3. Porque não traz ele para trabalhar aqui?

Maria : Meu filho é uma boa pessoa querida, com um coração enorme. Mas moramos em uma zona muito carente, e além de ele ser destratado pela nossa situação financeira...

Luiza

Ela fez uma pausa.

Maria : Desculpe querida, jamais quis falar mau do meu salário, não é isso.

Luiza : Maria, não ligue pra isso, se acha que ganha pouco aumentamos seu salário, no momento tudo que me importa é saber oque está acontecendo.

Eu realmente não estava ligando pra ela falar que sua situação financeira não é lá essas coisas, pois se fosse ela não estaria conosco não é mesmo?

Maria : A verdade é que meu filho é orgulhoso e não aceita muito a minha ajuda, somente no básico e ainda assim com muito custo.

Ela fez uma pausa e voltou a falar.

Maria : O problema é que meu filho, além de sofrer pela situação financeira, ele sofre também por ser negro, e nesse país onde quase todos são polacos de olhos azuis, é extremamente difícil darem oportunidades pra negros.

Luiza : O pai dele é negro?

Perguntei, já que Maria era extremamente branca.

Maria : Sim, me apaixonei por um negro que trabalhava numa casa próxima a dos Jhonsons, engravidei, e depois que nasceu passei a criar meu filho na casa deles, até que a senhora Yasmin não quis mais saber de meu filho pelas dependências da casa. Uma criança como ele poderia trazer uma má imagem pros convidados, assim ela disse.

Luiza : Isso é um absurdo, aff minha sogra também chega a ser ridícula com aquele preconceito dela... racista ridícula.

Ficava estressada com esse tipo de coisa.

Maria : Não quero fazer sua cabeça contra ninguém querida.

Luiza : Jamais fará Maria, aquela ali eu odeio desde o dia que conheci.

Maria : Oque eu acho mais absurdo é o fato do pai do Bryan ser negro, e ela simplesmente andar de nariz empinado só por ter um filho branco igual a ela.

Luiza : O pai do Bryan era negro? Eu não sabia disso.

Maria : Sim, e um ótimo homem, ele que me contratou e me trouxe pra cá, para trabalhar com a família e ajudar a criar o senhor Bryan.

Luiza : Como pode uma família que tem um negro como parte dela, ser extremamente racista como essa, isso é estranho.

Maria : Quando o senhor Estevão era vivo, eles eram diferentes, mas depois tudo mudou. A senhora Yasmin mudou extremamente quando ele faleceu. Não sei nem como me deixou continuar trabalhando na casa. Por eu ter um filho negro. Mas enfim, acabei conseguindo uma casa em um bairro carente, e uma amiga me ajudou a criar meu filho.

Luiza : Vejo que essa situação não é recente Maria, e hoje especialmente que você não está bem, oque mudou na situação de vocês?

Maria : Meu filho, por não conseguir oportunidades de emprego, anda se metendo em coisas que não deve, se é que a senhora em entende, e acabou que está jurado de morte no local que vivemos. Eu juro que ele é um bom garoto, mas tem tomado decisões erradas. Eu precisava tira-lo de lá e arrumar a ele um emprego bom que pudesse pagar um apartamento pra ele viver.

Luiza : Posso pagar o apartamento pra ele.

Maria : Ele jamais aceitaria ser bancado, e isso é uma das minhas maiores dificuldades, como disse até o meu dinheiro ele tem dificuldade em aceitar, ele fala que tem idade suficiente para trabalhar e se bancar. E que meu dinheiro é meu, que tenho que ter um futuro melhor, já que ele não quer que eu trabalhe pro resto da vida.

Luiza : Realmente ele parece ter um bom coração, mas então Maria, porque não traz ele pra trabalhar aqui?

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