A Mansão dos Pesadelos
Miriã acordou naquela manhã sem saber que sua vida mudaria para sempre. Seu telefone vibrava insistentemente na mesa de cabeceira, anunciando uma nova mensagem. Era de Pedro, seu velho amigo de infância que sempre tinha uma ideia maluca ou um plano estranho na manga.
Pedro: "Miriã, você não vai acreditar no que eu descobri! Um lugar incrível, tipo uma mansão antiga. Alguns amigos meus estão indo passar um fim de semana lá. Que tal você vir junto? Vai ser uma aventura!"
Miriã leu a mensagem com uma sobrancelha arqueada. Pedro sempre fora um aventureiro, mas ela não compartilhava do mesmo entusiasmo para essas "aventuras". Ela gostava de segurança e previsibilidade. No entanto, as mensagens seguintes de Pedro, praticamente implorando para que ela fosse, acabaram convencendo-a.
Miriã: "Tudo bem, Pedro. Eu vou. Mas, se for alguma roubada, nunca mais aceito convite seu."
Pedro respondeu quase que instantaneamente.
Pedro: "Prometo que você não vai se arrepender!"
Mal sabia Miriã que ela se arrependeria mais do que podia imaginar.
No caminho para a mansão
O grupo que Pedro havia mencionado consistia de dez pessoas. Alguns eram conhecidos de Miriã de vista, mas a maioria eram completos desconhecidos. No caminho, ela tentou se enturmar, mas logo percebeu que a energia era estranha. Havia um clima de antecipação nervosa, como se todos soubessem algo que ela não sabia. Pedro, no entanto, parecia relaxado, como se tudo estivesse sob controle.
— Então, Pedro, qual é a história dessa mansão? — Miriã perguntou, tentando puxar conversa enquanto eles dirigiam por uma estrada de terra isolada.
— Ah, é uma mansão antiga, tipo uma daquelas mansões vitorianas, cheia de histórias e mistérios. Achei que seria um bom lugar para a gente explorar. — Pedro sorriu, olhando rapidamente para ela antes de voltar os olhos para a estrada.
— Explorar, né? — Miriã franziu a testa. — Isso está soando muito com aquelas histórias de filmes de terror, você sabe disso, certo?
Pedro soltou uma risada.
— Você vê terror em tudo, Miriã. É só uma casa grande e velha. Vai ser divertido.
Ela não estava tão convencida assim. Alguma coisa no olhar dele a incomodava, mas ela decidiu não insistir. Ela olhou pela janela do carro e observou o cenário ao redor. A estrada se tornava cada vez mais estreita e rodeada por árvores densas, quase sufocantes. Era como se a floresta ao redor os estivesse engolindo.
Finalmente, a mansão apareceu no horizonte. Enorme, imponente e sombria, sua estrutura vitoriana se erguia contra o céu cinzento da tarde. O lugar parecia ter saído de um pesadelo, com suas janelas escuras e fechadas, e uma aura de abandono que gelava os ossos.
— Uau... — Miriã murmurou. — Eu não esperava que fosse assim tão... assustadora.
— Isso é o que faz o charme, não é? — Pedro respondeu, saindo do carro. — Venha, vamos entrar. Os outros já estão lá dentro.
Ao chegarem à entrada da mansão, um homem de uniforme apareceu, sem expressão no rosto. Ele era alto e tinha olhos penetrantes que pareciam vasculhar a alma de cada um dos visitantes.
— Por favor, entreguem seus celulares e qualquer objeto que possa ser usado como arma ou ferramenta de comunicação. — A voz dele era baixa, mas autoritária.
— Ei, espera aí! — Miriã protestou. — O que está acontecendo aqui? Por que precisamos entregar nossos celulares?
— São as regras da casa — o homem respondeu friamente. — Sem exceções.
Pedro olhou para Miriã e sussurrou:
— Vai ser tranquilo, confia em mim. Vamos seguir as regras. Assim, a experiência será mais interessante.
Relutante, Miriã entregou seu celular e observou os outros fazerem o mesmo. O homem de uniforme indicou três portas diferentes, cada uma levando a um corredor distinto. Ele começou a dividir o grupo em três, separando amigos e conhecidos.
— Você vai pelo corredor da direita — disse o homem para Miriã, apontando para uma porta de madeira envelhecida.
Ela hesitou, olhando para Pedro, que foi encaminhado para o corredor central. Ele lhe lançou um olhar encorajador.
— Nos vemos depois, Miriã! — ele gritou enquanto o grupo era levado para diferentes direções.
Assim que atravessou a porta, Miriã sentiu o ar mudar. Era como se o próprio ambiente estivesse impregnado de uma sensação de perigo. O corredor era longo, escuro e iluminado apenas por luzes piscantes que pareciam estar prestes a queimar. Ela sentiu um arrepio subir pela espinha. Ao seu redor, os outros do seu grupo pareciam igualmente desconfortáveis.
— Isso aqui está me dando uma sensação horrível — sussurrou uma garota ao seu lado, cujo nome Miriã não sabia.
— Concordo, — respondeu Miriã. — Isso não parece certo. Acho que precisamos encontrar uma saída daqui.
Mal ela terminou de falar, o som de um alto-falante estalou, fazendo todos darem um salto.
Alto-falante: "Bem-vindos ao desafio da Mansão dos Pesadelos. Aqui, suas habilidades de sobrevivência serão postas à prova. Este não é um jogo comum, e apenas os mais fortes sobreviverão."
O pânico começou a crescer entre o grupo. Uma voz masculina, mais velha, ergueu-se do meio da multidão:
— Isso é algum tipo de brincadeira? — Ele perguntou, tentando soar confiante, mas o tremor na sua voz era evidente.
Alto-falante: "Não há brincadeiras aqui. Este é um teste. Corram se quiserem viver."
O pânico se instalou de vez. Alguns tentaram voltar pela porta de onde vieram, mas ela já estava trancada. Outros começaram a correr cegamente pelo corredor à frente.
— Esperem! — gritou Miriã, mas era tarde demais.
As luzes começaram a mudar, alternando entre um amarelo pálido e um vermelho ameaçador. O som de passos pesados ecoava pelos corredores, misturado com um rosnado grave que reverberava nas paredes. Miriã agarrou o braço da garota ao seu lado.
— Precisamos ficar juntas. Não sabemos o que está lá fora.
O som se aproximava, cada vez mais próximo. Então, eles os viram. Dois guardas que antes pareciam humanos estavam agora se contorcendo, suas peles rasgando-se enquanto garras afiadas surgiam de suas mãos. Seus olhos brilhavam com um ódio inumano, e eles avançavam em direção ao grupo com fome assassina.
— CORRAM! — alguém gritou.
O grupo se espalhou pelo corredor, alguns tropeçando e caindo, outros se debatendo para abrir portas trancadas ao longo do caminho. Miriã puxou a garota ao seu lado, correndo o mais rápido que podia.
— Para cá! — ela gritou, virando uma esquina e encontrando um novo corredor.
Mas o corredor parecia interminável, e os gritos de terror atrás delas apenas aumentavam. Elas continuaram correndo até que uma porta à esquerda apareceu. Miriã a empurrou com força, e as duas entraram, fechando a porta rapidamente atrás de si.
Dentro da sala, tudo estava em silêncio. Era um escritório pequeno e sem janelas, iluminado por uma única lâmpada pendurada no teto. Elas ofegavam, tentando recuperar o fôlego, enquanto a adrenalina corria em suas veias.
— O que... o que é isso? — a garota perguntou, com lágrimas escorrendo pelo rosto. — Por que eles estão fazendo isso com a gente?
— Eu não sei — respondeu Miriã, com a voz trêmula. — Mas temos que sair daqui. Precisamos encontrar o Pedro e os outros.
Ela começou a procurar ao redor por qualquer coisa que pudesse ser usada como arma ou uma possível saída, mas a sala estava praticamente vazia. Apenas uma escrivaninha velha e algumas cadeiras empoeiradas. No entanto, algo chamou sua atenção: uma pasta de documentos sobre a mesa. Ela a abriu rapidamente, e seu coração disparou ao ler o que estava dentro.
Era uma lista de nomes — todos os nomes das pessoas que estavam ali naquela mansão. E, ao lado de cada nome, havia uma anotação. Alguns estavam marcados como "Eliminados", outros como "Potenciais". O nome de Miriã estava marcado como "Observada".
— O que isso significa? — perguntou a garota, espiando por cima do ombro de Miriã.
— Eu acho que... — Miriã parou, tentando processar o que estava vendo. — Acho que fomos escolhidos para isso.
Antes que pudesse continuar, o som de passos pesados voltou a ecoar do outro lado da porta. O pânico tomou conta novamente, e as duas olharam uma para a outra.
— Precisamos sair daqui agora!
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Atualizado até capítulo 22
Comments
Scarlet
algo me diz que esse Pedro vai morrer
2025-07-15
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