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Preciso de Ti

Voltando para casa

...Capítulo 1...

Lindsay Smith fez careta mais uma vez ao passar pela rua principal da cidade de Deadwood, onde ela passara a maior parte de sua infância e ficar adolescente para cair fora dali, mas infelizmente estava novamente ali. Deadwood ficava em Dakota do Sul, uma cidade bem pequena, com não mais que 2.000 habitantes. Como aconteceu nas outras partes do estado de Dakota do Sul (South Dakota), a cidade foi povoada pelos índios em um primeiro momento, e em seguida vieram os homens brancos á procura de ouro que tinha sido encontrado nas montanhas negras. Dai então. Se instalaram os bordeis, salões, casas de jogos etc.

A cidade também ficou conhecida por ter sido o local onde o pistoleiro e olheiro Will Bill foi assassinado em 1876 enquanto jogava pôquer em um salão local. Ocorreram vários incêndios na cidade, mas ela tem sido recuperada e mantida a aparência de uma cidade do velho-oeste.

Mas Deadwood não é só faroeste. Na cidade existem inúmeras trilhas para caminhadas, mountain bike e passeios a cavalo. Há um ônibus de turismo que roda a cidade e você paga 1 dólar para fazer esse passeio. E pelo jeito estava tendo um festival de rock (Deadwood Jam) com várias bandas e vários motociclistas estavam na cidade.

Ao pensar que nunca mais voltaria ali, mas não poderia ficar onde estava. Estava fugindo do seu ex-namorado e precisava mesmo ficar em um lugar que sabia que estaria segura. Havia feito escolhas erradas nesses últimos meses e agora estava realmente querendo acertar suas decisões erradas.

Há uma semana havia ligado para os seus pais e resolvera se abrir para eles o que estava acontecendo e por fim sua mãe acabara aceitando a de volta. Sabia que não merecia nada daquilo e muito menos ajuda de seus pais, porém, naquele momento eles entendiam o seu ponto de vista já que a queria de volta a muito tempo. Sairá da casa de seus pais quando tinha dezenove anos aceitando ser modelo de uma revista, no começo estava indo muito bem, tinha conseguido ser o que tanto queria e conseguira arrumar um lugar bacana para morar que alias tinha uma grande amiga que aceitara morar com ela para ajudar nas despesas do apartamento.

Quando estava fazendo umas fotos para a capa da revista, conhecera Pierre um homem muito bonito, bem-sucedido. Como era uma jovem tola e sem experiencia nenhuma acabou caindo nas armadilhas de Pierre, passou a namorar com ele, durante um ano juntos viveram mil maravilhas até que Pierre começou a agir diferente com ela, ficava a maior parte do tempo distante e mal-humorado. Há um seis meses ela vinha aguentando o mau comportamento dele, chegara a levar uns tapas dele por enfrenta-lo.

Odiava só de pensar em como conseguira ser tão forte por aguentar aquele tipo de pessoa por seis meses. Cansada de viver daquela maneira resolvera fugir sem dizer aonde estava indo, tinha medo de ser encontrada, já que Pierre a ameaçará várias vezes de que se ela se atrevesse ir embora ele a mataria.

No começou pensou em não fazer isso, mais a cada dia que passava estava sendo torturada e quase se recusava a ir aos ensaios fotográficos por causa dos hematomas que vinha ganhando aos poucos. Estava se perdendo como modelo, e estava começando a ficar sem grana para se sustentar, então resolvera que estava na hora de virar o jogo.

Ela dirigiu com cuidado pela rua, e só então parou para observar a rua que haviam fechado para uma apresentação. Ao saloon No.10 quase todos os dias, na alta temporada, poderá erguer o olhar da cabeça dos turistas degustando um bom file de costela ou qualquer outro prato igualmente regional e ver Will Bill, ou alguém que se parece demais com ele, contando sua vida como um homem da lei e pistoleiro, fazendo questão de desmentir, um tanto indelicadamente, os boatos de que teve um caso com Calamity Jane. Se ficar para a apresentação toda, você pode testemunhar o grosseirão Jack McCall se levantar por trás do dono da mão do homem morto e despachá-lo para o outro mundo com dois ou três tiros. E, se por acaso estiver vendo a última do dia, pode acompanhar a ação que vai parar na rua, com McCall sendo preso e levado para o antigo Templo Maçônico, dentro do qual você pode ate se sentar e acompanhar o julgamento.

De modo geral, a justiça na fronteira era tal que você tinha mais chances de ser enforcado por roubar um cavalo do que por matar outra pessoa. Talvez isso explique por que havia tantos tiroteios em Deadwood na época (o que por sua vez pode explicar por que há tantos hoje). Se não puder ir ao No. 10, você pode conferir um na Main Street, todo dia às 14h, 16h e 18h. Nos intervalos, pode passear pelas calçadas, passando por vários outros bares, uma clínica estética ou duas, um salão de degustação de vinho ou dois e um sem-fim de lojas de lembrancinhas.

Sem se importar, seguiu em frente. Seus pais moravam um pouco do centro – Pelo menos era o que lembrava. Ficava numa rua bem escondida e mais um pouco a frente estaria no cemitério.

Parou o carro em frente à casa e sorriu contente por finalmente conseguir chegar ali tranquilamente. Desceu do carro e reparou que a casa continuava do mesmo jeito, ficou ali parada por alguns minutos antes de sair de dentro do carro e ir até a porta da frente, percebeu que o vizinho a observava curioso.

Não estava tão diferente assim para ninguém não a reconhecê-la, afinal só fazia uns seis anos que não aparecia por ali e a única coisa que mudará em si mesma fora a cor do cabelo que antes eram castanhos e agora estavam loiro quase desbotando e estava disposta a trocar a cor logo.

Assim que bateu na porta, veio alguém gritando e quando a porta abriu sorriu forçadamente ao ver sua mãe.

- Oh meu Deus! Pai chega aqui, a nossa Lindsay chegou. – Sua mãe gritou antes de abraçá-la tão confortavelmente.

Mal teve tempo para respirar seu pai veio e a abraçou da mesma força que sua mãe fez. Sentira falta daquilo todos os dias e estava feliz por saber que mesmo que ela tenha feito decisões erradas seus pais ainda a aceitavam do jeito que era.

- Entra querida. E então como vão as coisas? – sua mãe a puxou para dentro, mas antes deu olhada para fora e fechou a porta. – Fique à vontade, querida.

Lindsay olhou em volta e viu que nada ali estava diferente. Seus pais eram mesmo conservadores, a única coisa que estava diferente naquela sala era a TV de tela plana. Por fim, ela sentou-se no sofá e viu que ambos a observava vendo se ela iria dizer alguma coisa.

- Estou bem.

- Seu namorado ainda anda ameaçando? – Seu pai perguntou.

Ela assentiu.

- Sim.

- Querido, não toque num assunto assim com ela. Estamos felizes por ficar com a gente... sentimos muita saudade.

- Eu também. Desculpa não ter vindo aqui antes, mas o meu trabalho era meio que corrido.

- Sem problema. Agora você está aqui.

- Sinto muito por tudo.

Sua mãe se sentou ao seu lado e pegou na sua mão.

- Querida, isso acontece com todo mundo. Você quis viver sua vida e mesmo que não tenha dado certo, sempre estaremos aqui para você.

- Eu sei. E obrigada por me aceitarem.

Sua mãe sorriu toda eufórica.

- Bem, já é quase a hora do jantar e Lindsay venha, vou mostrar o seu quarto.

Lindsay acompanhou sua mãe até o andar de cima e ficou surpresa por ver que iria ficar no mesmo quarto que era seu antes de sair dali. E pelo jeito sua mãe havia mudado pouca coisa por ali. Sua cama continuava ali, os pôsteres das bandas que ela gostava e sua penteadeira com suas maquiagens e alguns ursinhos ainda encontrava num canto.

- Nossa, a senhora deixou tudo do mesmo jeito.

- Ah não quis tirar suas coisas sem saber primeiro. Sabe que sempre gostei das suas coisas.

- Mãe, eu não tenho mais dezoito anos.

- Eu sei.

Lindsay colocou sua bolsa em cima da cama e olhou em volta.

- Se soubesse que iria passar por tudo isso, não teria saído de casa.

- Querida, faz parte da vida. Temos que aprender com os erros... agora sobre esse cara, já não posso dizer o mesmo. – Ela suspirou. – Já deu parte dele para a polícia das ameaçadas?

- Sim.

- Ele não se atreveria em vir aqui?

Ela deu de ombros.

- Não sei.

- Bem, vou deixá-la sozinha. Precisa descansar da viagem. – Sua mãe disse já indo para a porta. – Eu estou feliz por voltar para casa.

Lindsay sorriu ao ver sua mãe feliz, mesmo sabendo que isso não seria permanente. Afinal, estava ali só para ver se as coisas se acalmavam um pouco, não estava muito a fim de ficar naquela cidade por muito tempo, cidades pequenas era um problema muito grande para ela. Todo mundo se conhecia e sabia sobre a vida de cada um.

Cansada demais para fazer qualquer coisa, deitou-se na cama e fixou o olhar para o teto e os papeis de parede estavam a deixando angustiada. Então levantou-se e começou a tirar os pôsteres da parede, quando terminou jogou tudo no lixo. Não queria ficar num quarto que só trazia lembranças de sua infância e adolescência, apesar de ter tido uma ótima infância.

Quando terminou de ajeitar tudo por ali, desceu e encontrou seu pai mexendo num notebook o que achou estranho.

- Oi.

- Lin.

Lindsay sorriu ao ouvi-lo chamá-la assim, sempre gostara de ser chamada daquele jeito pelo seu pai. Se aproximou de onde ele estava e sentou-se.

- Ainda tem trabalhado muito na loja?

- Sim.

- Quer uma ajuda por lá, assim eu poderia... me manter ocupada?

De repente seu pai levantou a cabeça para encará-la surpreso.

- Quer me ajudar na loja?

- Sim.

Ele sorriu.

- Seria ótimo em tê-la comigo na loja.

Lindsay balançou a cabeça, sabia que seu pai  estava mesmo tentando ser legal com ela, afinal quando era adolescente sempre pedira a ele se poderia ajuda-lo na loja e a única coisa que ele sabia lhe dizer era que ela era muito nova para isso e agora estava ali aceitando-a para ajudá-lo. Seu pai tinha uma loja de construção, não era grande coisa, mais era da família a gerações e ficava muito feliz por saber que seu pai ainda mandava bem nos negócios mesmo numa cidade pequena.

- Obrigada, pai.

Ela levantou-se e foi até a cozinha onde sua mãe já começara com o preparo do jantar, se ofereceu para ajudar. Não costumava fazer almoço ou jantar aonde morava, pois Pierre sempre a levava para comer alguma coisa, mais ali era diferente. Sua mordomia acabara e agora teria que voltar a preparar o seu próprio alimento todos os dias, o que era realmente maravilhoso.

Enquanto ajudava sua mãe com algumas coisas, sua mãe ficava falando sobre como fora a vida sem ela por ali. Soube que se ela não estivesse ali agora, eles iriam jantar fora como toda sexta-feira faziam e ficou sem graça por saber que seus pais não eram nada conservados depois que sairá de casa.

Mas ficava feliz por saber que os dois sabiam lidar com as coisas mesmo ela não estando presente, que sua mãe agora tinha coisas que ela nem sabia que sua mãe faria um dia como, fazer crochê e pintar quadros, foi o que a mais deixou encantada. Havia reparado que tinha vários quadros pela casa, mais nunca passaria por sua cabeça que fora mesmo sua mãe que pintara quase todos eles.

Ao terminar de ajudar sua mãe um pouco foi até o carro e tirou sua mala de dentro do carro e levou para dentro, novamente sentiu o olhar dos vizinhos para cima dela. Sem se importa, entrou e levou a mala para cima, aproveitou e foi tomar banho e trocou de roupa.

Deu um suspiro ao ver um hematoma em sua costela, ainda bem que estava bem escondida e ninguém iria notar aquilo, pelo menos ela achava que sim. Quando terminou de se arrumar, desceu e encontrou sua mãe falando com o seu pai sobre alguma coisa, tentara escutar, mas eles notaram sua presença muito rápido.

O jantar foi tranquilo, e ficou na dúvida se eles dois estavam mesmo bem. Afinal passar o jantar todo no silencio não era um sinônimo de estar tudo bem, tratou puxar assunto sobre qualquer coisa.

- Mãe, será que a senhora sabe onde posso arrumar o meu cabelo?

- Ah tem o salão da Jo. Se quiser podemos ir amanhã por lá.

- Ótimo.

- Querida, amanhã tem que buscar o carro... Alex ligou e disse que está pronto. – Seu pai meio que interrompeu.

- Oh é mesmo. Mas nós podemos passar lá no mecânico antes de ir ao salão sem problema nenhum.

- Estão sem carro?

- Sim, já faz uns dois dias. Mas o Alex sabe arrumar carro muito bem...

- Ainda bem que tem mecânico bom por aqui.

Sua mãe sorriu assentindo.

- Ah o nosso Alex é um homem brilhante e muito bem-educado. Você vai adorar conhecê-lo.

- Hum.

- Ele se mudou para cá já faz uns três anos, a mãe dele se divorciou e ficou depressiva. – Ela contou. – Ele achou que morando numa cidade pequena iria fazer bem há ela.

- E está dando resultado?

- Sim. Aprendi fazer crochê com ela.

Lindsay sorriu.

- Isso é bom.

Depois daquele assunto, ficaram em silencio. Assim que o jantar acabou, ela resolveu que iria descansar, mas assim que ficou sozinha no quarto resolveu dar uma olhada no celular e viu que tinha muitas mensagens de Pierre querendo saber onde ela estava, sem se importar desligou o celular. Precisava trocar o número do seu celular para não ser perturbada o dia todo.

Conhecendo Alex

...Capítulo 2...

No dia seguinte, ela acordou cedo. Passara a noite acordando com medo de estar sendo enforcada ou levando algum soco, mas ao perceber fora apenas um dos pesadelos que ela vinha tendo nessas últimas semanas. Estava começando a ficar maluca com aquela história toda.

Tomou um banho para despertar, colocou uma calça jeans caqui e blusa de linho preta, deixou o cabelo solto e colocou uma bota de salto, maquiou-se porque ela nunca saia para lugar nenhum sem maquiagem. Desceu e viu sua mãe terminando de fazer o café.

- Bom dia!

- Bom dia, querida. Dormiu bem?

- Sim.

- Que bom, tome o seu café e já iremos ao salão. – Sua mãe falou colocando algumas coisas na mesa.

Sem pensar duas vezes, pegou uma xícara e encheu de café, depois serviu-se de um pedaço de bolo. Não era bem isso que costumava comer logo de manhã, mas fazia tanto tempo que não comia um bolo da sua mãe que decidiu aproveitar.

- O que vai fazer no cabelo?

- Bem... quero pintar.

- Por quê?

- Quero mudar o visual.

- Lin você está linda assim. Gostei dessa cor que você está no cabelo, não acha que deveria pensar um pouco.

Ela balançou o cabelo.

- Quero mudar, quero fazer uma nova Lindsay.

- Entendi.

- Onde está o papai?

- Ele deve estar terminando de se arrumar.

- Ah sim, podemos ir com o meu carro. Depois o papai fica com o meu, enquanto vamos buscar o de vocês no mecânico. – Ela sugeriu.

- Ótima ideia.

De repente seu pai apareceu e sua mãe não perdeu em falar sobre sua sugestão em como resolver as coisas para aquele dia.

- Não se importa em me deixar dirigir o seu carro?

- Não.

Na hora de saírem, Lindsay pegou sua bolsa e entregou a chave do seu carro para o seu pai e se sentou no banco de trás deixando ambos surpresos pela atitude dela.

No caminho para o centro foi super-rápido, ficou surpresa por ver que seu pai conseguia dirigir seu carro com perfeição. Assim que ele parou o carro em frente ao salão, observou que seus pais se despediram e só então sorriu e olhou para o salão. Não parecia ser um lugar que ela costumava frequentar, pois sempre que podia ela tinha cabeleireiros e maquiadores a seu dispor o tempo que quisesse. Mas não estava mais na cidade grande, agora estava num lugar onde todo mundo conhecia a sua conta bancária.

Ao entrarem no salão, sua mãe foi logo cumprimentando as mulheres e só então apresentou ela às demais, foi quando reconheceu Amanda. Lembrava dela claramente nos tempos de colégio, era uma garota quieta e sempre estava tentando se enturmar, já que ela sempre fora o centro das atenções por ser alta e magra, e por estar sempre participando de alguns eventos que envolviam ensaios de fotos.

Conseguiu agendar para segunda-feira na parte da manhã, ao saírem do salão, perguntou a sua mãe.

- Aonde fica o mecânico?

- Ah, uns dois quarteirões.

- Sério?

- Querida, não deveria usar esse tipo de calçado por aqui.

Ela bufou.

- Eu sei usar salto alto, e ficaria o dia inteiro se pudesse. – Ela ironizou. – Só não estou acostumada a andar tanto a pé.

Lindsay olhou para sua mãe e teve que admitir, ela admirava muito aquela mulher. Sua mãe estava em boa forma, apesar de ter passado por tanta coisa quando era mais nova e só agora ela pode notar que sua mãe era uma mulher forte, e sempre que olhava para ela via si mesma.

Estavam chegando, já que sua mãe não parava de falar que estavam próximo do local, e teve que dar um suspiro ao ver o lugar. Na frente estava escrito “Way Auto Service “, parecia um lugar agradável.

Notou que sua mãe sorria ao entrar no barracão, havia uns dois carros e mais um estava num lugar alto onde pudesse arrumar com tranquilidade por baixo dele. tinha uns dois caras mexendo num dos carros e uma senhora no caixa que sorriu ao ver sua mãe.

- Olha se não é a nossa querida Meggie. – A mulher de cabelo preto preso num coque e vestia uma calça jeans velha e uma blusa preta com o emblema da loja. – Veio buscar o seu possante?

- Sim.

- Isso é bom.

-Ei, essa é minha filha Lindsay. Querida, essa é a Ana Lucia, foi ela que me ensinou o crochê. – Sua mãe contou.

A tal de Ana Lucia olhou para ela da cabeça aos pés, até que por fim sorriu.

- Prazer em conhecê-la, sua mãe me contou que trabalha como modelo.

- Sim.

A mulher sorriu, só então deu um grito que ela mesma se assustou.

-Alex... Maggie está aqui, veio buscar o carro.

Foi coisa de segundos, um homem apareceu, pensou ser uma pessoa mais velha. Mas se enganou, o tal de Alex era um homem jovem e muito bonito.

- Sra. Smith. – Ele veio de encontro a sua mãe e a abraçou. – Não vou apertar a sua mão, pois sabe como é ne. – Ele disse mostrando a mão suja. – Veio buscar seu possante.

- Sim. Como está?

- Eu vou bem, e sobre o seu carro. – Ele sorriu. – Só para deixar claro, arrumei o que me pediu, mas vi que tem mesmo um problema com aquela peça..., mas não tenho ela aqui.

Maggie balançou a cabeça.

- Sério, Alex.

- Pois é. Posso estar encomendando a peça, mas só faço se a senhora autorizar.

- Então, pode pedir. Sabe que confio em você meu rapaz.

Alex sorriu balançando a cabeça e só então que reparou nela, ficou sem graça.

- Essa é a minha filha Lindsay. Querida, esse é o Alex que te falei.

- Prazer em conhecê-la.

Ela somente sorriu e suspirou. Sabia que não poderia negar a atração que sentiu ao colocar os olhos naquele homem. Ele era bonito, moreno, deve ter cerca de um metro e oitenta pouco, cabelo preto curto, olhos castanhos esverdeados combinando com a barba bem-feita, ele usava uma calça jeans desbotada e suja, camiseta vermelha regata mostrando os braços musculosos que com certeza deveria ter um belo físico.

Observou- o levar a sua mãe até o carro e mostrar há ela o que precisava fazer. Para só então, ele foi até o balcão onde a mãe dele estava e pedir que encomendasse a peça.

- Acho que daqui uns quatro dias a peça já tenha chegado, aí a senhora trás e trocar com o maior prazer.

- Você é um anjo, Alex.

Ele sorriu.

- Que isso. É meu trabalho, sabe que comigo não tem enrolação. – Ele disse, enquanto limpava a mão. – Vou pedir para Erick tirar o carro da senhora para fora.

- Obrigada.

Enquanto ele se afastava, ficou imaginando  como que um homem tão bonito estava trabalhando com esse tipo de coisa. Era mesmo um mundo tão estranho, e pelo jeito ele não era comprometido, pois foi a primeira coisa que reparou nele além do físico foi olhar para a mão dele se havia alguma aliança e não tinha.

Observou-o pedir para o tal de Erick que parecia muito com ele, e presumiu ser irmão dele. Sua mãe estava toda sorridente para aquele homem, que parecia ser o centro das atenções.

- Vai jantar lá em casa hoje a noite? – A mãe dele indagou ao se aproximar deles.

Sua mãe olhou para si, e meio que ficou sem graça ao ver que sua mãe queria muito ir. Talvez já estivessem programando isso faz tempo.

- Bem, vou ver com o meu marido.

- Sua filha pode vir, se ela quiser é claro. – A mulher forçou um sorriso para ela. – Nós sempre estamos jantando uma com a outra nos fins de semana.

- Isso é ótimo.

Ela falou e só então percebeu que o cara a olhava, mas não era só ele, o outro rapaz mais novo e mais um cliente que tinha acabado de entrar a olhava também, sabia que costumava chamar atenção, mas não era para tanto.

- Será um prazer jantar fora. – Ela disse para sua mãe não ficar triste.

- Lin...

- Mãe, não precisa ficar se prendendo por minha causa.

Maggie sorriu.

- Isso ela tem razão. Será bem-vinda em minha casa... – a mulher falou e olhou para os dois. – Eu e meus filhos vamos adorar tê-la em casa.

- Obrigada.

- Então nós veremos mais tarde, Maggie. – A mulher olhou novamente para ela da cabeça aos pés e sorriu.

Sua mãe pagou pelo concerto com cartão de crédito e quando o rapaz mais novo lhe trouxe o carro, ela agradeceu e esperou sua mãe se despedir deles.

- Lin, você dirige querida.

- Eu?

- Sim. Você sabe dirigir muito bem, não sabe?

Ela ficou sem graça quando viu que todos olhavam para ela naquele momento. Foi então que notou que o tal de Alex a observava com cara de deboche. Deu um suspiro e foi até o banco do motorista, enquanto sua mãe se sentava no do passageiro.

Deu partida no carro, estava nervosa. O carro dos seus pais não era como o dela mais moderno e aquilo é que a deixava preocupada. Era uma caminhonete antiga e mesmo que fossem iguais aos outros carros tinha dúvida se dava na mesma coisa.

Olhou pelo retrovisor e todo mundo estava observando. Mas que droga! Eles não tinham coisas para fazer não.

Ao sair com o carro lá de dentro, sorriu feliz por conseguir. Era bem estranho, já que seu carro era mais moderno com volante mais mole do que aquele ali. Parou na frente , para ver se não havia carro e ao tentar sair com o carro ele simplesmente se engasgou e morreu. Toda nervosa e sua mãe falando na sua cabeça tentou sair novamente e não obteve sucesso.

- Mãe, para de falar... por favor.

- Me desculpe, mas achei que você sabia dirigir.

- Eu sei dirigir. Como acha que cheguei aqui?

Sem perceber, o tal de Alex apareceu fazendo-a se assustar na janela do carro.

- Tudo bem aí?

- Está sim.

- Não está não. Você nem consegue dirigir o carro.

Lindsay fuzilou sua mãe pela audácia de dizer aquilo ao homem que agora estava rindo da cara dela por dentro.

- Sabe dirigir?

- Eu sei dirigir. – ela disse rangendo e ligou novamente a caminhonete, mas não teve sucesso.

- Tem certeza?

- Querida, acho melhor deixar eu dirigir... seu pai me disse que esse carro tem segredo em algumas coisas...

- Mãe, isso é só um carro, não tem segredo nenhum.

- Olha se quiser posso te ajudar. Ela está com problema na embreagem, então vai ter que precisar pisar bem para entrar na marcha.

- Então você não arrumou o carro. – ela acusou olhando para ele.

Alex franziu as sobrancelhas.

- Teria arrumado se tivesse peça. Maggie espero que não fique chateada por isso, já havia explicado para o seu marido o problema... – ele suspirou. – Mas até a peça chegar dá para usar o carro normalmente... se souber usar.

- Eu sei dirigir tá legal. Não dirigi de Sioux Falls até aqui para escutar alguém que não me conhece e me dizer que não sei dirigir.

- Desculpa. Só achei que deveria saber que esse carro é antigo e não tem nada de automático como os carros que costuma dirigir.

- Ele tem razão querida. Deixa que eu dirijo,  já tenho conhecimento do carro.

- Então porque me pediu para dirigir?

- Achei que gostaria de dirigir. – Sua mãe ralhou.

- Nossa mãe. – ela falou descendo do carro, deu uma olhada no tal de Alex que sorria em deboche, quando deu uma olhada para trás os demais também a olhavam como se estivessem gostando da atração toda.

Em apenas um dia sua mãe conseguiu fazê-la passar tamanha humilhação naquela cidade. Sem se importar com nenhum deles, entrou no carro de novo, mas dessa vez no banco do passageiro enquanto sua mãe assumia o posto e de cara amarrada fingiu não escutar o que ela falava com o mecânico.

Assim que sua mãe saiu dali e se afastou um pouco, ficou pensando se realmente estava certa de que deveria ter vindo até ali. Mas sabia que não tinha outro jeito a não ser aguentar tudo aquilo.

- Está brava comigo, Lin?

- Não. Só estou chateada pela humilhação que passei... eu sei dirigir muito bem.

- Eu sei, querida. Mas achei que quisesse dirigir o carro. – Sua mãe disse e sorriu. – O que você achou do Alex?

Lindsay hesitou e respirou fundo antes de responder.

- Ele parece ser arrogante.

- Não. Ele não é arrogante, ele é um rapaz muito bom... é educado e muito bonito. Você não achou?

- Não conheço ele mãe. Para de ficar falando sobre ele... estou fugindo dos homens no momento.

- Ele seria um ótimo partido.

Lindsay fez careta, mas não disse nada. Sua mãe parou o carro em frente a loja do seu pai e ficou feliz por ver que as coisas haviam mudado. Só de saber que seus pais não estavam vivendo na idade da pedra já era bom demais. A frente do local havia mudado um pouco pelo que se lembrava e ao entrar na loja ficou admirada por ver que os negócios estavam indo bem, a mudança nas prateleiras e tudo mais foi a que deixou surpresa e pelo jeito seu pai não trabalhava sozinho, havia um rapaz que o ajudava.

- E aí deu tudo certo? – Seu pai perguntou curioso.

- Sim. Alex vai encomendar a peça que precisa para arrumar a embreagem, pois ele não tem na oficina. –  Maggie explicou ao marido.

- Que bom.

- Nossa pai. Fez um ótimo trabalho por aqui.

- Sim.

- Vou poder lhe ajudar?

- Claro. Será bom tê-la por perto.

Ficaram um pouco ali, até sua mãe chamá-la para ir embora, pois teria que fazer o almoço. E dessa vez seu pai pediu que deixasse o carro dele, pois não se sentia bem em andar com o seu carro e ficou feliz por pegar o seu carro novamente e mostrar que sabia dirigir.

Ao chegar em casa, ajudou sua mãe a preparar o almoço, o que foi bem legal. Afinal, não tinha muita coisa para se fazer. Depois do almoço, que só foi as duas, mesmo que almoçou, ajudou sua mãe com a limpeza da cozinha, em seguida foi dar uma arrumada nas suas coisas, seu quarto precisava dar uma melhorada.

Alex...

...Capítulo 3...

- Alex, será que dá para você me ajudar com isso, por favor? – Sua mãe chamou-o para descarregar o carro.

Olhou para o irmão e jogou a bola de basquete no cesto antes de ir até sua mãe e ajudá-la com as compras. Não tinha costume de ir com a sua mãe ao mercado, pois odiava ter que fazer compras, então ela sempre ia sozinha, mas quando ela voltava ajudava descarregar as compras mesmo sabendo que suas irmãs podiam ajudar.

Depois que havia fechado a oficina, sua mãe foi até o mercado enquanto ele ficou encarregado de pegar as gêmeas na escola. Desde que se mudaram para aquela cidade do interior, estavam procurando um sossego e finalmente haviam conseguido, e só agora, quase três anos morando ali, estavam se estabelecendo e ganhando clientes cada dia mais.

Desde que seus pais se divorciaram, e seu pai acabou indo para a cadeia por tentativa de matar sua mãe, e por isso haviam escolhido morar numa cidade pequena, para que sua mãe voltasse a se cuidar e cuidar dos filhos menores. Ela tinha sorte de ter condições de cuidar de todos e claro que passavam algumas dificuldades, mas nada fora do normal. Agora estavam bem e todos tinham suas obrigações dentro de casa, e seus irmãos mais novos, mesmo brigando quase todo santo dia, conseguia dar ordem neles.

Sua mãe conhecerá Maggie no mercado, e desde então as duas não se separaram mais. Uma ajudava a outra quando podiam, e ficava feliz por sua mãe finalmente estar vivendo a vida dela como deveria ser.

Foi então que lembrou da filha de Maggie naquela manhã, que passou o resto do dia pensando nela. Já havia visto fotos dela quando ia jantar na casa dos Smith e Maggie mostrara a todos da sua família a filha que ela tanto se orgulhava por ter conseguido realizar os sonhos da filha que era ser modelo.

A única coisa que não conseguia acreditar era que como uma filha ia embora e não voltava para ver os pais que tanto ajudará chegar aonde chegara e depois de tantos anos voltar como se nada tivesse acontecido.

Era impossível não olhar para ela e sentir pena por isso. E não podia negar a atração que sentiu só de colocar os olhos para cima dela. Lindsay era linda, magra com curvas perfeitas, alta apesar dos saltos que usava, o cabelo loiro mostrando uma mulher triste, lábios carnudos vermelhos e olhos azuis expressivos, um rosto de boneca, mas podia notar que não estava tão bem quanto mostrava ser.

Não podia julgar, afinal ele não a conhecia o suficiente para saber o que se passava na cabeça dela, mas conhecia o semblante de sofrimento, afinal vira nisso em sua mãe por anos.

Esperava que ela tivesse voltado à cidade para ficar e não para apenas para fugir de algo que não tivesse dado certo. Pois era isso que temia, deixar os pais pensarem que estava ali para ficar. Não tinha nada a ver com isso, então não iria se intrometer.

Suspirou antes de ir até sua mãe e tirar as coisas de dentro do carro. Levou para a cozinha que ainda não tinha terminado de reformar, na verdade havia muita coisa que precisava fazer na casa e falta de dinheiro é que era grande. Tinham conseguido comprar aquela casa com o pouco de dinheiro que tinham recebido do seu pai pelos negócios que ele tinha feito por aí. E para sorte deles, conseguiram achar uma casa com um preço bacana e só precisava de reforma, e os três anos que moravam ali só agora que estava sobrando dinheiro para fazer a reforma, e ainda tinha que fazer aos poucos. Afinal era uma família grande para ele e sua mãe sustentar e não via hora do seu irmão terminar o colégio para ser alguém que ele não foi, mesmo fazendo um trabalho ótimo como mecânico, não era grande coisa, mas era o suficiente para sustentar a família.

- Ei, vocês duas. Venham ajudar aqui... – sua mãe gritou para as suas irmãs que corriam e agora paravam. – Vão lavar as mãos e me ajudar no preparo do jantar.

- Ah mãe...

As duas resmungaram, mas ao olhar para ele, ambas mudaram a cara e subiram resmungando. Observou sua mãe suspirar ao começar a tirar as coisas de dentro do saco.

- Eu não vejo a hora de cada um seguir com suas vidas... ser mãe não é fácil. – ela resmungava aquilo todo santo dia. – Alex, me faça um favor... não tenha filhos.

Ele franziu o cenho.

- Mãe, eu nem tenho namorada.

- Oh é mesmo.

- Quer uma ajuda na cozinha?

- Claro. Eu não posso decepcionar a minha amiga com a filha dela nesse jantar. – ela disse desesperada. – Você reparou, ela é uma mulher muito bonita. O que deve comer para ser tão magra?

- Nada.

Sua mãe encarou-o e só então sorriu.

- Modelos deve ter uma restrição alimentar. Não posso servir qualquer coisa para ela.

- Mãe, quem se importa com que ela come ou não. Faça o jantar como sempre fez. Maggie come tudo o que faz e ainda sai levando coisas.

Ana Lucia hesitou e riu.

- É verdade. O que acha de carne recheada?

- Ótimo.

- Eu quero purê de batata. – Uma de suas irmãs falou ao entrar na cozinha. As gêmeas tinham doze anos e seu irmão dezesseis, a diferença de idade era pouca entre os mais novos, enquanto ele tinha vinte e sete.

- Eu também quero purê de batata. – a outra disse ao entrar na cozinha.

- Só se vocês descascarem a batata. – ele disse ao ver a cara de sua mãe séria. – Depois que vocês arrumam a mesa, teremos visitas.

- Maggie vai jantar com a gente? – Zoé perguntou ao ver sua mãe afirmar.

- Oba.

- Ela vai trazer a filha dela.

- A filha dela está na cidade? – Vick indagou ao ver sua mãe afirmar. – Vai ser um jantar bem legal.

As duas gêmeas se entreolharam e sorriram como se quisessem aprontar. Mas sabia que elas não fariam nada no jantar com a visita, já que elas gostavam muito de Maggie e ficar de castigo antes de ter saído de outro.

Ele ajudou um pouco no que pode ali na cozinha e subiu para avisar seu irmão que precisava dele para dar um jeito na bagunça da sala, a casa não era grande, tinha três quartos e o seu irmão acabara ficando com o sótão de quarto e ainda estavam dando um jeito de arrumar. Naquela semana havia prometido há ele que iria comprar alguns papeis de parede já que os que estavam eram horríveis.

- Erick... – ele bateu na porta, e logo foi convidado para entrar. – Preciso de sua ajuda... o que está fazendo?

Seu irmão estava naquela idade de ficar na internet, e sabia o que ele sempre estava fazendo. Se não estava jogando, estava olhando fotos de mulheres. E sempre que podia dava alguns conselhos, apesar de não ter tido muita experiencia com mulheres, ainda conseguia entender alguma coisa.

Se aproximou de onde ele estava na escrivaninha em frente do computador e sorria que nem bobo. Só então reparou que ele estava vendo fotos de mulheres, mas não era de qualquer mulher.

Reconheceu a foto de imediato, era Lindsay usando biquíni, e quase teve que disfarçar o seu constrangimento por poder vê-la quase nua.

- Não deveria ficar vendo essas coisas.

- Ela é gostosa.

Alex bateu na cabeça dele e deu um olhar severo.

- Olha como se fala, garoto. Mais respeito pela moça.

Erick balançou a cabeça e mostrou outra foto dela e agora teve que engolir em seco quando viu Lindsay deitada num sofá só com a parte de baixo e o braço cobria um pouco dos seios que estavam com certeza sem proteção nenhuma. E pensar que ela era apenas modelo de desfile de roupas e não para fazer topless.

- Agora, você não pode negar que ela é...

- Não deveria ver isso. – ele disse desligando o computador do seu irmão que resmungou bravo. – Venha me ajudar com a bagunça da sala.

- Se eu tivesse idade para pegar uma mulher dessa...

– seu irmão disse enquanto desciam as escadas.

- Mas você tem... tem que focar nos seus estudos. Mulher só faz seu cérebro piorar... vai por mim, elas abalam seu psicológico.

Erick riu.

- Você pode dar uns pega nela.

- Ela não faz o meu tipo.

- Sei.

Alex não disse mais nada e ao chegarem na parte da sala que estava uma bagunça. Tratou de dar uma arrumada, pois não queria causar má impressão a nova convidada. Assim que os dois conseguiram colocar em ordem, subiu para o seu quarto e trocou de roupa, já havia tomado banho assim que chegara do serviço.

Decidiu por usar calça jeans, camiseta vermelha e tênis, desceu e viu suas irmãs arrumando a mesa, enquanto sua mãe gritava que nem louca para o seu irmão que não saia do celular. Sem pensar duas vezes, pegou o celular do irmão e disse.

- Disse para parar de ver isso.

- O que ele anda vendo, Alex? – sua mãe se aproximou e pegou o celular de sua mão e somente deu uma olhada na tela, balançou a cabeça e disse.

- Nada de internet por uma semana.

- Ah mãe... é sério?

- Sim. Alex, fica de olho nele. – Sua mãe pediu indo para a cozinha, foi quando a campainha tocou fazendo com que todos parassem o que estavam fazendo para olhar a porta. Só ouviu sua mãe gritar da cozinha que era para ele atender a porta.

Sem se incomodar foi até a porta e sorriu para eles, Maggie deu um abraço há ele e Arthur um aperto de mão, e quando a viu apenas sorriu, não queria ter contato físico com ela, ainda mais agora que ele havia a visto só de biquíni.

- Fiquem a vontade.

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