Olhar do Predador

Maximilian Cross observava o saguão do seu escritório do alto, do canto da sala envidraçada que dava vista para toda a cidade. A luz da manhã refletia nos prédios ao redor, mas nada conseguia iluminar os pensamentos que ele carregava. Cada funcionário, cada detalhe do ambiente, era calculado, controlado, e ele gostava assim — nada fora de seu alcance. Nada, exceto aquela nova contratação.

Elara Mendes.

Ele ainda se lembrava do primeiro instante em que a viu. O modo como manteve a postura, a firmeza na voz, e aquela pequena centelha de desafio em seus olhos. Ela não era como os outros: não havia medo evidente, nem submissão automática. Era audácia em pessoa.

Maximilian inclinou-se na cadeira de couro, apoiando o queixo na mão. Ela tinha coragem, sim, mas não se deixava enganar. Ele podia sentir o nervosismo, o formigamento de adrenalina, mesmo com todo o esforço dela para parecer confiante. Aquilo o intrigava.

— Interessante… — murmurou para si mesmo, um sorriso quase imperceptível surgindo nos lábios. — E absolutamente imprudente.

Ele sabia que no mundo corporativo, coragem sem preparação era uma sentença de morte profissional. Mas ela não parecia uma daquelas garotas que quebram com facilidade. Pelo contrário, havia algo em sua determinação que acendeu uma curiosidade que ele não sentia há muito tempo.

Maximilian levantou-se, ajustando o terno com precisão. Cada gesto dele era calculado, medido, como se estivesse se preparando para jogar um jogo que só ele entendia. E, de fato, era exatamente isso: ele via a vida corporativa como um tabuleiro de xadrez, cada pessoa uma peça, cada movimento estudado.

— Elara Mendes… — murmurou novamente, o nome dela soando bem aos ouvidos, quase como um desafio. — Vamos ver do que você é capaz.

Ele se lembrou do momento exato em que ela respondeu firme: “Estou pronta”. Poucas vezes alguém tinha coragem suficiente para dizer aquilo a ele sem hesitar. E, mesmo que quisesse negar, havia algo hipnotizante na forma como ela se mantinha ereta, mesmo diante de seu olhar frio.

Maximilian decidiu que iria testá-la. Não de forma cruel gratuita — não era esse seu estilo — mas de forma que ela entendesse o jogo de poder em que acabara de entrar. Ele queria ver até onde aquela audácia ia, se ela era realmente capaz ou apenas mais uma peça que se quebraria ao primeiro toque de pressão.

A manhã passou rápido, entre reuniões e análises de relatórios. Maximilian observava de longe enquanto Elara interagia com colegas, tomando notas e tentando se situar. Ela era eficiente, mas ainda parecia hesitante em alguns detalhes, uma vulnerabilidade que ele considerou interessante. Uma combinação perigosa: audácia e pequenas falhas.

Durante o almoço, Maximilian não podia evitar que os pensamentos voltassem para ela. Ele se pegou imaginando a reação dela ao receber um comentário sarcástico, o modo como franziu a testa levemente quando ele falou de forma fria e direta no primeiro encontro. Aquela mistura de irritação, curiosidade e atração era… estimulante.

— Ela não sabe ainda no que se meteu. — disse a si mesmo, inclinando-se na cadeira, dedos entrelaçados. — Mas vai descobrir.

E, no fundo, por mais que não quisesse admitir, Maximilian sabia que aquela “novata” iria mexer com algo dentro dele que ele há muito tempo havia enterrado. Ela representava um desafio que não podia ignorar, e ele adorava desafios.

No fim do expediente, Maximilian decidiu que era hora de iniciar o jogo de provocação. Ele caminhou até o corredor onde ela guardava seus pertences, passos firmes, deliberados. O coração dela bateu mais rápido quando o reconheceu.

— Elara… — disse ele, voz baixa e firme. — Antes de ir embora, passe no meu escritório. Precisamos conversar.

O olhar dela misturava curiosidade e tensão, mas ela assentiu discretamente. Maximilian deu um leve sorriso sarcástico, satisfeito. Ele sabia que o primeiro passo no jogo de poder estava feito. E a parte mais divertida? Ela ainda não fazia ideia de que já estava completamente envolvida.

Ao voltar para seu escritório, Maximilian se sentou, reclinando-se na cadeira de couro, olhando a cidade através do vidro. A mente dele estava clara, calculista, mas havia uma faísca de algo que há muito tempo não sentia: interesse real. Um desafio que prometia perigo, desejo e controle — e ele adorava cada segundo de antecipação.

E assim, o jogo começava. Entre olhares, provocações e cada gesto calculado, Maximilian Cross já havia decidido: Elara Mendes não seria apenas mais uma funcionária. Ela seria o desafio mais intrigante que ele já enfrentou, e ele pretendia provar, em cada passo, que ninguém dominava o tabuleiro como ele.

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