A madrugada caiu sobre a mansão como um véu espesso. Mesmo cercada por mármore e luxo, eu me sentia mais como uma peça presa em uma gaiola de ouro.
Uma prisão é uma prisão, mesmo que tenha lençóis egípcios e cortinas de seda.
Passei horas olhando pela janela do quarto. A vista dava para os jardins, iluminados por luzes suaves, como se tudo ali fosse cuidadosamente construído para fingir paz. Mas eu sabia. Debaixo daquela beleza vivia um mundo de ordens silenciosas, homens armados e pecados que não podiam ser lavados com nenhuma quantia de dinheiro.
Eu estava no centro da teia de Aslan Amaral.
E pior: parte de mim começava a aceitar isso.
Na manhã seguinte, ele me esperava na varanda dos fundos. Camisa branca dobrada nos cotovelos, calça escura, olhar perdido no horizonte. Quando me viu, sorriu de lado — aquele sorriso perigoso que parecia saber demais.
— Dormiu?
— O suficiente para lembrar que ainda sou sua refém — respondi, cruzando os braços.
Ele riu, com o olhar pregado em mim. — Gosto do seu fogo. A maioria já estaria implorando para ir embora.
— Talvez eu esteja me preparando para fugir.
— Você não vai.
O silêncio que se seguiu foi quase um desafio.
— Está muito confiante — rebati. — Acha mesmo que vou aceitar esse pacto?
— Acho que você já aceitou. Só não percebeu ainda.
Me sentei em frente a ele, tentando não deixar que meu corpo traísse a tensão que eu sentia por dentro. Cada palavra dele era uma armadilha. E mesmo assim, eu continuava ouvindo.
— E se eu disser que quero ir embora agora?
Ele se inclinou, devagar, apoiando os cotovelos na mesa. — Você pode tentar. Mas lá fora, Ayla, tem gente esperando por você com intenções bem diferentes das minhas. Comigo, você pode ser forte. Lá fora... você é só mais um alvo.
Fechei os olhos por um instante. Queria acreditar que ainda tinha controle da minha vida. Mas a verdade era que Mateus me arrastou para esse mundo, e agora eu não sabia mais onde começava a proteção e onde terminava o domínio.
— Por que você se importa tanto? — perguntei. — Por que não me entrega de vez?
Ele não respondeu de imediato. Quando falou, sua voz estava mais baixa. Mais perigosa.
— Porque há algo em você que me fascina. Você não é como os outros. E eu sou um homem que gosta de possuir o que o mundo não pode tocar.
Engoli em seco.
— Isso não é proteção. Isso é obsessão.
— Talvez seja. — Ele se levantou, andando até mim. — Mas é sincera. E, acredite, Ayla... você vai preferir a obsessão de um leão à fome de um bando de lobos.
Ele parou atrás de mim. Podia sentir sua presença, seu calor. O ar entre nós ficou denso, carregado de tudo o que não era dito.
— Aceite meu pacto — ele sussurrou. — E nada te tocará sem a minha permissão. Nem dor... nem prazer.
Minha pele arrepiou, como se as palavras dele tivessem peso físico.
Eu devia fugir. Correr. Gritar.
Mas quando me levantei e virei para encará-lo, não havia mais medo nos meus olhos. Havia algo novo. Algo que ele despertou.
— Eu ainda sou minha — murmurei. — Mas... talvez você possa descobrir o que fazer com isso.
Ele sorriu. Lento. Predador.
Naquele instante, eu soube.
Eu não estava mais livre. Estava nas garras do leão. E o pior de tudo… é que eu queria estar.
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oii amores espero que estejam a gostar esse é meu primeiro livro esperai que gostem curtam aí e sigam-me para mais
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Atualizado até capítulo 40
Comments
Claudia Magda de Paula Maia
pra seu primeiro romance,tá indo bem
2025-05-27
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