O Jogo Começou

O silêncio era uma faca afiada cortando o ar, pesada, sufocante. Aurora estava de joelhos, os pulsos ainda presos pelas correntes de couro que pendiam do teto. Seu peito subia e descia com força, tentando puxar ar, tentando processar tudo, mas era impossível.

Valentina estava ali, à sua frente, de joelhos também, como uma fera pronta para o ataque, com aqueles olhos dourados queimando, dominando, despindo a alma e a razão de Aurora, pedaço por pedaço.

A alfa segurou seu queixo, forçando-a a encará-la de perto, tão perto que Aurora podia sentir o cheiro amadeirado e picante que Valentina exalava — um cheiro forte, másculo, viciante, que fazia seu corpo inteiro reagir sem sua permissão.

— Olhe para mim, piccola. — A voz de Valentina era grave, arrastada, cheia de promessas perigosas. — Você está exatamente onde eu sempre soube que pertencia.

Aurora tentou virar o rosto, resistir, mas Valentina segurou mais firme, apertando sua mandíbula até que ela não tivesse escolha a não ser olhar.

— Você acha que ainda tem controle, não é? — Ela sorriu, arrastando o polegar devagar pela linha dos lábios da ômega. — Seu corpo já me pertence, mesmo que sua boca ainda tente me negar.

Aurora apertou os olhos, lutando contra as lágrimas que ameaçavam cair, não de dor, mas de frustração. De impotência. De desejo. Porque, maldita seja, ela odiava admitir... mas aquela alfa estava certa. Cada fibra do seu corpo ardia, implorava, clamava por mais daquele toque, daquele comando, daquela presença.

Valentina se aproximou mais, até que suas testas se tocassem. Respirou fundo, inalando o cheiro doce e amadeirado que a ômega exalava, misturado agora com traços claros de excitação e submissão.

— Sabe o que mais me excita em você, piccola? — sussurrou, deslizando as mãos pelas coxas dela, apertando com força, marcando. — É esse fogo. Essa resistência inútil. Esse jeito de querer lutar contra o que você é... contra o que eu te faço ser.

A alfa puxou o nó da gravata lentamente, mantendo os olhos fixos nos de Aurora, que acompanhava cada movimento, cada segundo, como se aquilo fosse uma sentença.

Quando a gravata se soltou, Valentina a passou ao redor do pescoço da ômega, apertando devagar, sem sufocar, apenas o suficiente para que Aurora sentisse — de forma clara — quem estava no controle ali.

— Essa gravata... — Valentina falou, puxando-a um pouco para trás, forçando Aurora a inclinar a cabeça. — Vai ser o lembrete, cada vez que eu olhar pra você... que, debaixo desse corpo teimoso, existe uma pequena ômega implorando para ser domada.

Aurora arfou, mordendo o lábio, o corpo inteiro tremendo. As lágrimas agora escorriam, mas ela não sabia mais se eram de raiva, de prazer ou de pura confusão interna. Tudo nela parecia queimando, colapsando, implodindo.

— Eu... eu te odeio... — sussurrou, com a voz falha.

Valentina sorriu, um sorriso torto, cruel e sensual.

— Você odeia... porque me deseja. — Ela puxou a gravata mais uma vez, obrigando Aurora a se arrastar de joelhos até seus quadris. — E sabe, piccola... desejo é uma arma muito mais poderosa do que o amor.

A alfa segurou o rosto dela com ambas as mãos, puxando, esmagando sua boca num beijo bruto, possessivo, selvagem. Não havia espaço para doçura, para delicadeza. Era domínio puro. Fome. Fera.

Aurora tentou resistir, tentou manter os lábios cerrados, mas Valentina apertou sua mandíbula até que ela cedeu, abrindo a boca, permitindo a invasão da alfa, que explorou cada centímetro, cada suspiro, roubando o ar, roubando a sanidade.

Quando Valentina se afastou, puxou a gravata de volta, obrigando Aurora a tombar a cabeça para trás, expondo o pescoço — aquele pedaço sensível, vulnerável, onde latejava sua glândula ômega, pulsando, implorando pela mordida que ela jurava que nunca aceitaria.

— Olha como você fica linda assim... — sussurrou, passando a ponta da língua pela junção do pescoço da ômega, fazendo-a arquear o corpo, os olhos revirando. — Tão entregue... tão minha.

Valentina segurou a corrente, forçando Aurora a se levantar, mesmo com as pernas bambas, até que ficasse em pé, de costas para ela. Puxou seus braços para trás, apertando a corrente, fazendo o peito da ômega se projetar para frente.

— Agora, piccola... você vai entender o que significa realmente... estar sob o meu comando.

A alfa deslizou as mãos pela cintura dela, apertando, arranhando devagar, até alcançar a base da coluna, onde pressionou os polegares, arrancando um gemido da ômega.

— E se tentar fugir... — Valentina mordeu de leve o ombro dela — ...eu vou te caçar. Onde quer que você esteja. Porque, de hoje em diante... — Ela lambeu lentamente a pele marcada — ...você é minha. E eu não perco... nada que me pertence.

Aurora fechou os olhos, mordendo o lábio, as pernas trêmulas. Ela não sabia se chorava, se gemia ou se implorava. A única coisa que sabia... era que aquela alfa estava destruindo tudo o que ela achava que era.

E talvez... só talvez... ela começasse a querer ser destruída.

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