O Ex-amor do Fazendeiro
...Sejam bem-vindos e boa leitura!...
...Evelyn Goulart ...
...Maria Eduarda ( Duda)...
...Heitor Barbosa ...
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Minas Gerais, Brasil
Onze anos atrás...
Desci do Brad, amarrando o cavalo próximo a uma árvore, e caminhei até Evelyn para ajudá-la a descer da Princess e prendê-la também. O som da cachoeira já podia ser ouvido ao longe, trazendo aquela familiar sensação de calma. Sempre vínhamos aqui. Hoje era domingo, e eu estava livre dos trabalhos da fazenda, enquanto o pai dela tinha ido à cidade, o que significava que ela podia escapar para cá comigo.
— Heitor? — chamou ela, a voz doce e suave.
— Oi, Eve. — respondi, segurando sua mão para guiá-la pelo caminho estreito que levava à cachoeira.
Ela hesitou por um momento, e, enquanto caminhávamos, o som das águas se intensificava. Quando a cachoeira surgiu à nossa vista, sorri de lado. A água parecia convidativa, clara e fresca.
— O que foi, princesa? — perguntei, virando-me para ela assim que chegamos.
Evelyn me encarou com seus olhos verdes brilhando de uma maneira que sempre fazia meu peito apertar.
— Eu quero. — disse ela, sem rodeios.
Só que eu sabia que Evelyn nunca tinha certeza de nada. Mudar de ideia era quase um esporte para ela, principalmente quando se tratava de ficar, criar raízes e aceitar ser uma garota do campo. A vida na cidade grande sempre ganhava a disputa, e eu... eu era o idiota que se contentava com as migalhas de suas visitas semestrais.
O pai dela, senhor Raul, era dono da fazenda vizinha à minha. Evelyn dividia sua vida entre o Canadá e o Brasil, visitando a fazenda apenas quatro vezes por ano, durante as férias. Sua mãe, Marina, uma estilista famosa, havia se separado de Raul há anos, o que fazia da estadia de Evelyn algo breve, mas sempre marcante.
— Eve... — comecei, tentando entender o que ela queria dizer.
— Por favor, Tito. — interrompeu ela, com aquele apelido que só ela me chamava. — Eu só volto agora no ano que vem. Vamos passar meses trocando cartas até lá... Quero que minha primeira vez seja com alguém especial. Alguém em quem eu confie.
Seu pedido me pegou de surpresa, mas aqueles olhos me desarmaram. Evelyn era assim: uma força que me puxava para o céu, mesmo quando eu sabia que a queda poderia ser dura demais para suportar.
Ela tinha 14 anos e eu 17, era errado? Não sei, provavelmente não, ou sim sei lá. Mas eu não queria fazer isso com ela, não que eu não quisesse ser o seu primeiro, longe disso. Mas pra mim ela ainda era uma garotinha.
— Evelyn, nós vamos nos arrepender disso depois.
— Diz logo que você não quer. – falou emburrada. O nariz franzindo, e a bochecha corando. – Fala pra mim que não quer tirar a minha virgindade.
— Eve, olha. – segurei seu rosto encarando seus olhos apaixonantes. – eu quero muito também, mas você só tem 14 anos...
— Não importa, Heitor. Eu quero. Você não está me forçando a nada, por favor... — sussurrou ela, com a voz embargada de emoção.
Antes que eu pudesse responder, Evelyn envolveu os braços ao redor do meu pescoço e me puxou para um beijo. Por um instante, resisti, mas sua determinação, tão inocente e ao mesmo tempo tão intensa, acabou me vencendo. Cedi ao toque de seus lábios, macios e ansiosos, e a segurei pela cintura, tentando manter algum controle sobre o turbilhão que ela despertava em mim.
Meus lábios deixaram os dela, descendo pelo contorno do seu maxilar até o pescoço, onde sua pele macia se arrepiou sob o meu toque. Cada beijo parecia carregar mais do que simples desejo; era uma mistura de sentimentos confusos, contraditórios, que me faziam querer parar e continuar ao mesmo tempo.
Ela tirou o vestido leve que usava, revelando o biquíni rosa que moldava seu corpo de forma inocente e provocante ao mesmo tempo. Tentei desviar os olhos, mas não consegui. Tirei minha camisa do Flamengo e joguei no chão, ignorando qualquer hesitação que ainda pudesse restar. Foda-se, nós dois queríamos aquilo, e naquele momento nada mais importava.
— Trouxe camisinha. — ela disse, estendendo o pacote dourado no ar com um sorriso sacana que fez meu coração disparar.
Peguei o pacote das mãos dela, rindo da audácia.
— Onde conseguiu isso? — perguntei, ainda incrédulo, mas sem conseguir segurar o riso também.
— No escritório do papai. — respondeu, fazendo uma careta que misturava diversão e desafio.
Eu ri mais uma vez, balançando a cabeça, enquanto a observava com uma mistura de incredulidade e admiração. Evelyn sempre sabia como me desarmar, até nas situações mais inesperadas.
Perdemos nossa virgindade naquela cachoeira, cercados pela natureza, com todo o amor, cuidado e carinho que nossas almas juvenis poderiam oferecer. Foi a primeira vez de nós dois, um momento único, gravado na memória como uma mistura de inocência e paixão. Dois dias depois, Evelyn voltou para o Canadá, e nosso único contato passou a ser por meio de cartas, já que a fazenda ainda não tinha sinal de internet.
Durante meses, trocamos cartas regularmente, cada uma carregando palavras de saudade e promessas de reencontro. Mas, com o tempo, as respostas dela começaram a ficar cada vez mais espaçadas, até que simplesmente cessaram. Eu enviei dezesseis cartas, todas sem resposta. A última que escrevi foi no aniversário de quinze anos dela:
"Só quero te desejar feliz aniversário. Espero que esteja bem. Não sei por que não quer falar comigo, mas prometo que não vou mais te procurar nem te escrever. Feliz aniversário, Evelyn."
Um mês depois, recebi uma resposta. Reconheci o endereço imediatamente: era da casa dela no Canadá. Rasguei o envelope com pressa, mas as palavras que li me atingiram como um soco no estômago:
"Não me escreva mais. Eu amei tudo que passamos juntos, mas não vou mais voltar. Essa vida no campo não é para mim. Adeus, e muito obrigada."
Foi a pior decepção da minha vida. Depois disso, Evelyn nunca mais voltou à fazenda. Nem mesmo os funcionários da casa do pai dela sabiam dela quando perguntei. Com o passar dos anos, e com a chegada do sinal de celular na fazenda, procurei por ela nas redes sociais, mas era como se tivesse desaparecido da face da Terra.
Ela havia partido, levando consigo o meu primeiro amor e deixando um vazio que eu não sabia como preencher.
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Atualizado até capítulo 21
Comments
Julia Santos
aí aí
nem mulher para isso ela foi nè
2025-04-13
1
Maria Goreth Gomes da Silva
Começando a leitura dia 30 3 25
2025-03-31
1
Léa Maria
Iniciando 11/3/25-21:40h
2025-03-12
2