Os olhos de Teodora encaravam com tristeza a expressão de choro no rosto do pai, deixar aquele casebre não era só dar adeus a casa em que cresceram, mas se desfazer para sempre das lembranças doces que construíram naquele local.
— Onde está minha Giovanna?
O velho homem repetia enquanto guardava nas malas as poucas roupas que tinha, as filhas limpavam os olhos repletos de lágrimas, sabiam que a saúde do pai estava fragilizada mas não a ponto de se afundar completamente na ilusão.
— Paizinho venha, sente-se aqui.
Clara o pegou pela mão.
— Deixe que eu e Teodora cuidemos disso.
A voz delicada embargou, se sentou ao lado de Teodora, ambas se abraçaram ao vê-lo praticamente se arrastar para cama, se deitar e cobrir o corpo com o velho cobertor.
— O mataremos de tristeza se deixarmos esse lugar.
Clara choramingou, Teodora tocou seu rosto.
— Não pense assim, pense que estamos indo atrás de algo melhor, na cidade conseguiremos um bom médico para ele, você poderá estudar e eu conseguirei um emprego, Papai ficará bem.
Se pôs de pé, terminava de colocar as caixas na velha charrete, Teodora se vestiu com algo quente, ajudou o pai a subir na charrete com a ajuda de Clara, os olhos azuis no rosto do homem encaravam as árvores.
— Ele também vem?
— Ele quem papai?
Teodora indagou preocupada.
— O general a serviço da Fera, ele está ali, sempre esteve...como vocês não o vêem?
Clara olhou para irmã de forma assustada.
— Teodora...
— Não seja boba, o papai...ele não está bem Clara.
Se sentou ao lado do pai, o cobriu com um cobertor, a velha charrete desbravava com lentidão a estrada de cascalhos, Teodora e a família chegam a Napoli no cair da noite, os olhos de todos encaravam com curiosidade as belas jovens que pareciam ter parado no tempo, sem luxos, sem vaidades, em seus vestidos surrados a sapatos gastos.
— Venha papai, vamos entrar, está frio.
Teodora ajudou o velho homem subir as escadas da pensão onde pernoitariam.
— Um quarto por favor.
Disse a recepcionista que lhe encarou com curiosidade.
— Todos os nossos quartos são suites, as camas são de casal.
Teodora passou as mãos pelo rosto.
— Quanto me custaria dois quartos?
— A diária é oitenta dólares moça, o check-in é feito ao meio-dia e o café é servido às 8:00
— Oitenta dólares? Deus.
Olhou para o pai de forma preocupada.
— Estou cansado, minhas costas doem.
— Já vamos descansar paizinho.
O beijou no rosto.
— Quero os quartos moça.
— Pagamento adiantado, desculpe é a norma do hotel.
Teodora levou as mãos à bolsa, tirou de um pequeno maço de dinheiro duas notas, preenchia os papéis entregues a ela.
— Será apenas por essa noite, preciso arrumar uma casa para alugar, sabe de alguma por perto?
A moça olhou ao redor, se inclinou sutilmente.
— Olha eu terei problemas se me ouvirem mais é óbvio que precisa de ajuda então irei ajudar, em Napoli todas as casas de aluguel pedem um depósito alto, um fiador conhecido então não vai ser fácil, sei de uma pensão aqui perto, o nome do dono é Ramon.
Anotou seu nome em um pequeno cartão.
— Diga a ele que Viviana enviou, ele certamente lhe arrumará alguma coisa.
Teodoro sorriu.
— Muito obrigada, Deus a abençoe.
Estendeu o braço ao pai.
— Clara.
Chamou pela irmã que a acompanhou, assim que sumiram pelo corredor um silêncio ensurdecedor tomou o espaço, a recepcionista até então de cabeça baixa viu parar bem diante dela um homem elegante e alto, com um olhar profundo e atordoante.
— Boa noite, em quê posso ajudar?
— A moça que acaba de entrar, em companhia do pai e da irmã.
— Teodora?
Completou ao olhar os papéis da reserva.
— Quero que a leve nesse endereço amanhã, é uma casa confortável em uma parte nobre de Napoli.
— Olha senhor não sei quem é você mas algo é certo, aquela mulher não terá condições de pagar por algo tão sofisticado.
O homem se inclinou sutilmente.
— Viviana..
Tocou seu crachá, ela assentiu.
— Me parece óbvio que não é um de seus fortes usar a cabeça, por isso eu vou facilitar as coisas, gosta de seu emprego?
— Sim senhor.
— Então vou ignorar o fato de mandar turistas desavisados para aqueles seus amigos porto-riquenhos no subúrbio e não vou entregá-la a seu chefe, quanto ganha por cada roubo?
— Eu...eu não sei do que está falando.
— Hô minha querida, não insulte minha inteligência, anda, diga.
— Cinquenta dólares.
— Viu ela tirar o dinheiro da bolsa e achou que seria uma boa ideia?
Rosnou entre dentes.
— Cinquenta dólares, sabe o que teria acontecido a você se ela tivesse ido até lá? Se qualquer um daqueles homens tocasse nela?
A mulher negou.
— Depois de mata-los um a um eu viria atrás de você, a arrastaria pelos cabelos por esse chão, a colocaria no porta malas do meu carro, arrancaria eu mesmo suas roupas e mandaria meus homens fazerem uma fila, quando terminassem de fode-la não teria uma b0cet4 mas uma cratera no meio das pernas.
Os olhos da mulher se arregalaram.
— Preciso dizer mais alguma coisa?
— Não senhor, ela estará lá amanhã bem cedo.
— Às oito, sou um tanto quanto meticuloso.
— Às oito, estaremos lá.
O homem andou até a porta.
— Desculpe, eu não perguntei o seu nome, por quem devemos procurar?
— Eu mesmo estarei esperando, Maverick... Maverick Constantino.
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Atualizado até capítulo 45
Comments
Celma Rodrigues
Marverik esperou 2 anos. E agora como agirá como sua esposa Teodora? Qual será a reação dela ao descobrir a verdade?
2025-10-13
1
Carla Santos
Sei não mas tudo indica que o pai dela ficou meio torturado depois que entregou a filha
2025-10-04
1
Carolina Luz
antes de Maverick aparecer,eu até estava acreditando que afdp era uma boa alma, que ódio 😠😂😂😂
2025-10-01
1