...Capítulo 2...
No dia seguinte, ela acordou cedo. Passara a noite acordando com medo de estar sendo enforcada ou levando algum soco, mas ao perceber fora apenas um dos pesadelos que ela vinha tendo nessas últimas semanas. Estava começando a ficar maluca com aquela história toda.
Tomou um banho para despertar, colocou uma calça jeans caqui e blusa de linho preta, deixou o cabelo solto e colocou uma bota de salto, maquiou-se porque ela nunca saia para lugar nenhum sem maquiagem. Desceu e viu sua mãe terminando de fazer o café.
- Bom dia!
- Bom dia, querida. Dormiu bem?
- Sim.
- Que bom, tome o seu café e já iremos ao salão. – Sua mãe falou colocando algumas coisas na mesa.
Sem pensar duas vezes, pegou uma xícara e encheu de café, depois serviu-se de um pedaço de bolo. Não era bem isso que costumava comer logo de manhã, mas fazia tanto tempo que não comia um bolo da sua mãe que decidiu aproveitar.
- O que vai fazer no cabelo?
- Bem... quero pintar.
- Por quê?
- Quero mudar o visual.
- Lin você está linda assim. Gostei dessa cor que você está no cabelo, não acha que deveria pensar um pouco.
Ela balançou o cabelo.
- Quero mudar, quero fazer uma nova Lindsay.
- Entendi.
- Onde está o papai?
- Ele deve estar terminando de se arrumar.
- Ah sim, podemos ir com o meu carro. Depois o papai fica com o meu, enquanto vamos buscar o de vocês no mecânico. – Ela sugeriu.
- Ótima ideia.
De repente seu pai apareceu e sua mãe não perdeu em falar sobre sua sugestão em como resolver as coisas para aquele dia.
- Não se importa em me deixar dirigir o seu carro?
- Não.
Na hora de saírem, Lindsay pegou sua bolsa e entregou a chave do seu carro para o seu pai e se sentou no banco de trás deixando ambos surpresos pela atitude dela.
No caminho para o centro foi super-rápido, ficou surpresa por ver que seu pai conseguia dirigir seu carro com perfeição. Assim que ele parou o carro em frente ao salão, observou que seus pais se despediram e só então sorriu e olhou para o salão. Não parecia ser um lugar que ela costumava frequentar, pois sempre que podia ela tinha cabeleireiros e maquiadores a seu dispor o tempo que quisesse. Mas não estava mais na cidade grande, agora estava num lugar onde todo mundo conhecia a sua conta bancária.
Ao entrarem no salão, sua mãe foi logo cumprimentando as mulheres e só então apresentou ela às demais, foi quando reconheceu Amanda. Lembrava dela claramente nos tempos de colégio, era uma garota quieta e sempre estava tentando se enturmar, já que ela sempre fora o centro das atenções por ser alta e magra, e por estar sempre participando de alguns eventos que envolviam ensaios de fotos.
Conseguiu agendar para segunda-feira na parte da manhã, ao saírem do salão, perguntou a sua mãe.
- Aonde fica o mecânico?
- Ah, uns dois quarteirões.
- Sério?
- Querida, não deveria usar esse tipo de calçado por aqui.
Ela bufou.
- Eu sei usar salto alto, e ficaria o dia inteiro se pudesse. – Ela ironizou. – Só não estou acostumada a andar tanto a pé.
Lindsay olhou para sua mãe e teve que admitir, ela admirava muito aquela mulher. Sua mãe estava em boa forma, apesar de ter passado por tanta coisa quando era mais nova e só agora ela pode notar que sua mãe era uma mulher forte, e sempre que olhava para ela via si mesma.
Estavam chegando, já que sua mãe não parava de falar que estavam próximo do local, e teve que dar um suspiro ao ver o lugar. Na frente estava escrito “Way Auto Service “, parecia um lugar agradável.
Notou que sua mãe sorria ao entrar no barracão, havia uns dois carros e mais um estava num lugar alto onde pudesse arrumar com tranquilidade por baixo dele. tinha uns dois caras mexendo num dos carros e uma senhora no caixa que sorriu ao ver sua mãe.
- Olha se não é a nossa querida Meggie. – A mulher de cabelo preto preso num coque e vestia uma calça jeans velha e uma blusa preta com o emblema da loja. – Veio buscar o seu possante?
- Sim.
- Isso é bom.
-Ei, essa é minha filha Lindsay. Querida, essa é a Ana Lucia, foi ela que me ensinou o crochê. – Sua mãe contou.
A tal de Ana Lucia olhou para ela da cabeça aos pés, até que por fim sorriu.
- Prazer em conhecê-la, sua mãe me contou que trabalha como modelo.
- Sim.
A mulher sorriu, só então deu um grito que ela mesma se assustou.
-Alex... Maggie está aqui, veio buscar o carro.
Foi coisa de segundos, um homem apareceu, pensou ser uma pessoa mais velha. Mas se enganou, o tal de Alex era um homem jovem e muito bonito.
- Sra. Smith. – Ele veio de encontro a sua mãe e a abraçou. – Não vou apertar a sua mão, pois sabe como é ne. – Ele disse mostrando a mão suja. – Veio buscar seu possante.
- Sim. Como está?
- Eu vou bem, e sobre o seu carro. – Ele sorriu. – Só para deixar claro, arrumei o que me pediu, mas vi que tem mesmo um problema com aquela peça..., mas não tenho ela aqui.
Maggie balançou a cabeça.
- Sério, Alex.
- Pois é. Posso estar encomendando a peça, mas só faço se a senhora autorizar.
- Então, pode pedir. Sabe que confio em você meu rapaz.
Alex sorriu balançando a cabeça e só então que reparou nela, ficou sem graça.
- Essa é a minha filha Lindsay. Querida, esse é o Alex que te falei.
- Prazer em conhecê-la.
Ela somente sorriu e suspirou. Sabia que não poderia negar a atração que sentiu ao colocar os olhos naquele homem. Ele era bonito, moreno, deve ter cerca de um metro e oitenta pouco, cabelo preto curto, olhos castanhos esverdeados combinando com a barba bem-feita, ele usava uma calça jeans desbotada e suja, camiseta vermelha regata mostrando os braços musculosos que com certeza deveria ter um belo físico.
Observou- o levar a sua mãe até o carro e mostrar há ela o que precisava fazer. Para só então, ele foi até o balcão onde a mãe dele estava e pedir que encomendasse a peça.
- Acho que daqui uns quatro dias a peça já tenha chegado, aí a senhora trás e trocar com o maior prazer.
- Você é um anjo, Alex.
Ele sorriu.
- Que isso. É meu trabalho, sabe que comigo não tem enrolação. – Ele disse, enquanto limpava a mão. – Vou pedir para Erick tirar o carro da senhora para fora.
- Obrigada.
Enquanto ele se afastava, ficou imaginando como que um homem tão bonito estava trabalhando com esse tipo de coisa. Era mesmo um mundo tão estranho, e pelo jeito ele não era comprometido, pois foi a primeira coisa que reparou nele além do físico foi olhar para a mão dele se havia alguma aliança e não tinha.
Observou-o pedir para o tal de Erick que parecia muito com ele, e presumiu ser irmão dele. Sua mãe estava toda sorridente para aquele homem, que parecia ser o centro das atenções.
- Vai jantar lá em casa hoje a noite? – A mãe dele indagou ao se aproximar deles.
Sua mãe olhou para si, e meio que ficou sem graça ao ver que sua mãe queria muito ir. Talvez já estivessem programando isso faz tempo.
- Bem, vou ver com o meu marido.
- Sua filha pode vir, se ela quiser é claro. – A mulher forçou um sorriso para ela. – Nós sempre estamos jantando uma com a outra nos fins de semana.
- Isso é ótimo.
Ela falou e só então percebeu que o cara a olhava, mas não era só ele, o outro rapaz mais novo e mais um cliente que tinha acabado de entrar a olhava também, sabia que costumava chamar atenção, mas não era para tanto.
- Será um prazer jantar fora. – Ela disse para sua mãe não ficar triste.
- Lin...
- Mãe, não precisa ficar se prendendo por minha causa.
Maggie sorriu.
- Isso ela tem razão. Será bem-vinda em minha casa... – a mulher falou e olhou para os dois. – Eu e meus filhos vamos adorar tê-la em casa.
- Obrigada.
- Então nós veremos mais tarde, Maggie. – A mulher olhou novamente para ela da cabeça aos pés e sorriu.
Sua mãe pagou pelo concerto com cartão de crédito e quando o rapaz mais novo lhe trouxe o carro, ela agradeceu e esperou sua mãe se despedir deles.
- Lin, você dirige querida.
- Eu?
- Sim. Você sabe dirigir muito bem, não sabe?
Ela ficou sem graça quando viu que todos olhavam para ela naquele momento. Foi então que notou que o tal de Alex a observava com cara de deboche. Deu um suspiro e foi até o banco do motorista, enquanto sua mãe se sentava no do passageiro.
Deu partida no carro, estava nervosa. O carro dos seus pais não era como o dela mais moderno e aquilo é que a deixava preocupada. Era uma caminhonete antiga e mesmo que fossem iguais aos outros carros tinha dúvida se dava na mesma coisa.
Olhou pelo retrovisor e todo mundo estava observando. Mas que droga! Eles não tinham coisas para fazer não.
Ao sair com o carro lá de dentro, sorriu feliz por conseguir. Era bem estranho, já que seu carro era mais moderno com volante mais mole do que aquele ali. Parou na frente , para ver se não havia carro e ao tentar sair com o carro ele simplesmente se engasgou e morreu. Toda nervosa e sua mãe falando na sua cabeça tentou sair novamente e não obteve sucesso.
- Mãe, para de falar... por favor.
- Me desculpe, mas achei que você sabia dirigir.
- Eu sei dirigir. Como acha que cheguei aqui?
Sem perceber, o tal de Alex apareceu fazendo-a se assustar na janela do carro.
- Tudo bem aí?
- Está sim.
- Não está não. Você nem consegue dirigir o carro.
Lindsay fuzilou sua mãe pela audácia de dizer aquilo ao homem que agora estava rindo da cara dela por dentro.
- Sabe dirigir?
- Eu sei dirigir. – ela disse rangendo e ligou novamente a caminhonete, mas não teve sucesso.
- Tem certeza?
- Querida, acho melhor deixar eu dirigir... seu pai me disse que esse carro tem segredo em algumas coisas...
- Mãe, isso é só um carro, não tem segredo nenhum.
- Olha se quiser posso te ajudar. Ela está com problema na embreagem, então vai ter que precisar pisar bem para entrar na marcha.
- Então você não arrumou o carro. – ela acusou olhando para ele.
Alex franziu as sobrancelhas.
- Teria arrumado se tivesse peça. Maggie espero que não fique chateada por isso, já havia explicado para o seu marido o problema... – ele suspirou. – Mas até a peça chegar dá para usar o carro normalmente... se souber usar.
- Eu sei dirigir tá legal. Não dirigi de Sioux Falls até aqui para escutar alguém que não me conhece e me dizer que não sei dirigir.
- Desculpa. Só achei que deveria saber que esse carro é antigo e não tem nada de automático como os carros que costuma dirigir.
- Ele tem razão querida. Deixa que eu dirijo, já tenho conhecimento do carro.
- Então porque me pediu para dirigir?
- Achei que gostaria de dirigir. – Sua mãe ralhou.
- Nossa mãe. – ela falou descendo do carro, deu uma olhada no tal de Alex que sorria em deboche, quando deu uma olhada para trás os demais também a olhavam como se estivessem gostando da atração toda.
Em apenas um dia sua mãe conseguiu fazê-la passar tamanha humilhação naquela cidade. Sem se importar com nenhum deles, entrou no carro de novo, mas dessa vez no banco do passageiro enquanto sua mãe assumia o posto e de cara amarrada fingiu não escutar o que ela falava com o mecânico.
Assim que sua mãe saiu dali e se afastou um pouco, ficou pensando se realmente estava certa de que deveria ter vindo até ali. Mas sabia que não tinha outro jeito a não ser aguentar tudo aquilo.
- Está brava comigo, Lin?
- Não. Só estou chateada pela humilhação que passei... eu sei dirigir muito bem.
- Eu sei, querida. Mas achei que quisesse dirigir o carro. – Sua mãe disse e sorriu. – O que você achou do Alex?
Lindsay hesitou e respirou fundo antes de responder.
- Ele parece ser arrogante.
- Não. Ele não é arrogante, ele é um rapaz muito bom... é educado e muito bonito. Você não achou?
- Não conheço ele mãe. Para de ficar falando sobre ele... estou fugindo dos homens no momento.
- Ele seria um ótimo partido.
Lindsay fez careta, mas não disse nada. Sua mãe parou o carro em frente a loja do seu pai e ficou feliz por ver que as coisas haviam mudado. Só de saber que seus pais não estavam vivendo na idade da pedra já era bom demais. A frente do local havia mudado um pouco pelo que se lembrava e ao entrar na loja ficou admirada por ver que os negócios estavam indo bem, a mudança nas prateleiras e tudo mais foi a que deixou surpresa e pelo jeito seu pai não trabalhava sozinho, havia um rapaz que o ajudava.
- E aí deu tudo certo? – Seu pai perguntou curioso.
- Sim. Alex vai encomendar a peça que precisa para arrumar a embreagem, pois ele não tem na oficina. – Maggie explicou ao marido.
- Que bom.
- Nossa pai. Fez um ótimo trabalho por aqui.
- Sim.
- Vou poder lhe ajudar?
- Claro. Será bom tê-la por perto.
Ficaram um pouco ali, até sua mãe chamá-la para ir embora, pois teria que fazer o almoço. E dessa vez seu pai pediu que deixasse o carro dele, pois não se sentia bem em andar com o seu carro e ficou feliz por pegar o seu carro novamente e mostrar que sabia dirigir.
Ao chegar em casa, ajudou sua mãe a preparar o almoço, o que foi bem legal. Afinal, não tinha muita coisa para se fazer. Depois do almoço, que só foi as duas, mesmo que almoçou, ajudou sua mãe com a limpeza da cozinha, em seguida foi dar uma arrumada nas suas coisas, seu quarto precisava dar uma melhorada.
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Atualizado até capítulo 21
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