Aurora Romano

Meu nome é Aurora Romano Fontana. Sou filha de Luca Romano e de Marie Fontana.

Marie Fontana Romano (atualmente 53 anos)

Luca Romano Marino ( atualmente 59 anos)

Todos dizem que meu pai foi — e sempre será — o maior mafioso da Itália. Mas, para mim, ele sempre foi apenas o meu paizinho. Lá fora, podia ser o homem cruel e implacável; dentro de casa, porém, era um marido dedicado e um pai amoroso. Ele e minha mãe são a base da minha vida, assim como meus irmãos, Valentim e Domênico, que sempre foram fundamentais para mim.

Sempre fui muito ligada à família. Sou arquiteta (seguir os passos da minha mãe)e divido a direção da empresa com meu irmão gêmeo, Valentim. Já Domênico preferiu seguir os passos da máfia. Eu nunca quis me envolver nesse mundo — e meu pai sempre respeitou minha decisão.

Na nossa família nunca existiu essa história de casamento por conveniência ou por contrato. Muitos tentaram propor alianças ao meu pai, mas ele sempre recusou. Costumava dizer que sua princesinha só se casaria se realmente quisesse.

E eu sei que, se um dia ele tivesse aceitado algo assim, minha mãe teria colocado tudo a perder (risos). Eles se amam e se respeitam profundamente.

Eu mesma só amei uma vez: Roberto. A pior escolha que poderia ter feito. Ele me enganou de todas as formas possíveis e, no fim, descobri que só queria o nosso dinheiro, o meu pai e o meu irmão até tentaram me alertar mas eu estava cega de paixão. Sei que meu pai e meu irmão deram um fim nele, mas nunca quis saber os detalhes. Foi melhor assim.

Sofri muito, mas superei. Hoje, não acredito mais no amor. Acho que o verdadeiro — como o dos meus pais — não existe mais.

Tenho duas melhores amigas: Kimberly e Malu. Conheci Kimberly quando ela começou a trabalhar na empresa há seis anos. Alegre, extrovertida e sempre pronta a ajudar, ela se tornou parte da minha vida. Já Malu conheci na cafeteria próxima à empresa. Consegui um emprego para ela, pois conheço a dona — uma colaboradora da minha mãe.

Malu é doce, meiga e muito tímida. Sempre a convido para ir à minha casa, mas ela arruma desculpas. Sei que tem seus motivos. Sua história é muito forte: cresceu nas ruas e, se não fosse por Nino — o irmão de coração, não de sangue — talvez não tivesse sobrevivido.

Nino... só o conheci há seis meses, mas ele tem tirado meu sono. Não consigo parar de pensar naquele homem. Alto, bonito, de postura imponente e olhar dominante — quase predador. Quando o vi pela primeira vez, em uma reunião, meu corpo inteiro estremeceu. Nunca havia sentido nada parecido.

Dois dias atrás, depois de não aguentar mais guardar o que sentia, conversei com minha mãe. Ela me disse que isso que sinto é amor — porque foi exatamente assim com papai: desde o primeiro olhar, nunca mais conseguiram deixar de pensar um no outro.

Mas eu não sei... e se ele não sentir o mesmo? E se não quiser ficar comigo?

São tantas perguntas... e nenhuma resposta.

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