CAPÍTULO 2 - A NAMORADA

Pedro foi ao encontro da namorada pegando em sua mão, ele a levou até os amigos. Seus passos eram firmes e o sorriso no rosto deixava claro que estava feliz. Ele parecia até mais confiante do que o normal, como se aquele momento fosse algo que ele aguardava ansiosamente.

– Amor, estes são os meus amigos, Henrique, Júlio e Júlia – disse Pedro, apresentando a moça com um brilho especial nos olhos.

A jovem sorriu de maneira educada, embora um pouco tímida, como se não tivesse certeza se seria bem recebida. Seu olhar passeou rapidamente pelo grupo, tentando decifrar em cada expressão se seria aceita.

– Oi! É um prazer finalmente conhecer vocês, Pedro fala muito bem de vocês – disse ela, com a voz doce, tentando demonstrar simpatia.

Henrique, que era sempre o mais direto e desconfiado, franziu levemente o cenho, cruzando os braços.

– Que estranho… ele fala da gente para você, mas nunca fala de você para nós – respondeu, com uma sinceridade que soou quase como uma acusação.

Pedro, percebendo a tensão que surgia, riu em seguida, tentando quebrar o clima pesado.

– É que eu queria fazer uma surpresa para vocês. E ver a cara de vocês foi hilário! – disse ele, entre risos.

A namorada, no entanto, abaixou discretamente o olhar, um pouco envergonhada, enquanto Júlio aproveitava para intervir com a voz carregada de esperança:

– Então isso tudo foi uma pegadinha sua? Vocês não estão namorando? – perguntou, tentando esconder a ansiedade que o consumia.

Pedro rapidamente fechou o semblante, respondendo firme:

– Não. Nós realmente estamos namorando. É que eu não tive a oportunidade de falar sobre isso com vocês antes. Por isso marquei com vocês hoje, achei que seria o momento ideal.

Um silêncio se instalou por alguns segundos. Júlio desviou o olhar, apertando os lábios em frustração.

– Ata… quando foi que vocês se conheceram? – perguntou, tentando disfarçar o desconforto.

Pedro sorriu ao lembrar do momento e passou a contar a história com entusiasmo.

– No início do mês. Eu fui à secretaria da faculdade para resolver uns assuntos. E lá estava ela, a garota mais linda do mundo! Como estava chovendo, e ela não tinha guarda-chuva, emprestei o meu.

Júlio arqueou as sobrancelhas.

– Você ficou sem?

– Sim! Mas o meu carro estava próximo, e eu não iria usar mesmo – respondeu Pedro, orgulhoso do gesto.

Henrique se voltou para a garota, o tom de voz sério.

– E você? O que estava fazendo na secretaria?

Ela respirou fundo antes de responder, sentindo a pressão daquele interrogatório velado.

– Eu fui lá entregar uns documentos que faltavam para a minha matrícula – explicou com calma, tentando não demonstrar incômodo.

Henrique assentiu, mas seu olhar ainda era avaliador, como se buscasse algo além da resposta.

– Tá… e o que aconteceu depois? – insistiu, curioso.

Pedro voltou-se para Júlia, envolvendo-a no relato.

– Júlia, você lembra aquele dia em que fomos à cafeteria perto da faculdade e você passou mal?

– Sim, lembro… por quê? – perguntou ela, surpresa.

– Pois é. Naquele mesmo dia eu a encontrei pela segunda vez, no farol. Ela estava toda pintada por conta dos trotes da faculdade e, com uma colega, veio pedir dinheiro. Quando parei o carro, aproveitei a oportunidade para dar o meu número a ela. Dois dias depois, ela me ligou. A gente começou a conversar, a sair, e… aqui estamos nós – contou, com um sorriso apaixonado no rosto.

Júlio não conseguiu segurar o tom sarcástico:

– Mas não tem nem um mês que se conhecem e já estão namorando. UAU! Vocês devem realmente se gostar… – disse, olhando diretamente para a garota, que se encolheu diante das palavras.

Pedro imediatamente percebeu a provocação e respondeu sério:

– O que você quer dizer com isso?

– Nada! – rebateu Júlio, erguendo as mãos em rendição. – É que foi tudo tão rápido… ainda mais você, que é sempre tão cauteloso.

Pedro respirou fundo, tentando manter a calma.

– Para tudo existe uma primeira vez, não é mesmo? – disse em tom firme.

Henrique, percebendo que o clima ficava cada vez mais tenso, interveio com um sorriso conciliador.

– Sim, sim. Para tudo tem uma primeira vez – concordou, mudando de assunto.

Enquanto caminhavam, Pedro se voltou para Júlia, lembrando-se de algo.

– E você, Júlia? O que tinha para nos falar?

Júlia, que carregava um turbilhão de sentimentos, hesitou. Seu coração batia forte, e a presença da namorada de Pedro a deixava desconfortável.

– Bom… não era nada importante, já até me esqueci – respondeu, forçando um sorriso que não alcançava os olhos.

Henrique, percebendo sua aflição, rapidamente interveio:

– Então vamos nos divertir! Afinal, é para isso que viemos aqui, não é mesmo? – disse, animado.

Ele pegou Júlia pela mão e foi à frente, tentando aliviar o peso que ela carregava. Júlio os acompanhou, lançando olhares discretos, como se quisesse protegê-la.

Pedro e a namorada ficaram para trás, dirigindo-se à bilheteria. A moça parecia inquieta, mordendo os lábios antes de falar em voz baixa:

– Amor, eu acho que seus amigos não foram muito com a minha cara…

Pedro parou por um instante, segurando-a pela cintura, e olhou diretamente em seus olhos.

– Eles só foram pegos de surpresa, é só isso – disse, com convicção.

– Entendo… – murmurou ela, ainda insegura.

Pedro acariciou sua mão e sorriu de leve.

– Você vai ver, eles são bem legais. Logo vocês vão estar se dando bem – garantiu, tentando acalmá-la.

Ela assentiu, mas por dentro não tinha certeza se seria tão simples assim. Enquanto caminhavam para comprar os ingressos, um ar de tensão pairava no ar, mesmo em meio a paisagens e ao burburinho do parque.

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