capítulo 5

Capítulo 5 – A Rotina com Sorrisos e Silêncios

Depois de uma madrugada intensa, eu finalmente subo para o meu quarto. Tiro a roupa ainda com o corpo quente do banho da Lira e vou direto pro chuveiro. A água escorre pelo meu corpo como se lavasse não só o cansaço, mas também os pensamentos bagunçados. Visto meu pijama e me jogo na cama. Adormeço rapidamente, como se meu corpo soubesse que o dia seguinte seria longo.

Acordo às 6:00 com o despertador tocando baixinho. Me espreguiço, coloco minha roupa de treino e começo meus exercícios diários. Me faz bem suar um pouco, colocar o corpo em movimento. Após o treino, vou direto pro banho e, com o frescor renovado, sigo para a cozinha.

— Dona Ema, precisa de ajuda aí? — pergunto, mas ela, como sempre, se recusa gentilmente.

— Pode deixar, querida. Já está tudo encaminhado.

Sorrio, agradeço e subo as escadas. Passo no quarto da Lira e ela ainda está dormindo, com aquele rostinho calmo de anjo. Aproveito e vou dar uma olhada na Iza.

Quando entro, vejo ela encolhida na cama, com uma expressão desconfortável. Me aproximo devagar e sento ao lado dela.

— Está com cólica, né?

Ela apenas balança a cabeça. Tão nova e já passando por essas dores sozinha. Me ofereço pra esquentar uma bolsa de água quente e ela aceita com um aceno.

Na cozinha, encho a bolsa e volto rápido. Coloco com cuidado na barriguinha dela e ela fecha os olhos, aliviada.

— Obrigada, Melinda — murmura.

Aproveito o momento de calmaria pra puxar assunto.

— Iza... eu sei que a falta da sua mãe está doendo, e não tem nada que substitua isso. Mas eu tô aqui, viu? Por você, pelas suas irmãs. Eu não vou forçar sua confiança, mas se um dia quiser conversar... tô por perto.

Ela me olha por alguns segundos antes de dizer:

— Você tem sido tão gentil comigo, mesmo eu sendo seca. Obrigada por não desistir.

— Eu entendo esses sentimentos. Também perdi minha mãe cedo.

— Sinto muito — diz ela com sinceridade.

— A saudade nunca some, Iza. Mas a dor... com o tempo, ela diminui. Fica mais suportável.

Ela sorri, um sorriso tímido, mas verdadeiro.

— Agora vou acordar as bagunceiras — digo, levantando.

Entro no quarto das meninas e as acordo com beijinhos e cócegas. Elas riem, meio sonolentas ainda, e se aninham em mim.

— Vamos tomar café, minhas princesas?

Descemos e sento com elas à mesa. Claus está ali, como sempre, com o jornal em mãos. Quando me vê, dá aquele olhar rápido e sério.

— Iza não vai descer? — ele pergunta, sem tirar os olhos do jornal.

— Está com cólicas. Dei uma bolsa quente, daqui a pouco ela melhora.

Pouco depois, Iza aparece. Vem devagar, mas vem.

— Oi, Iza! Que bom que resolveu vir. Está melhor? — pergunto, sincera.

— Um pouco... mas só desci porque você esqueceu seu celular no meu quarto. Um tal de Breno já ligou umas seis vezes, achei que podia ser importante.

— Obrigada, mas não precisava se incomodar, era só desligar — digo, um pouco envergonhada.

Claus fecha o jornal com força e diz:

— Pode atender seu namorado, Melinda. Hoje é seu dia de folga. Ele deve estar querendo te ver.

Sua voz é firme, mas tem algo ali... um toque amargo.

— Ele não é meu namorado, senhor Claus — digo com um sorrisinho. — Só um amigo. Um pouco empolgado às vezes, só isso.

— Pensei que fosse seu namorado. Ontem ele te beijou — ele rebate, ainda sério.

— Ah nao sabia que, os jovens de hoje beijavam os amigos — comenta Dona Ema, se intrometendo com um sorriso maroto.

— Vamos mudar de assunto, meninas na mesa — digo, tentando encerrar o clima estranho.

Depois do café, levo as meninas para o jardim. Até Iza veio com a gente, o que me deixa feliz. Brincamos de pega-pega, elas correm rindo alto, e por um momento tudo parece leve.

— Tá muito quente — Karen reclama, limpando o suor da testa. — Posso ir na piscina?

— Pode sim — responde Dona Ema. — Seu pai não se importa.

Subimos para trocar de roupa. Coloco meu biquíni e uma saída de praia. Ajudo as meninas também. Quando voltamos, Karen segura minha mão, animada.

— Tia Mel, vem comigo na água?

— Claro, bonequinha.

Dona Ema fica com Lira sentadinha na sombra. Tiro a saída de praia e, no mesmo instante, sinto um arrepio. Claus está ali, parado, me olhando com aquele olhar que faz meu coração acelerar sem querer.

Ele não diz nada, apenas observa por uns segundos, depois vira o rosto. Me faço de desentendida. Ele é estranho... gentil às vezes, frio na maior parte do tempo.

Entro na piscina com Karen. Ela dá pulinhos, bate as perninhas e ri. Lira observa da borda, encantada.

— Traz a Lira aqui Dona Ema — melinda pede. — Ela vai adorar.

Pego minha pequena e entro com ela. Seu rostinho se ilumina. Ela começa a bater os pezinhos e rir alto. O som mais lindo do mundo.

Iza fica na borda, conversando comigo. Fala de escola, de séries que gosta, até de um menino que ela acha bonito. Sorrio, deixando ela à vontade. Me sinto cada vez mais próxima delas. Como se fosse... uma pequena família improvisada.

Dona Ema traz lanches: frutas, suco gelado, biscoitinhos. Comemos todas juntas ali, à beira da piscina, como se a vida tivesse pausado seus problemas por um momento.

Claus aparece de novo, dessa vez só de camisa social, sem paletó. Seus olhos percorrem cada uma de nós, mas quando param em mim, são diferentes. Intensos. Quase perigosos. Ele disfarça, pega um copo de suco e volta pra dentro.

Mas eu vi. E senti. Aquilo não foi só um olhar.

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Comments

cibele Regina Nunes Regina

cibele Regina Nunes Regina

tbm gostaria de ver as fotos das primas dela dos amigos dele da governanta faltou

2024-11-20

0

Maria Ines

Maria Ines

falta as foto dos personagens adultos
muito boa

2024-04-23

9

Angela Mikaelson

Angela Mikaelson

esse cláus vai ficar doido,digo por experiência própria, quanto mais tentamos evitar mais desejamos

2024-04-02

5

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