O despertar da Adolescência

O despertar da Adolescência

Alexandre ergueu Valéria do chão e a segurou no colo, ela por sua vez, passou os braços por trás do pescoço dele.

- Está com muita dor?

- Como se tivesse levado um tiro na perna.

Respondeu Valéria, com um sorriso sofrido no rosto.

- E as suas roupas, onde estão?

- Estão longe daqui, deixei perto de onde tú entrou na floresta. Deixa pra lá. Amanhã você pega pra mim. Ai, ai, não queria reclamar, mas tá doendo muito mesmo. Vamos logo, me leva pra casa, o caminho é por ali.

Disse a menina apontando a direção.

Alexandre exitou então ela pediu novamente.

- Vamos Alexandre, me leva logo.

- Eu ainda acho que deveria te levar pro hospital.

- Vamos ir pelados desse jeito? E como explicar o tiro? Se formos, vão chamar a polícia, como vamos explicar? Meu pai tem tudo que preciso em casa, des de antibióticos, kit médico, curativos, materiais para sutura e remédios naturais que são segredos de família.

- Está bem. É longe?

- Não. Respondeu a jovem lobanil e continuou:

- É bem mais perto do que o hospital.

Com Valéria nos braços, Alexandre começou a andar rápido por entre a mata, seguindo pela direção onde ela indicava.

Derrepente o rapaz percebeu que aquele caminho era familiar para ele. A cerca de três anos, havia decidido com seu amigo Rafael, que nunca mais entraria naquela região da floresta.

Pensamentos e medos antigos, afloraram em sua mente, como um vislumbre do passado, pesadelos vieram atona.

- Só pode ser sacanagem.

Pensou alto o rapaz.

- O que foi? Qual o problema.

Perguntou Valéria, que neste momento, tinha a vóz fraca e expressão de sofrimento no rosto.

- Têm certeza que este é o caminho certo pra sua casa? Coisas ruins me aconteceram aqui no passado. Não sei se devemos seguir por essa trilha.

Disse Alexandre, nitidamente assustado.

- Estou perdendo as forças, acho...acho que vou...

Desmaiar...já estou conseguindo sentir...sentir o cheiro do meu pai...segue...segue por este caminho...não saia da trilha...

Disse Valéria, que em seguida fechou os olhos, e soltou o pescoço do rapaz.

-Valéria!!! Valéria, ei, ei acorde.

Pedia Alexandre preocupado.

- Só desmaiou, consigo sentir sua fraca respiração e ouvir seu coração batendo. Vou te levar.

A passos largos e apressados, o rapaz seguiu pelo cominho com a menina desmaiada em seus braços.

Logo sentiu cheiro de fumaça e olhando para cima pode enchergar uma nuvem que se erguia alto no céu.

Julgou que deveria ser a fumaça da chaminé da casa de Valéria, então estavam perto.

Acelerou ainda mais o passo, mas neste momento uma sensação estranha o fez parar. Sentiu o ar pesado, o sentimento de perigo era eminente.

Como se uma vóz falasse dentro de sua cabeça, escutou:

"- Ocê num devi sigui adiante meu minino, é pirigoso."

- Quem? Quem disse...quem disse isso?

Perguntou Alexandre, olhando para os lados tentando avistar de onde vinha e de quem era a vóz que lhe alertava.

Sentiu que devia obedecer a vóz na sua mente, porém nesse momento, Valéria desfalecida em seus braços, soltou um baixo gemido de dor. Ela estava pálida, parecia muito mal.

"- Não tenho escolha preciso seguir."

Pensou Alexandre, e tornou a andar rápido.

Mais algumas dezenas de metros adiante, encontrou uma clareira na floresta, avistou uma casa grande de madeira, de onde pode ver a fumaça que havia visto antes, sair pela chaminé. A Casa situada próxima à sanga que costuma pescar na sua infância.

Um chiqueiro de porcos a alguns metros da estrutura da casa, bem próxima de um galinheiro e um galpão onde pode ver que haviam algumas poucas vacas, também três terceiros (bezerros) e dois cavalos.

Alexandre que ainda estava com Valéria nos braços, entre a mata e a entrada da clareira, percebeu que do lado de dentro, a casa estava iluminada, mas do lado de fora nenhuma luz estava acesa.

Sem ter certeza de que estava no lugar certo, decidiu esperar alguns instantes pra ver se percebia algum movimento de pessoas no local, sabia também, que Valéria precisava de socorro e isso não poderia esperar mais, falou:

- ÔÔÔ de casa!!! Alguém aí? preciso de ajuda!!!

Em seguida, porta da frente se abriu completamente, mas ninguém apareceu.

Nesta hora, Alexandre sentiu o metal frio de uma arma tocar sua nuca...

- Não se mecha, se não me obedecer arrebento sua cabeça. Agora, me escute bem, largue minha criança no chão...bem de vagar.

Alexandre então reconheceu o timbre inconfundível da vóz que lhe aterrorizou quando era pequeno.

- Então atire, não largo Valéria por nada neste mundo.

Respondeu o Rapaz.

- Parece que realmente tem tutano nos seus ossos. Ande rápido, E NAO OLHE PARA TRÁS.

Obedecendo a vóz que lhe ordenava, Alexandre caminhou em direção à casa.

O rapaz parou em frente a porta que estava aberta.

- Quem mandou você parar? Vamos!!! Adiante!!!

Tornou a vóz autoritária.

O rapaz entrou na casa, era simples e bem organizada. Paredes brancas, sofás na sala, que não tinha paredes divisórias da cozinha limpa, e bem organizada.

Um vaso de flores rosas no centro da mesinha na sala de estar.

A TV estava ligada e a programação era um filme de Ação no CANAL SBT, NO CINE ESPETACULAR.

- Pare de olhar em volta, solte minha menina no sofá.

Alexandre fez o que lhe mandaram e falou:

- E agora? Vai atirar em mim como fez com Valéria?

- Vire-se!!!

- Olhe em meus olhos, eu prefiro tirar minha própria vida do que ferir qualquer um dos meus, nao fui eu quem fez isso.

O jovem virou, e olhou nos olhos do homem, que estavam tão vermelhos quanto duas brasas ardentes. Como um excelente analista que era, Alexandre o mediu da cabeça aos pés. Vestia calsas Jeans, um sapato da marca ferracine, uma camiseta de banda de rock.

Seus cabelos eram grisalhos entregando que já tinha mais de 50 anos de idade.

- Diz que não machucaria, nenhum dos seus mas me lembro bem das suas palavras naquele dia e dos arranhões que me fez nas costas, e eu era apenas uma criança mas agora sou tão forte quanto você, tente novamente e mostrarei do que sou capaz.

- CALE-SE!!!

Gritou o homem fazendo que Alexandre baixasse a cabeça instintivamente.

- EU SOU UM ALPHA. Você não passa de um moleque mimado que colocou minha filha em perigo. Depois discutimos isso, agora pegue aquela caixa em cima da mesa e me traga agora mesmo.

Alexandre sem que pudesse dominar o próprio corpo, fez o que lhe foi mandado.

Entregou a caixa ao homem que abriu rapidamente e buscou do interior da caixa, um punhal de prata.

- O que vai fazer com isso?

Perguntou Alexandre assustado.

O homem sem responder, foi até a lareira com o punhal de prata, colocou a lamina nas brasas e falou:

- Somente a prata vence a prata, e o fogo destrói tudo. Agora, se é um lobisomem de verdade, segure Valéria pelos braços enquanto eu faço o que tem tem que ser feito.

Alexandre obedeceu, como um soldado obedece a seu capitão sem questionar, segurou os braços da jovem lobanil.

O pai de Valéria, segurou com uma só mão as pernas da menina...

- Me perdoe minha criança.

Disse o pai de Valéria que

Introduziu o punhal na perna da menina procurando a bala de prata pra que pudesse extrair o projétil.

Valéria então acordou com a dor em sua ferida, e se debatendo começou a esbravejar...

- ME LARGUEMMM!!! QUEREM ME MATAAAAARRR

- PARE!!!

Pediu Alexandre.

- Cale-se, e não solte os braços dela.

Mandou o pai da jovem.

Alexandre fechou os olhos para não ver a expressão de dor no rosto de sua amada.

- Aqui está!!! Disse o pai da menina.

- Uma bala de prata pura.

Então Valéria desmaiou novamente.

- Não minta pra mim, foi você quem atirou tentando me matar e atingiu sua própria filha, você me machucou, me aterrorizou quando eu era criança, eu senti seu cheiro na mata antes de Valéria ser atingida.

Gritou Alexandre.

- Você tem muito que aprender criança, tu não sabe nada da vida. Os humanos comuns podem ser ser tão maléficos e diabólicos quanto nós, da natureza...

Pergunte a seu pai porque sua genitora não te criou...

Alexandre então afogado em ódio ao ouvir táis palavras, estava prestes a assumir sua forma animal, no entanto o pai de Valéria o atingiu com um murro violento na cabeça, causando a perda imediata de seus sentidos.

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