A Loba e Sua Presa

Aurora puxava o ar com dificuldade. As correntes rangiam a cada tentativa fracassada de se soltar, seus pulsos já começavam a ficar sensíveis contra o couro firme que a prendia. A alfa diante dela andava em círculos lentos, como uma loba rodeando sua presa, estudando cada detalhe, cada reação.

O salto de Valentina batia ritmado no chão, misturado ao som do próprio sangue de Aurora martelando em seus ouvidos. Ela não sabia o que doía mais: o medo crescente ou o desconforto desconcertante de um desejo que teimava em crescer, escondido sob as camadas de negação.

— Você realmente achou que podia brincar comigo, pequena ômega? — Valentina murmurou, deixando sua voz arranhar como veludo e lâmina ao mesmo tempo. — Seguir meus homens. Fotografar meus negócios. Invadir o meu mundo…

Ela parou atrás de Aurora, tão perto que a ômega podia sentir seu calor. Valentina segurou a corrente com uma mão, puxando-a levemente para trás, forçando o corpo de Aurora a se esticar ainda mais, expondo a curvatura de suas costas, seu pescoço, sua fragilidade.

— Insolente… — sussurrou rente ao ouvido dela, fazendo-a estremecer.

— Eu… eu não tenho medo de você! — rebateu Aurora, mesmo que sua voz falhasse, mesmo que seu corpo a traísse, arrepiado, sensível.

Valentina soltou uma risada baixa, debochada, segurando o queixo de Aurora e forçando-a a olhar para seu reflexo no grande espelho na parede à frente.

— Ah, pequena... seu cheiro diz o contrário.

De fato, o perfume adocicado que começava a se espalhar no ambiente denunciava que o corpo da ômega reagia, mesmo contra sua vontade. Seu instinto gritava submissão, provocando um conflito feroz com sua mente racional.

Valentina se afastou alguns passos e abriu um armário discreto na lateral da sala. De lá, puxou um chicote de couro trançado, com detalhes em metal nas pontas. Deslizou os dedos sobre ele, testando o peso, observando Aurora pelo espelho.

— Aqui... você vai aprender sobre respeito. — A alfa estalou o chicote no ar, fazendo Aurora sobressaltar, o som cortando o silêncio como uma lâmina.

— Não se atreva... — A voz de Aurora tremia, mas havia mais raiva que medo nela. Ela odiava como aquela alfa a fazia se sentir. Vulnerável. Pequena. Frágil. E, pior... excitada.

Valentina se aproximou novamente, passando o cabo do chicote pela coxa de Aurora, subindo lentamente até sua cintura.

— Você sabe... — disse, com um tom quase carinhoso, porém cruel — ...que poderia simplesmente gritar a palavra de segurança. Eu colocaria você no chão. Daria água. Talvez um pouco de conforto. — Seus olhos dourados brilharam. — Mas nós duas sabemos que não é isso que você quer, não é, piccola?

Aurora apertou os olhos, mordendo o lábio com força, sem conseguir responder.

O primeiro estalo veio. Preciso. Firme. Não para machucá-la profundamente, mas para marcar. A ponta do couro bateu na parte interna da coxa de Aurora, arrancando dela um gemido que misturava dor, surpresa e... prazer.

Ela ofegou, o rosto queimando de vergonha, mas seu corpo já tremia de uma forma que não conseguia mais controlar.

— Alfa maldita... — rosnou, puxando as correntes, mas elas não cederam.

— Sim, eu sou — respondeu Valentina, sorrindo com dentes à mostra. — E você, ômega insolente, é minha agora. Até que eu decida o contrário.

Outro estalo. Dessa vez, na parte lateral das nádegas, fazendo Aurora arquear o corpo, sua pele já começando a corar nas marcas do couro.

— Você é teimosa — comentou Valentina, deslizando os dedos pela marca recém-feita. Seus toques eram frios, controlados, contrastando com o calor que crescia sob a pele da ômega. — Eu gosto disso. Vai ser divertido quebrar você… aos poucos.

Valentina largou o chicote e passou a mão pelo queixo de Aurora, puxando seu rosto para trás até seus lábios roçarem sua orelha.

— Você acha que está aqui só porque me provocou? — Sua voz se tornou ainda mais rouca, mais grave, exalando feromônios que inundavam o ar, sufocando os sentidos de Aurora. — Não, pequena. Você está aqui... porque o seu cheiro me enlouquece. Porque desde que eu olhei sua foto, eu sabia... você nasceu pra estar presa sob meu comando.

Aurora gemeu, não de dor, mas de puro conflito. Seus instintos gritavam submissão, enquanto sua mente lutava, desesperada, para não ceder. Mas era inútil. O cheiro de Valentina, sua presença, sua voz, tudo parecia desenhado para quebrar suas defesas.

Valentina segurou o queixo da ômega, obrigando-a a olhar novamente para o espelho.

— Olhe. Veja como você reage a mim... — sussurrou, deslizando a mão pela curva da cintura dela, até apertar firme sua coxa. — Uma boca insolente... mas um corpo que geme pela minha atenção.

Aurora tentou fechar os olhos, mas Valentina apertou mais forte seu rosto.

— Abra. — A voz da alfa não admitia questionamento.

Ela obedeceu. Sem saber se por medo, desejo... ou os dois.

— Isso... — Valentina roçou os lábios na bochecha dela, respirando fundo, deixando seus dentes tocarem levemente sua pele. — Eu poderia marcar você agora mesmo... — Sua língua deslizou até a junção do pescoço, onde a glândula pulsava. — Uma mordida. Uma só... e você seria minha.

Aurora estremeceu violentamente, apertando os olhos, as pernas tremendo.

— Não... — tentou dizer, mas saiu fraco, desconexo.

Valentina sorriu, apertando os quadris dela, puxando-a contra seu próprio corpo, deixando Aurora sentir a dureza do terno, o calor do corpo alfa e a promessa de algo muito mais perigoso.

— Não…? — sussurrou, lambendo devagar a pele sensível do pescoço dela. — Então lute. Mostre que você consegue me resistir, piccola.

Mas ambas sabiam, no fundo, que aquela batalha... já estava perdida.

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Comments

☆cu do channie☆

☆cu do channie☆

hummm....
SADOMASOQUIST-

2025-06-22

2

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