Acordei algumas horas antes de ir para o trabalho. Meu corpo ainda tremia de ansiedade, mesmo depois de ter sobrevivido ao teste maluco daquele homem. Levantei-me devagar, tentando afastar o nervosismo que ainda queimava minhas veias. O banheiro me recebeu com o vapor quente do chuveiro; a água escorrendo pelo meu corpo parecia levar embora parte da tensão, mas não completamente. Tomei meu café da manhã em silêncio, escolhendo roupas que me permitissem movimentar-me livremente — algo confortável, mas que mantivesse a aparência profissional.
Peguei meu carro e dirigi até a empresa. Estacionei na garagem, respirei fundo, e subi as escadas com cautela. Foi então que o vi: um homem encapuzado, rosto coberto por um pano preto. Ele estava parado, imóvel, como se fosse parte das sombras. Aproximando-me, ouvi o sussurro, frio e urgente:
— Cuide de sua irmã.
Antes que eu pudesse reagir, ele desapareceu, evaporando na penumbra do corredor. Um arrepio percorreu minha espinha; suas palavras ecoavam na minha mente. Não entendi completamente, mas a sensação de alerta foi instantânea.
— Mais tarde passarei na escola dela para garantir que está bem — murmurei para mim mesma, cerrando os punhos.
Então, ouvi passos firmes atrás de mim. Virei-me e encontrei Carter, me observando com aquele olhar penetrante que sempre parecia ler cada fragmento do meu ser.
— Senhor Carter, sabia que é falta de educação encarar alguém? — disse, tentando disfarçar o frio que subia pela coluna.
Ele inclinou a cabeça, os lábios curvando-se num sorriso discreto, calculado:
— Bom dia para você também, senhorita. Achei que estava ficando louca falando sozinha, então decidi observar. Não se preocupe, ainda não tinha acabado de chegar.
Assenti, um pouco sem jeito. Ele estendeu o braço, guiando-me até o elevador. Ficamos sozinhos; o silêncio era carregado, quase tangível. Ele finalmente quebrou a tensão:
— Sua sala será ao lado da minha. Por enquanto não posso colocá-la na mesma sala, mas logo providenciarei isso. Quanto ao salário, será proporcional ao seu desempenho. Nada de injusto. As missões podem surgir a qualquer momento; serão perigosas, então tome cuidado. Aqui temos academia, salas de treinamento, equipamentos de combate corpo a corpo e armamentos. Aliás… você foi muito bem ontem. Não esperava menos de você.
— Obrigada, senhor. — respondi, mantendo a formalidade. — Gostaria de saber se irá comigo nas missões ou se irei apenas com o parceiro que mencionou?
Ele caminhou lentamente, cada passo medido, enquanto respondia:
— Quando não estiver ocupado com a empresa, estarei com você. A maior parte do tempo, passará comigo. Assim, não precisará ir às missões com outros.
— Entendi.
Ele sorriu, inclinando levemente a cabeça:
— Aliás… você está linda hoje.
Senti meu rosto arder. Uma mistura de vergonha e algo mais profundo me atingiu, quase impossível de controlar.
— Obrigada, senhor. — murmurei, desviando o olhar.
— Não precisa ser tão formal. Pode me chamar pelo meu nome.
— Certo, Carter.
Ele me olhou intensamente, e o silêncio retornou, carregado de eletricidade. Seu olhar era predatório, quase como um leão avaliando sua presa — intenso, calculista, fascinante.
— Assim você vai me deixar com vergonha, senhorita. — disse ele, com uma ponta de humor discreta.
O elevador se abriu antes que eu pudesse reagir. Carter fez um gesto para que eu fosse na frente. Seguimos até o andar da equipe, onde um homem mais velho nos aguardava.
— Bom dia, senhor Carter! Bom dia, senhorita Maylin! — disse, com sorriso cordial.
— Bom dia, George. — respondi.
— George, pode mostrar a empresa à senhorita Maylin? Irei resolver alguns assuntos.
— Claro, senhor. — Ele assentiu. — Estarei esperando em sua sala, Maylin. Não se atrase.
George começou a me guiar, e cada passo era uma aula de paciência e eficiência. Ele me apresentou todos os departamentos, explicou o funcionamento de equipamentos que eu nem imaginava que existiam, e mostrou as áreas de treino, mapas estratégicos e salas de simulação. Tudo era impecável, calculado, projetado para criar eficiência máxima.
Quando terminei o tour, aproximei-me da sala de Carter. Bati levemente.
— Posso entrar?
— Claro, Maylin. Entre. — Ele me sinalizou com a mão.
— Sente-se.
Sua postura mudou ligeiramente, tornando-se mais firme. A atmosfera carregou-se de tensão novamente.
— Tenho uma missão urgente para você. — Ele falou, voz baixa, grave, quase cortante. — Eles estão se movendo mais rápido do que imaginei.
Algo seco subiu à minha garganta ao ouvir a palavra “eles”. Carter, normalmente tão controlado, parecia ligeiramente tenso; o maxilar rígido, mãos levemente suadas.
— “Eles”? — perguntei, confusa.
— Sim. Os vampiros. — A resposta veio firme, quase como um soco no estômago.
Meu coração acelerou, adrenalina e medo se misturando. Observava Carter, normalmente tão frio, agora visivelmente preocupado. A tensão dele aumentava a minha própria, e eu sabia que cada segundo dali em diante seria crítico.
Ele inclinou-se para frente, olhos fixos nos meus, voz baixa, quase um sussurro:
— Precisamos agir rápido. Vou fornecer tudo que precisar, Maylin. Mas não podemos errar. Cada segundo conta.
Olhei ao redor — mapas estratégicos, equipamentos, telas com estatísticas e relatórios de movimentações suspeitas. A empresa não era só um negócio; era uma fortaleza estratégica.
— Entendi, senhor. Estou pronta. — falei, firme, mesmo que meu corpo tremesse de adrenalina.
Carter observou cada detalhe, cada respiração minha, cada gesto. Mentalmente, ele avaliava, calculava, medindo forças, habilidades e reflexos:
(Ela é fascinante — cada gesto, cada reação. Mesmo sob pressão, mantém controle. É determinada e perigosa. Cada movimento é calculado, cada decisão tomada em frações de segundo. Estou começando a entender por que meu pai valorizava tanto treinamento como este. Preciso mantê-la sob controle, mas não posso desviar o olhar. Esta mulher será minha aliada… ou minha surpresa mais perigosa.)
Ele então levantou-se, caminhando até um canto da sala onde equipamentos, mapas e tablets estavam organizados para a missão. Tudo estava pronto para iniciar o planejamento.
— Amanhã iniciaremos seu treinamento completo e a primeira missão. Prepare-se — disse, firme, mas seu olhar denunciava um interesse intenso, contido. — E Maylin… não subestime nada. Nem mesmo aqueles que você acredita estar ao seu lado.
A sensação de que algo grande e perigoso estava por vir me consumia. Carter me observava, calculando cada passo, cada reação. Entre nós, havia uma tensão silenciosa, quase elétrica, invisível aos outros, mas palpável em cada respiração, cada movimento.
Enquanto saía da sala, notei que ele já havia dado ordens aos funcionários: a sala de Maylin seria equipada ao lado da dele, preparada para treinamento, simulações e missões reais. A equipe de elite ficaria à disposição dela, garantindo que ela fosse testada e treinada ao máximo. Carter mantinha controle absoluto da situação, mas sua mente não largava o pensamento dela — calculando, prevendo, fascinado pelo potencial que ele mesmo acabara de testemunhar.
- essa mulher vai ser minha morte!
pessoal eu irei atualizar e melhorar todos os capítulos espero que compreendam, tem muitos erros e estou dando meu melhor, obrigado a todos🩷! !
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Atualizado até capítulo 18
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