quarto

​O corpo de Angel estremeceu. A confirmação de Bella era o mapa que ela precisava.

​— E o Eduardo? — Angel perguntou, desviando do tópico principal. — Ele te notou?

​Bella suspirou, o brilho sumindo.

​— Ele me deu um olhar rápido e me mandou ir para casa. Ele estava preocupado com você. Ele me vê como a irmã do chefe, e não mais do que isso.

​— Certo. O plano funcionou, Bella. O nosso Dante está descontrolado. Agora precisamos de um plano para o seu Eduardo.

​Elas se curvaram, trocando mais sussurros sobre o próximo movimento, mas a conversa foi interrompida pelo Sub na porta.

Eduardo estava sério, o rosto rígido.

​— O Dante mandou te buscar. Agora.

​Angel sentiu um arrepio. Não era um castigo imposto pelo irmão; era uma ordem direta de Lúcifer.

​— Ele está te esperando na casa de segurança. A gente vai sozinha. Sem guarda-costas — disse Eduardo, confuso com a ordem incomum. — Ele disse que é particular. Não tente nada, Angel. Não o desrespeite de novo.

​Angel assentiu, a doçura de sua face escondendo a determinação. Ela sabia que a "conversa" não seria sobre a carga, nem sobre o Biel. Seria sobre a palavra proibida que ele tinha dito na Baixa.

​A casa de segurança era um pequeno sobrado, discreto, usado por Dante para reuniões confidenciais. Ao entrar, o cheiro de café forte e o silêncio cortante a atingiram. Dante estava de costas, olhando para a janela, as mãos nos bolsos da calça tática.

​Eduardo fechou a porta atrás de Angel e deu dois toques.

​— Deixo vocês à vontade, Dante

​Assim que a porta se fechou e a fechadura pesada girou, isolando-os do Morro e de Eduardo, Dante se virou. O olhar não era de Lúcifer, o Dono. Era de um homem torturado, que acabara de cometer um erro fatal.

​— Sente-se, Anjo.

​Angel obedeceu, sentindo o peso da coroa de espinhos que ele carregava. O castigo não seria físico. Seria a verdade que ele era forçado a esconder.

​— O que eu disse na Baixa — Dante começou, a voz rouca, sem o tom de autoridade. — Foi um erro.

​Ele deu um passo na direção dela.

​— Não repita. Nunca. Em voz alta ou na sua cabeça. Entendeu, Angel?

​Angel olhou nos olhos dele, ignorando a ordem.

​— Entendi que você sentiu ciúmes.

​A audácia da menina de quinze anos, que era ao mesmo tempo inocente e a mais perigosa de todas, o atingiu. Dante fechou os olhos, o controle completamente perdido. Ele se inclinou, as mãos apoiadas na mesa.

​— Você não tem ideia do inferno que você é para mim. Você não é a minha irmã. Você é a minha perdição. E a palavra "minha" que eu disse lá fora...

— Ele se inclinou sobre ela, o cheiro dele a envolvendo. — Foi a única verdade que me escapou em anos. E é a última que você vai ouvir de mim. Você vai parar com isso. Você vai ficar em casa, protegida por mim. Porque se eu te perder… se alguém souber o quanto você é importante... o Lúcifer vai cair. E você vai cair comigo.

​Ele estava implorando. Não por perdão, mas por obediência. E Angel percebeu que a linha que ele tinha desenhado entre eles era a única coisa que os mantinha vivos.

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Comments

Leitora compulsiva

Leitora compulsiva

vamos até quando essa linha vai continuar no meio dos dois 🤔🔥🤨

2025-10-10

2

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