Capítulo 5 — Uma Nova Perspectiva

A manhã de domingo chegou com um céu limpo e um ar revigorante. Ana vestiu uma roupa simples, mas caprichada, e se dirigiu à igreja com passos mais confiantes. Algo dentro dela havia mudado. Não era exatamente clareza sobre o que estava buscando, mas uma disposição para continuar.

O culto especial daquele dia era conduzido por Gabriel e incluía um momento de testemunhos. O ambiente estava cheio, e Ana escolheu sentar-se próxima a Marina, que a cumprimentou com entusiasmo. Rafael estava do outro lado da igreja, conversando com algumas pessoas, mas lançou um breve sorriso encorajador para Ana quando seus olhares se cruzaram.

Quando a música começou, Ana se viu emocionada novamente. As palavras das canções falavam de graça e redenção, temas que pareciam ressoar profundamente em seu coração.

Após o momento de louvor, Gabriel subiu ao púlpito e introduziu uma convidada especial, Júlia, uma jovem que havia superado uma história de perda e superação. Júlia contou como havia perdido o emprego e a casa após um divórcio doloroso, mas encontrou apoio na comunidade da igreja e, aos poucos, reconstruiu sua vida.

— No começo, eu também não entendia por que Deus permitiu tantas dificuldades — disse ela. — Mas, olhando para trás, vejo que Ele estava me moldando para algo maior. Aprendi a confiar Nele mesmo quando não via o caminho.

Conforme ouvia, Ana sentiu uma conexão com a história de Júlia. Era como se ela estivesse narrando partes de sua própria jornada. E então veio a pergunta: E se eu pudesse, um dia, compartilhar uma história assim?

No final do culto, Gabriel fez um apelo:

— Todos nós temos um papel no plano de Deus. Talvez você não saiba agora qual é o seu, mas o primeiro passo é estar disposto a dizer "sim".

Ana sentiu uma mistura de emoções. Parte dela queria se levantar, dizer "sim" e começar a trilhar um caminho diferente. Mas a outra parte, ainda presa ao medo e à dúvida, hesitava.

Após o encerramento, Gabriel se aproximou de Ana.

— Como está se sentindo? — perguntou, com a serenidade habitual.

— Confusa, mas... de alguma forma, esperançosa — respondeu ela.

Ele assentiu, como quem compreendia perfeitamente.

— Às vezes, a confusão é o prelúdio para a clareza. Apenas continue buscando, e as respostas virão no tempo certo.

Na saída da igreja, Ana encontrou Rafael, que parecia inquieto.

— Você tem um momento? — perguntou ele.

Eles caminharam juntos até um parque próximo, onde Rafael revelou que estava considerando voltar para a cidade grande para retomar um projeto profissional que havia deixado para trás.

— Não é uma decisão fácil — admitiu ele. — Este lugar tem sido um refúgio, mas sinto que talvez seja hora de encarar o mundo lá fora novamente.

Ana ouviu atentamente, percebendo que a situação de Rafael espelhava suas próprias dúvidas. Ela também se perguntava se estava pronta para seguir em frente ou se ainda precisava de mais tempo para se reconstruir.

— Às vezes, sinto que estou dividida entre ficar onde me sinto segura e me lançar no desconhecido — confessou Ana.

— Talvez a resposta não esteja no lugar, mas no que você carrega dentro de si — disse Rafael, com um tom reflexivo.

A conversa deixou Ana pensativa. Ela percebeu que, enquanto buscava respostas externas, a verdadeira transformação precisava começar dentro dela.

De volta à casa, Ana decidiu passar a tarde em silêncio, lendo o diário de sua mãe e refletindo sobre as palavras de Gabriel e Rafael. Uma anotação em particular chamou sua atenção:

"Quando você se sentir perdida, lembre-se de que Deus não espera perfeição. Ele só espera que você confie."

Essas palavras a encorajaram a fazer algo que há muito evitava. Ela pegou um caderno e começou a escrever seus próprios pensamentos e orações. Não sabia exatamente por onde começar, mas as palavras vieram naturalmente:

"Senhor, não sei qual é o meu próximo passo, mas estou aqui. Ajude-me a confiar e a seguir adiante, mesmo quando não consigo enxergar o caminho."

Naquela noite, Ana sentiu uma paz diferente, como se finalmente estivesse aceitando que não precisava ter todas as respostas de imediato. O importante era continuar buscando, confiando que Deus estava ao seu lado, mesmo nos momentos de incerteza.

Enquanto dormia, sua mente foi tomada por imagens de sua mãe sorrindo e segurando uma vela acesa, um símbolo de luz em meio à escuridão. Ao acordar, Ana sentiu que era hora de agir. Não sabia exatamente como, mas estava disposta a dar o próximo passo.

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