A Babá Das Minhas Filhas

A Babá Das Minhas Filhas

Capítulo 1: Uma Nova Oportunidade

Melinda

Luna 19 anos

Jhenny 18 anos

Claus 38 anos

Capítulo 1 — Recomeços

Meu nome é Melinda Santos. Tenho 19 anos, olhos verdes que sempre entregam minhas emoções antes que eu diga qualquer coisa, e um cabelo castanho longo que sempre me deu trabalho, mas que aprendi a amar com o tempo.

Depois que Bruno — meu ex — me trocou por uma modelo cheia de seguidores e curvas exageradas, minha a

utoestima foi parar no fundo do poço. Durante semanas, me olhei no espelho e só enxergava defeitos. Comecei a acreditar que o motivo da traição estava no meu corpo, nas minhas imperfeições, nas minhas inseguranças.

Mas algo dentro de mim se recusava a aceitar que meu valor dependia da validação de um homem que me tratou como se fosse descartável. Então, num rompante de dor e decisão, comecei a mudar.

Transformei minha rotina. Passei a treinar todos os dias em casa com uma disciplina que nem eu sabia que possuía. Cada gota de suor parecia expulsar um pouco da dor, e aos poucos fui me reconstruindo. Meu corpo mudou — sim —, mas o mais importante foi o que aconteceu por dentro. Me tornei forte. Me olhei no espelho e, pela primeira vez, sorri com orgulho. Não só me livrei de um relacionamento tóxico, mas percebi que estava muito melhor sem ele. Quando Bruno tentou voltar, todo inseguro e cheio de desculpas, percebi que ele não tinha mais lugar na minha vida. Eu tinha evoluído. Ele não.

Hoje, moro na França com minhas duas primas: Luna, também com 19 anos, e Jhenny, de 18. Sempre sonhamos em viver aqui, e depois de muito esforço, conseguimos. Luna e Jhenny logo conseguiram empregos em uma cafeteria charmosa no centro da cidade. Já eu… bem, estou há três meses tentando encontrar algo.

As contas estão apertando, e embora elas nunca tenham reclamado, me sinto péssima de viver às custas delas.

Mas hoje pode ser diferente. Hoje tenho uma entrevista.

Olhei para o relógio: 6h em ponto. A entrevista era às 7h, mas ouvi dizer que senhor Claus Rodrig0ues — o chefe da casa — era rigoroso com pontualidade. Não queria, de forma alguma, parecer irresponsável. Me vesti com simplicidade, mas com capricho: calça jeans escura, uma blusa branca de botões e o cabelo preso num coque solto. Respirei fundo antes de sair.

Cheguei à mansão quinze minutos antes do horário marcado. A fachada era imponente, mas havia algo acolhedor nas janelas amplas e nas flores cuidadas ao redor. Toquei a campainha e fui recebida por uma senhora sorridente, com cabelo grisalho preso num coque e olhos gentis.

— Você deve ser a senhorita Melinda — disse ela, abrindo espaço para eu entrar. — Sou dona Ema. O senhor Claus está lhe aguardando no escritório.

Acompanhei-a por um corredor silencioso e elegante, onde o som dos meus passos parecia ecoar mais do que deveria. O escritório era amplo, com móveis escuros, uma estante repleta de livros e um enorme janelão que dava vista para o jardim dos fundos.

E lá estava ele.

Claus Rodrigues.

O homem era exatamente como me descreveram — e mais. Alto, postura impecável, olhos azuis que pareciam analisar cada detalhe meu com precisão cirúrgica. Tinha uns 38 anos, mas carregava um ar sério e maduro que o fazia parecer ainda mais inatingível.

— Senhorita Melinda — disse ele, com a voz firme. — Sente-se.

Sentei-me, tentando parecer tranquila, mas minhas mãos estavam suando. Ele passou alguns minutos revisando meus documentos e fez algumas perguntas sobre minha experiência com crianças. Fui sincera. Não tinha muita experiência formal, mas sempre cuidei dos primos e filhos de amigas.

— O salário é de 30 mil dólares por mês — anunciou ele, como se fosse algo rotineiro. — Com a condição de que você durma aqui na mansão e tenha uma folga a cada 15 dias.

Engasguei. Quase achei que tinha ouvido errado.

— Eu… claro, senhor. Aceito.

Empolgada, estendi a mão para selar o acordo, mas antes que percebesse, impulsivamente abracei-o. Por um segundo, o tempo congelou. Senhor Claus ficou rígido, surpreso com meu gesto. Assim que notei o que havia feito, me afastei, corando até as orelhas.

— Me desculpe, senhor. Isso não vai se repetir.

Ele ficou em silêncio por um momento antes de assentir.

— Tudo bem. Arthur a levará até sua casa para pegar suas coisas. Seja rápida.

Levantei-me rapidamente, agradecendo mil vezes, enquanto meu coração ainda batia acelerado. O motorista me aguardava do lado de fora. Um homem educado, de terno escuro, que não fez muitas perguntas durante o trajeto. No caminho, liguei para Luna e Jhenny.

— Meninas consegui o emprego! Vou ter morar na casa da família.

As duas comemoraram, mas a tristeza de ficarmos separadas ficou evidente na voz delas. Prometi passar as folgas sempre que elas.

De volta à mansão, Senhor Arthur me ajudou com minhas malas. Fui direcionada a um quarto no andar superior, próximo aos das meninas. O quarto era lindo espaçoso, com uma cama macia e uma janela que dava para o jardim.

Logo em seguida, fui apresentada às crianças.

Iza, a mais velha, de 15 anos, me olhou com desconfiança. Estava sentada em uma poltrona com o celular na mão, os fones nos ouvidos, como se o mundo inteiro fosse uma ameaça.

Karen, de 7 anos, foi mais receptiva. Abriu um sorriso tímido ao me ver.

Mas foi Lira, a bebê de 1 ano e 5 meses, que me pegou de surpresa. Assim que me viu, abriu o berreiro.

— O que foi, minha linda? Por que você está chorando? — perguntei com a voz mais suave possível.

A peguei no colo com cuidado. Em poucos segundos, os soluços diminuíram, e logo ela repousava a cabecinha no meu ombro, chupando o dedinho com os olhos quase fechando.

Aquela pequena confiança me deu forças.

Depois de acomodá-la em sua caminha, fui até Karen.

— Posso te ajudar a se arrumar para o café da manhã?

Ela hesitou por alguns segundos antes de aceitar.

Descemos juntas até a mesa. O cheiro de café e pão fresco invadia o ar. Sentei Karen em uma cadeira e preparei uma xícara de leite com chocolate para ela.

Iza apareceu logo depois, mas com a mesma expressão fechada.

— Não precisa fingir simpatia. Não vou gostar de você só porque está tentando.

Seus olhos tinham raiva. Não de mim, mas de tudo.

— Tudo bem — respondi. — Mas estarei por perto, se precisar.

Ela não respondeu. Apenas se afastou, como se minha presença fosse um incômodo.

Durante o café, Claus apareceu. Estava de terno, pronto para sair. Seus olhos percorreram a mesa com atenção, pousando em Lira, que sorria enquanto mordia um pedacinho de pão. Quando ele olhou para mim, algo em sua expressão mudou. Não era mais frieza. Havia um brilho sutil, quase imperceptível.

Talvez fosse o começo de algo.

Ou talvez só estivesse grato por ver a filha sorrindo.

De qualquer forma, naquele instante, tive certeza de que minha vida estava prestes a mudar.

E eu estava pronta para o que viesse.

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Comments

ANGEL @army

ANGEL @army

só isso muito pouco

2024-06-07

1

MEIRE Martins

MEIRE Martins

Também concordo

2024-04-11

8

Tina Ramos

Tina Ramos

Deveria ter usado a imagem das primas para ser a protagonista. São muito mais bonitas. Essa imagem parece de um travesti que foi montado para trabalhar.

2024-04-09

3

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