novamente.

— O jogo começou, piccola... — Ela sorriu, cruel, dominante. — E adivinha? Eu nunca perco.

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!