capítulo 3

Capítulo 3 – Ela me persegue até nos sonhos

Claus

A casa está silenciosa àquela hora da noite. Estou na sala, iluminado apenas pela luz externa que entra pelas janelas. Fumo meu charuto em silêncio, tentando relaxar, mas a única coisa que invade minha mente é... ela.

De repente, vejo Melinda atravessando o corredor em direção à cozinha, completamente alheia à minha presença. Ela usa um babydoll curto e leve, desses de cetim que colam no corpo como uma segunda pele. A luz da rua ilumina suavemente seu caminho, revelando cada curva, cada movimento do seu corpo jovem e provocante. Ela não me viu. E, sinceramente, talvez seja melhor assim.

Sigo seus passos silenciosamente. Quando chego à porta da cozinha, ela está com a cabeça enfiada dentro da geladeira, pegando água. Me aproximo mais... e é nesse instante que ela se vira.

— Ai, meu Deus! — ela grita, o susto fazendo a garrafa escorregar de suas mãos.

A água jorra, molha tudo... inclusive ela. E o babydoll molhado gruda ainda mais no corpo. Consigo ver os bicos dos seios saltando contra o tecido fino, provocando uma tensão insuportável em mim. A visão é quase surreal. Aquela mulher... não, aquela menina, está me perseguindo até em estado de vigília. Maldito seja esse desejo.

— Senhor Claus, que susto! — ela exclama, cobrindo os seios com os braços, corada, envergonhada.

Não digo nada. Só viro as costas. Preciso sair dali.

Corro para o meu quarto, cada passo como se fugisse do próprio inferno que meu corpo virou. Tomo um banho gelado e me alivio da única forma possível, pensando nela... na pele molhada, no olhar assustado, nos lábios entreabertos. E isso me frustra. Porque eu não deveria querer. Mas quero. Quero como um louco.

Me deito, mas dormir... dormir é outra tortura.

Ela me persegue até nos sonhos, como uma maldita tentação que Deus largou na minha casa só pra me castigar.

Melinda

Meu coração ainda está acelerado. A água escorreu pelo meu corpo inteiro, e o senhor Claus... parado ali, me olhando daquele jeito. Não disse nada. Só virou as costas e sumiu no corredor. Que homem esquisito. Mas... bonito. E aquele olhar... sério, sombrio... intenso.

Limpo a bagunça rapidamente, com vergonha ainda queimando nas minhas bochechas. Assim que termino, vou para o quarto, troco de roupa e deito.

Amanhã é minha folga. Estou tão feliz! Vou pra casa hoje à noite e já combinei com as meninas da gente sair. Preciso me distrair, rir, dançar... esquecer esse olhar dele que me deixou tão desnorteada.

De manhã acordo animada. Karen já está rodando pelo quarto dizendo que vai sentir minha falta. Iza está com cólica, toda quietinha no canto. Faço uma bolsa de água quente e levo pra ela.

— Aqui, Iza. Vai te ajudar.

Ela fica sem jeito, mas aceita.

— Obrigada...

— De nada, meu amor.

Lira, minha pequena, parece que sabe que vou sair. Está agarrada em mim o tempo todo, manhosa, pedindo colo. Meu coração até aperta.

Dona Ema aparece na sala com um sorriso caloroso, como sempre.

— Pode ir tranquila, querida. Eu fico com as meninas. Já fiz isso antes, lembra?

— Qualquer coisa, me liga! — falo já indo em direção à porta.

— Pode deixar. Vai se divertir!

Dou um beijo na testa de Lira e saio.

Claus

Amanhã é a folga dela. E essa casa já me parece vazia só de imaginar. Estou tentando de tudo pra manter distância dessa babá que insiste em aparecer até quando fecho os olhos.

Mas não posso negar: ela trouxe vida pra esse lugar. Karen voltou a rir, Iza até esboça sorrisos tímidos, e Lira... está mais calma, mais amorosa. Melinda tem esse dom de acalmar o caos. E isso me assusta. Ela está mexendo com tudo. Com as meninas... e comigo.

Mas eu não posso ceder. Não posso.

Michel me liga e insiste pra irmos na boate do irmão dele. Diego Montenegro. Faz tempo que não saio. E talvez eu precise mesmo de um pouco de distração. Aceito.

Melinda

Chego em casa e sou recebida com abraços. Jhenny, e Luna estão animadas. Conto tudo enquanto a gente se arruma. Hoje quero esquecer qualquer tensão, qualquer olhar.

Jhenny diz que conhece o segurança da balada nova e que vamos entrar direto. E foi o que aconteceu. O lugar está cheio, vibrante. Luzes, música alta, gente bonita por todos os lados. A gente dança, bebe, ri. Estou me sentindo viva outra vez.

— Mel, tem um cara te olhando lá da área vip — luna cochicha no meu ouvido.

Dou uma olhada... e meu coração para.

Claus.

Claus

Chegamos à boate. A área vip está do jeito que sempre esteve: gente rica, superficial e mulheres plastificadas. Diego nos cumprimenta com aquela arrogância de sempre, acompanhado de uma das suas "amigas de ocasião", Michele.

— Já nos conhecemos — digo, tentando esconder o tédio.

Michele fala demais. A risada dela me dá dor de cabeça. Mas preciso esquecer a babá.

Estou quase cedendo e levando Michele pro carro quando meus olhos são puxados pra pista de dança.

E lá está ela.

Melinda.

Com um vestido curto, colado no corpo, rodando no ritmo da música. Os cabelos soltos, as bochechas coradas. Ela ri com as amigas, livre, leve, linda. Quase me esqueço de respirar.

— Claus? — Michele me cutuca.

— Hm?

— Tá me ouvindo?

— Não. — Respondo, seco, já virando o rosto de novo para a pista.

Ela me viu.

E desvia o olhar rápido, como se quisesse fugir. Mas é tarde. Nossos olhos já se cruzaram.

Melinda

Droga. Ele me viu.

Meu coração está batendo tão forte que parece que todo mundo consegue ouvir. Tento fingir que não é nada. Que não o conheço. Que ele não está ali me encarando como se quisesse me despir.

Mas ele sabe que estou vendo.

Luna me puxa pela mão.

— Vem, vamos ao bar pegar mais um drink.

Concordo. Preciso beber alguma coisa. Qualquer coisa que me faça esquecer esse olhar.

No balcão, sinto que alguém se aproxima. E quando me viro, ele está lá.

Claus.

— Está se divertindo, babá? — a voz dele é baixa, grave, rouca. Quente demais.

— É minha folga, não? — rebato, tentando soar confiante, mas meu corpo inteiro estremece.

Ele dá um meio sorriso. Quase debochado. Quase... possessivo.

— Só cuidado com o tipo de diversão que escolhe.

— Isso é uma ameaça, senhor Claus?

— É um aviso.

Ele se afasta, e eu fico ali, com o coração disparado e os joelhos fracos.

O que esse homem está fazendo comigo?

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Comments

Nadja Borges

Nadja Borges

eita que babado a baba status em todo lugar

2024-03-05

9

HENEMANN- M. Henemann

HENEMANN- M. Henemann

Achando que ia se livrar da babá né Papai 🤭🤭

2024-03-03

20

Manuelena Evangelista

Manuelena Evangelista

kkkkkkkk

2024-02-26

3

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