O silêncio da sala era preenchido apenas pela respiração pesada de Aurora. Seu corpo tremia, não sabia mais se era pelo medo, pela excitação ou pelos dois se fundindo em algo muito mais complexo e perigoso. Cada parte sua gritava para fugir, para não ceder, mas seu corpo... seu corpo já tinha traído sua mente há muito tempo.
Valentina segurava seu queixo, forçando-a a manter os olhos abertos, encarando o próprio reflexo no espelho. A imagem que via parecia uma versão distorcida de si mesma — cabelos bagunçados, bochechas coradas, lábios entreabertos, o corpo marcado e vulnerável, estendido, preso, completamente exposto à alfa.
E Valentina... Deus, Valentina parecia saída de um pesadelo e de uma fantasia ao mesmo tempo. Elegante, dominante, com aqueles olhos âmbar que mais pareciam brasas queimando lentamente. A alfa exalava controle. Poder. E desejo.
— Olhe para você — Valentina sussurrou, a voz grave vibrando contra a pele de Aurora. — Tão insolente na boca... e tão obediente no corpo.
Ela soltou lentamente o queixo da ômega, deslizando a mão pela linha do pescoço até o colo, pressionando de leve, apenas o suficiente para fazer Aurora sentir a força, o controle absoluto que aquela mulher tinha sobre ela.
— Sabe, piccola... — Valentina aproximou os lábios da orelha de Aurora, mordiscando levemente. — Eu deveria te punir por cada foto, cada passo que você deu no meu território. Mas... — Sua mão desceu, apertando com firmeza a parte interna da coxa da ômega, que estremeceu com o contato — ...acho que você vai aprender melhor de outro jeito.
Valentina se afastou alguns passos, indo até a parede onde pendiam algumas algemas e objetos de couro. Escolheu uma vara de bambu, fina, flexível, que arqueou no ar quando ela testou sua elasticidade.
O som do ar sendo cortado pelo bambu fez Aurora se encolher involuntariamente.
— Não... — sussurrou, mais para si mesma do que para a alfa.
Valentina arqueou uma sobrancelha, caminhando lentamente de volta, batendo a vara contra a palma da mão.
— Oh, mas sim — respondeu, com aquele sorriso perigosamente lindo. — Você vai aprender que cada ação tem uma consequência. E aqui... eu sou a lei.
Ela parou atrás de Aurora, passando a ponta da vara lentamente pela coluna dela, descendo até a curva da lombar.
— Dez — anunciou. — Dez para começar. E você vai contar, piccola. Se errar... começamos de novo.
Aurora apertou os olhos, o corpo inteiro tenso.
— Vai se ferrar, Valentina... — rosnou, mesmo sabendo que isso só pioraria tudo.
O primeiro golpe veio rápido. Um estalo limpo, ardido, que fez Aurora arquear o corpo, soltando um gemido agudo.
— Um — sussurrou, quase com raiva, mordendo o lábio para não soltar outro som.
Valentina sorriu satisfeita.
— Boa garota.
O segundo foi mais firme, cruzando o primeiro, deixando a pele já marcada, quente, pulsante.
— Dois — saiu como um rosnado, com as pernas já trêmulas.
Cada golpe fazia sua pele queimar, seus sentidos se embaralharem. E, para seu próprio horror, a cada estalo, algo mais fundo dentro dela despertava. Um desejo bruto, cru, que ela nunca tinha sentido antes. Seu cheiro começava a se intensificar no ambiente, misturando-se com o feromônio denso e possessivo de Valentina.
No sétimo golpe, Aurora já estava arqueando os quadris contra o nada, ofegante, os joelhos quase cedendo.
— Sete... — gemeu, a voz falhando.
Valentina largou a vara, passando a mão pelas marcas vermelhas, apertando de leve, arrancando outro gemido da ômega.
— Você sente isso? — Sua voz era um sussurro rouco, arranhando a alma de Aurora. — Seu corpo respondendo. Implorando. Você nasceu para isso, piccola. Para ser guiada, controlada... domada.
Aurora mordeu o lábio com tanta força que quase se machucou, lutando contra cada impulso que surgia dentro de si.
Mas Valentina não dava trégua.
Segurou a corrente que prendia os pulsos dela, abaixando-a até que Aurora ficasse de joelhos, ainda com os braços presos, mas agora numa posição submissa, olhando para cima, diretamente nos olhos da alfa.
— Assim é melhor — comentou Valentina, passando o polegar pela linha dos lábios da ômega. — Você fica linda ajoelhada pra mim.
Ela tirou lentamente as luvas, dobrando-as com precisão, colocando-as sobre a mesa, como se estivesse desmontando uma arma. Depois, desabotoou o terno, jogando a jaqueta para trás, revelando a gravata vinho apertada no colarinho branco.
Se agachou diante de Aurora, segurando o queixo dela com mais firmeza, obrigando-a a manter o olhar.
— Você acha que ainda tem escolha, piccola? — Seus olhos queimavam, dourados, selvagens. — Você já é minha. Só falta... aceitar.
A alfa roçou os lábios nos dela, sem beijar de fato, apenas provocando, sentindo a respiração trêmula da ômega contra sua boca.
— Eu vou quebrar você — prometeu, com uma voz tão baixa que parecia uma prece sombria. — E no dia que você implorar pela minha marca... será o dia em que nunca mais será livre.
Aurora fechou os olhos, as lágrimas ameaçando cair. Não de tristeza. Nem de dor. Mas do desespero em saber que, talvez... talvez ela já quisesse exatamente isso.
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Atualizado até capítulo 30
Comments
Nilva Vieira Santos
essa é a segunda história sua que eu estou lendo e é muito boa as 2
2025-06-07
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