Preciso de Ti

Preciso de Ti

Voltando para casa

...Capítulo 1...

Lindsay Smith fez careta mais uma vez ao passar pela rua principal da cidade de Deadwood, onde ela passara a maior parte de sua infância e ficar adolescente para cair fora dali, mas infelizmente estava novamente ali. Deadwood ficava em Dakota do Sul, uma cidade bem pequena, com não mais que 2.000 habitantes. Como aconteceu nas outras partes do estado de Dakota do Sul (South Dakota), a cidade foi povoada pelos índios em um primeiro momento, e em seguida vieram os homens brancos á procura de ouro que tinha sido encontrado nas montanhas negras. Dai então. Se instalaram os bordeis, salões, casas de jogos etc.

A cidade também ficou conhecida por ter sido o local onde o pistoleiro e olheiro Will Bill foi assassinado em 1876 enquanto jogava pôquer em um salão local. Ocorreram vários incêndios na cidade, mas ela tem sido recuperada e mantida a aparência de uma cidade do velho-oeste.

Mas Deadwood não é só faroeste. Na cidade existem inúmeras trilhas para caminhadas, mountain bike e passeios a cavalo. Há um ônibus de turismo que roda a cidade e você paga 1 dólar para fazer esse passeio. E pelo jeito estava tendo um festival de rock (Deadwood Jam) com várias bandas e vários motociclistas estavam na cidade.

Ao pensar que nunca mais voltaria ali, mas não poderia ficar onde estava. Estava fugindo do seu ex-namorado e precisava mesmo ficar em um lugar que sabia que estaria segura. Havia feito escolhas erradas nesses últimos meses e agora estava realmente querendo acertar suas decisões erradas.

Há uma semana havia ligado para os seus pais e resolvera se abrir para eles o que estava acontecendo e por fim sua mãe acabara aceitando a de volta. Sabia que não merecia nada daquilo e muito menos ajuda de seus pais, porém, naquele momento eles entendiam o seu ponto de vista já que a queria de volta a muito tempo. Sairá da casa de seus pais quando tinha dezenove anos aceitando ser modelo de uma revista, no começo estava indo muito bem, tinha conseguido ser o que tanto queria e conseguira arrumar um lugar bacana para morar que alias tinha uma grande amiga que aceitara morar com ela para ajudar nas despesas do apartamento.

Quando estava fazendo umas fotos para a capa da revista, conhecera Pierre um homem muito bonito, bem-sucedido. Como era uma jovem tola e sem experiencia nenhuma acabou caindo nas armadilhas de Pierre, passou a namorar com ele, durante um ano juntos viveram mil maravilhas até que Pierre começou a agir diferente com ela, ficava a maior parte do tempo distante e mal-humorado. Há um seis meses ela vinha aguentando o mau comportamento dele, chegara a levar uns tapas dele por enfrenta-lo.

Odiava só de pensar em como conseguira ser tão forte por aguentar aquele tipo de pessoa por seis meses. Cansada de viver daquela maneira resolvera fugir sem dizer aonde estava indo, tinha medo de ser encontrada, já que Pierre a ameaçará várias vezes de que se ela se atrevesse ir embora ele a mataria.

No começou pensou em não fazer isso, mais a cada dia que passava estava sendo torturada e quase se recusava a ir aos ensaios fotográficos por causa dos hematomas que vinha ganhando aos poucos. Estava se perdendo como modelo, e estava começando a ficar sem grana para se sustentar, então resolvera que estava na hora de virar o jogo.

Ela dirigiu com cuidado pela rua, e só então parou para observar a rua que haviam fechado para uma apresentação. Ao saloon No.10 quase todos os dias, na alta temporada, poderá erguer o olhar da cabeça dos turistas degustando um bom file de costela ou qualquer outro prato igualmente regional e ver Will Bill, ou alguém que se parece demais com ele, contando sua vida como um homem da lei e pistoleiro, fazendo questão de desmentir, um tanto indelicadamente, os boatos de que teve um caso com Calamity Jane. Se ficar para a apresentação toda, você pode testemunhar o grosseirão Jack McCall se levantar por trás do dono da mão do homem morto e despachá-lo para o outro mundo com dois ou três tiros. E, se por acaso estiver vendo a última do dia, pode acompanhar a ação que vai parar na rua, com McCall sendo preso e levado para o antigo Templo Maçônico, dentro do qual você pode ate se sentar e acompanhar o julgamento.

De modo geral, a justiça na fronteira era tal que você tinha mais chances de ser enforcado por roubar um cavalo do que por matar outra pessoa. Talvez isso explique por que havia tantos tiroteios em Deadwood na época (o que por sua vez pode explicar por que há tantos hoje). Se não puder ir ao No. 10, você pode conferir um na Main Street, todo dia às 14h, 16h e 18h. Nos intervalos, pode passear pelas calçadas, passando por vários outros bares, uma clínica estética ou duas, um salão de degustação de vinho ou dois e um sem-fim de lojas de lembrancinhas.

Sem se importar, seguiu em frente. Seus pais moravam um pouco do centro – Pelo menos era o que lembrava. Ficava numa rua bem escondida e mais um pouco a frente estaria no cemitério.

Parou o carro em frente à casa e sorriu contente por finalmente conseguir chegar ali tranquilamente. Desceu do carro e reparou que a casa continuava do mesmo jeito, ficou ali parada por alguns minutos antes de sair de dentro do carro e ir até a porta da frente, percebeu que o vizinho a observava curioso.

Não estava tão diferente assim para ninguém não a reconhecê-la, afinal só fazia uns seis anos que não aparecia por ali e a única coisa que mudará em si mesma fora a cor do cabelo que antes eram castanhos e agora estavam loiro quase desbotando e estava disposta a trocar a cor logo.

Assim que bateu na porta, veio alguém gritando e quando a porta abriu sorriu forçadamente ao ver sua mãe.

- Oh meu Deus! Pai chega aqui, a nossa Lindsay chegou. – Sua mãe gritou antes de abraçá-la tão confortavelmente.

Mal teve tempo para respirar seu pai veio e a abraçou da mesma força que sua mãe fez. Sentira falta daquilo todos os dias e estava feliz por saber que mesmo que ela tenha feito decisões erradas seus pais ainda a aceitavam do jeito que era.

- Entra querida. E então como vão as coisas? – sua mãe a puxou para dentro, mas antes deu olhada para fora e fechou a porta. – Fique à vontade, querida.

Lindsay olhou em volta e viu que nada ali estava diferente. Seus pais eram mesmo conservadores, a única coisa que estava diferente naquela sala era a TV de tela plana. Por fim, ela sentou-se no sofá e viu que ambos a observava vendo se ela iria dizer alguma coisa.

- Estou bem.

- Seu namorado ainda anda ameaçando? – Seu pai perguntou.

Ela assentiu.

- Sim.

- Querido, não toque num assunto assim com ela. Estamos felizes por ficar com a gente... sentimos muita saudade.

- Eu também. Desculpa não ter vindo aqui antes, mas o meu trabalho era meio que corrido.

- Sem problema. Agora você está aqui.

- Sinto muito por tudo.

Sua mãe se sentou ao seu lado e pegou na sua mão.

- Querida, isso acontece com todo mundo. Você quis viver sua vida e mesmo que não tenha dado certo, sempre estaremos aqui para você.

- Eu sei. E obrigada por me aceitarem.

Sua mãe sorriu toda eufórica.

- Bem, já é quase a hora do jantar e Lindsay venha, vou mostrar o seu quarto.

Lindsay acompanhou sua mãe até o andar de cima e ficou surpresa por ver que iria ficar no mesmo quarto que era seu antes de sair dali. E pelo jeito sua mãe havia mudado pouca coisa por ali. Sua cama continuava ali, os pôsteres das bandas que ela gostava e sua penteadeira com suas maquiagens e alguns ursinhos ainda encontrava num canto.

- Nossa, a senhora deixou tudo do mesmo jeito.

- Ah não quis tirar suas coisas sem saber primeiro. Sabe que sempre gostei das suas coisas.

- Mãe, eu não tenho mais dezoito anos.

- Eu sei.

Lindsay colocou sua bolsa em cima da cama e olhou em volta.

- Se soubesse que iria passar por tudo isso, não teria saído de casa.

- Querida, faz parte da vida. Temos que aprender com os erros... agora sobre esse cara, já não posso dizer o mesmo. – Ela suspirou. – Já deu parte dele para a polícia das ameaçadas?

- Sim.

- Ele não se atreveria em vir aqui?

Ela deu de ombros.

- Não sei.

- Bem, vou deixá-la sozinha. Precisa descansar da viagem. – Sua mãe disse já indo para a porta. – Eu estou feliz por voltar para casa.

Lindsay sorriu ao ver sua mãe feliz, mesmo sabendo que isso não seria permanente. Afinal, estava ali só para ver se as coisas se acalmavam um pouco, não estava muito a fim de ficar naquela cidade por muito tempo, cidades pequenas era um problema muito grande para ela. Todo mundo se conhecia e sabia sobre a vida de cada um.

Cansada demais para fazer qualquer coisa, deitou-se na cama e fixou o olhar para o teto e os papeis de parede estavam a deixando angustiada. Então levantou-se e começou a tirar os pôsteres da parede, quando terminou jogou tudo no lixo. Não queria ficar num quarto que só trazia lembranças de sua infância e adolescência, apesar de ter tido uma ótima infância.

Quando terminou de ajeitar tudo por ali, desceu e encontrou seu pai mexendo num notebook o que achou estranho.

- Oi.

- Lin.

Lindsay sorriu ao ouvi-lo chamá-la assim, sempre gostara de ser chamada daquele jeito pelo seu pai. Se aproximou de onde ele estava e sentou-se.

- Ainda tem trabalhado muito na loja?

- Sim.

- Quer uma ajuda por lá, assim eu poderia... me manter ocupada?

De repente seu pai levantou a cabeça para encará-la surpreso.

- Quer me ajudar na loja?

- Sim.

Ele sorriu.

- Seria ótimo em tê-la comigo na loja.

Lindsay balançou a cabeça, sabia que seu pai  estava mesmo tentando ser legal com ela, afinal quando era adolescente sempre pedira a ele se poderia ajuda-lo na loja e a única coisa que ele sabia lhe dizer era que ela era muito nova para isso e agora estava ali aceitando-a para ajudá-lo. Seu pai tinha uma loja de construção, não era grande coisa, mais era da família a gerações e ficava muito feliz por saber que seu pai ainda mandava bem nos negócios mesmo numa cidade pequena.

- Obrigada, pai.

Ela levantou-se e foi até a cozinha onde sua mãe já começara com o preparo do jantar, se ofereceu para ajudar. Não costumava fazer almoço ou jantar aonde morava, pois Pierre sempre a levava para comer alguma coisa, mais ali era diferente. Sua mordomia acabara e agora teria que voltar a preparar o seu próprio alimento todos os dias, o que era realmente maravilhoso.

Enquanto ajudava sua mãe com algumas coisas, sua mãe ficava falando sobre como fora a vida sem ela por ali. Soube que se ela não estivesse ali agora, eles iriam jantar fora como toda sexta-feira faziam e ficou sem graça por saber que seus pais não eram nada conservados depois que sairá de casa.

Mas ficava feliz por saber que os dois sabiam lidar com as coisas mesmo ela não estando presente, que sua mãe agora tinha coisas que ela nem sabia que sua mãe faria um dia como, fazer crochê e pintar quadros, foi o que a mais deixou encantada. Havia reparado que tinha vários quadros pela casa, mais nunca passaria por sua cabeça que fora mesmo sua mãe que pintara quase todos eles.

Ao terminar de ajudar sua mãe um pouco foi até o carro e tirou sua mala de dentro do carro e levou para dentro, novamente sentiu o olhar dos vizinhos para cima dela. Sem se importa, entrou e levou a mala para cima, aproveitou e foi tomar banho e trocou de roupa.

Deu um suspiro ao ver um hematoma em sua costela, ainda bem que estava bem escondida e ninguém iria notar aquilo, pelo menos ela achava que sim. Quando terminou de se arrumar, desceu e encontrou sua mãe falando com o seu pai sobre alguma coisa, tentara escutar, mas eles notaram sua presença muito rápido.

O jantar foi tranquilo, e ficou na dúvida se eles dois estavam mesmo bem. Afinal passar o jantar todo no silencio não era um sinônimo de estar tudo bem, tratou puxar assunto sobre qualquer coisa.

- Mãe, será que a senhora sabe onde posso arrumar o meu cabelo?

- Ah tem o salão da Jo. Se quiser podemos ir amanhã por lá.

- Ótimo.

- Querida, amanhã tem que buscar o carro... Alex ligou e disse que está pronto. – Seu pai meio que interrompeu.

- Oh é mesmo. Mas nós podemos passar lá no mecânico antes de ir ao salão sem problema nenhum.

- Estão sem carro?

- Sim, já faz uns dois dias. Mas o Alex sabe arrumar carro muito bem...

- Ainda bem que tem mecânico bom por aqui.

Sua mãe sorriu assentindo.

- Ah o nosso Alex é um homem brilhante e muito bem-educado. Você vai adorar conhecê-lo.

- Hum.

- Ele se mudou para cá já faz uns três anos, a mãe dele se divorciou e ficou depressiva. – Ela contou. – Ele achou que morando numa cidade pequena iria fazer bem há ela.

- E está dando resultado?

- Sim. Aprendi fazer crochê com ela.

Lindsay sorriu.

- Isso é bom.

Depois daquele assunto, ficaram em silencio. Assim que o jantar acabou, ela resolveu que iria descansar, mas assim que ficou sozinha no quarto resolveu dar uma olhada no celular e viu que tinha muitas mensagens de Pierre querendo saber onde ela estava, sem se importar desligou o celular. Precisava trocar o número do seu celular para não ser perturbada o dia todo.

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