Valentim narrando...
Acordei cedo, como sempre faço. Cinco e meia da manhã. Coloquei minha roupa de exercícios e fui para a academia da casa, onde fiz meu treino matinal. Depois de duas horas de treino pesado, voltei para o quarto, tomei banho e fui tomar meu café.
Sentei-me à mesa e cumprimentei minha governanta.
Valentim:
— Bom dia, Dina!
Dina:
— Bom dia, menino! Você virá almoçar hoje?
Valentim:
— Não, Dina. Hoje tenho muitas coisas para fazer.
Ela apenas assentiu com a cabeça e se retirou. Terminei meu café, subi, escovei os dentes, peguei minhas coisas e segui para a empresa. No caminho, já liguei para o Nino.
Nino (📱):
— Bom dia, chefe!
Valentim (📱):
— Bom dia, Nino. Estou indo para a empresa. Tenho alguns contratos para assinar e, depois, vamos para a sede da máfia. Te espero lá.
Nino (📱):
— Certo, chefe. Já estou a caminho.
Desliguei o telefone e continuei o trajeto.
Nino é o meu braço direito. Faz seis anos que trabalha na empresa e, há dois, o tornei meu consigliere. O garoto é esperto — sempre dois passos à frente de todos. Quando mandei investigá-lo, não descobri muita coisa: apenas que sempre viveu nas ruas. Mas, ao contrário da maioria, soube tirar o melhor disso. É rápido, inteligente e calculista.
Foi o primeiro a perceber que eu era mafioso, apenas pelas minhas atitudes. E olha que sou discreto. Quando o convidei para trabalhar na máfia, ele impôs uma condição: que eu ajudasse a irmã dele a entrar na faculdade. Mais um ponto a favor dele. Nunca vi a garota, mas sei que ele fez de tudo para que ela sobrevivesse nas ruas. Desde então, os dois se tornaram mais do que irmãos.
Eu, apesar de mafioso, valorizo a família. Hoje, ela está no segundo período de Arquitetura. Não a conheço pessoalmente — não tenho tempo para essas formalidades —, mas sei que é uma garota quieta, que só sai de casa para trabalhar e estudar.
Cheguei à empresa e fui direto para o estacionamento. Subi pelo meu elevador privativo. Raramente apareço ali por conta dos negócios da máfia — minha irmã é quem cuida de tudo. Assim que cheguei ao andar da presidência, dei de cara com o Nino. Ele me cumprimentou, mas percebi certo nervosismo nele.
Seis meses atrás, ele conheceu minha irmã. Apesar de trabalharem na mesma empresa, ela é muito grande e, desde que o tornei consigliere, ele passa mais tempo na sede da máfia do que aqui. Naquele dia, porém, tivemos uma reunião: eu, minha irmã, meus pais e alguns diretores. Nino me acompanhou.
Percebi de imediato o interesse dele por Aurora. Ficou hipnotizado — e eu sei que ela também se interessou, pois os dois não paravam de se olhar. Meu pai também notou. Nada passa despercebido por Luca Romano. Desde então, passei a observar melhor os dois, e é sempre a mesma coisa: quando se encontram, parece que faíscas saltam de seus olhares.
Por mais que eu veja o que ele sente por minha irmã, Nino sempre a respeitou. Nunca se aproximou demais. Talvez ache que não é digno dela. Mas, se existe um homem digno da minha irmã, esse homem é Nino. Ele é um mafioso nato. Desde que começou a trabalhar comigo, o coloquei em treinamentos e fiquei impressionado com sua evolução. Domina lutas, armas e estratégias como ninguém.
Quando meu pai percebeu o olhar dos dois, me perguntou quem era ele e de onde eu o conhecia. Contei tudo o que sabia. Ele disse que conhecia aquele rosto de algum lugar. E, se Luca Romano diz que conhece alguém, é porque conhece. Desde então, mandou investigá-lo. Estamos tentando descobrir quem foram seus pais e por que ele foi abandonado nas ruas. Meu irmão Domênico está nos ajudando nisso — afinal, ele é um hacker brilhante. Nada escapa àquele garoto.
Entrei na sala da minha irmã, seguido por Nino. Os olhos dela foram direto para ele.
Aurora:
— Bom dia, maninho! A que devo a honra da sua visita? — disse, vindo me abraçar.
Valentim:
— Bom dia, maninha. Vim assinar alguns papéis e te atualizar sobre os projetos em andamento.
Aurora:
— Bom dia, Nino — disse, olhando intensamente para ele.
Nino:
— Bom dia, senhorita Aurora — respondeu, desviando o olhar.
Após meia hora, terminei a reunião com minha irmã. Os olhares dos dois eram até engraçados. Nino é um cara alto — maior que eu, inclusive. Tenho 1,85 m; ele, 1,89 m. Mas, quando está perto da minha irmã, parece que encolhe.
Meu pai disse que isso é amor, que conhece bem esses olhares e que devemos deixá-los se desenrolar sozinhos. Ele tem razão. Eu não me meto em assuntos de amor — até porque nunca amei ninguém.
Saímos e seguimos para a sede. Pela cara do Nino, tenho certeza de que ele queria ficar. Ao chegarmos, fomos resolver um problema com um carregamento.
Estávamos eu, Domênico e Nino na minha sala, traçando as rotas, quando o telefone dele tocou. Ele me olhou, e apenas sinalizei para que atendesse. Nino se afastou um pouco, começou a falar, e percebi o nervosismo em sua voz. Então desligou, e eu perguntei
continua...
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Atualizado até capítulo 42
Comments
Tânia Márcia Gomes
também acho que é mafioso
2025-10-16
2
Fatima Vieira
ele é filho de mafioso
2025-10-20
1
Adriana Neri
Nino deve ser Mafioso também.
2025-10-15
1