Vandalismo de uma garota traída

Rafael

Eu encarei a mulher de perto, ainda segurando o braço dela com firmeza, mesmo estando em estado deplorável a sua beleza ainda era nítida o formato do seu rosto, o nariz arrebitado, os lábios carnudos e rosados tinha um desenho delicado que combinava com os olhos doces, os olhos de cor de avelã banhado em um doce mel tão doce que eu quase podia sentir na minha boca, os cabelos desgrenhado dava um ar selvagem para aquela mulher bom por um milésimo de segundo eu me perdi naquela beleza até o que o cheiro de álcool me trouxe a realidade, uma pena uma beleza dessa ser um delinquente.

— Você tá bêbada, né? — perguntei, arqueando a sobrancelha.

Ela me olhou com uma expressão engraçada, meio debochada, meio inocente, e disse:

— Não!

Revirei os olhos. — Posso sentir o cheiro de álcool daqui, não precisa mentir.

Ela ergueu o queixo, desafiadora. — E se eu tiver bebido? É da sua conta?

— É sim, principalmente quando você decide riscar o meu carro com pênis mal desenhados.

Ela bufou, como se eu fosse o errado da história. — Esse carro não é seu. É do meu namorado, bom ex-namorado mas ele não sabe ainda, então é namorado ainda, bom isso não importa. Então é bom me soltar e ir circulando.

Soltei uma risada seca, tirei a chave do bolso e, com um clique, destravei o alarme. — Se não fosse meu, acha mesmo que eu teria a chave?

O rosto dela ficou vermelho na hora, ela passou a mão pelos cabelos lisos, um gesto nervoso, e murmurou:

— Tá… desculpa. Eu… eu pago pela lavagem.

— Não, não. — Cruzei os braços, finalmente soltando o dela — Eu vou te levar pra delegacia.

Ela arregalou os olhos. — Ei, calma! Eu não cometi nenhum crime. Podemos resolver isso aqui mesmo.

— Você pichou o meu carro, não tem acordo. Tá presa.

— Espera como assim presa?… você é algum tipo de policial? — perguntou, semicerrando os olhos, desconfiada.

— Isso mesmo. — Meti a mão no bolso interno do casaco e puxei as algemas. — Estende a mão.

Ela inclinou a cabeça, e um sorriso maroto surgiu nos lábios. — Ei oque e aquilo ali? — apontou atrás de mim.

Instintivamente, virei o rosto, erro de principiante quando percebi, ela já estava correndo feito uma louca, pelo estacionamento uma cena tanto quanto cômica para ser franco, ela achava mesmo que franzina daquela forma conseguiria fugir de mim?

— Ei! Para aí! — gritei.

— Me deixa em paz! — ela berrou de volta, a voz arrastada pelo álcool.

Mas eu era bem mais rápido, alcancei-a em poucos segundos e a joguei no ombro como se fosse um saco de batatas. Ela chutava, se debatia, xingava, mas nada que realmente me preocupasse.

— É melhor você ficar quieta, ou vou adicionar violência contra um oficial da lei na sua ficha — rosnei.

Ela tentou me morder no ombro, mas só conseguiu arrancar um resmungo meu no fim, a joguei no banco do passageiro, prendi o pulso dela na alça acima da porta com as algemas e apertei o cinto de segurança.

— Isso é sequestro! — protestou.

— Não, princesa, isso é a lei.

Ela me lançou um olhar furioso. — E como eu vou ter certeza de que você é mesmo policial? Talvez você seja um traficante de órgãos ou sei lá.

Suspirei, já com dor de cabeça. — Espera aí.

Peguei meu celular, fotografei o carro todo pichado como prova, entrei de volta e mostrei meu distintivo.

— Tá feliz agora?

— Estaria mais feliz se você me deixasse ir. — Ela tentou soltar o braço, bufando.

Ignorei e liguei o motor, dirigi em direção a um lava-jato próximo.

— Eu achei que ia me levar pra delegacia — disse ela, tentando disfarçar um sorriso.

— Você acha que eu vou circular por aí com um pênis ridículo desenhado no meu carro? — retruquei.

Ela riu, e aquela risada soou quase bonita, apesar de tudo. — Relaxa. Eu desenhei o pinto do meu namorado. É minúsculo, ninguém vai perceber, aquele pinto pequeno, como se atreveu, eu fui solidária com ele e mesmo assim...

Tive que morder o lábio por dentro pra não rir também. — Fica calada, já estou ficando com dor de cabeça de tanto que você fala.

Enquanto o carro entrava na lavagem automática, o silêncio entre nós parecia vibrar o som das escovas esfregando a lataria era o único ruído até que ela resolveu abrir a boca de novo:

— Você não pode me perdoar dessa vez? Eu juro que foi só vingança, não contra vossa senhoria.

— Isso muda alguma coisa? — perguntei, sem olhar pra ela.

— Aquele desgraçado me traiu.

— E eu com isso?

— Minha semana foi péssima, sabia?

— De quem não foi?

Ela bufou. — Você é um cara muito chato.

— Ótimo, vou acrescentar “desacato à autoridade” na sua ficha.

Ela ergueu as mãos, rendida. — Tá bom, tá bom. Eu vou ficar calada.

Assim que saímos do lava-jato, segui na direção da delegacia, mas meu celular tocou, reconheci na tela o número de um dos meus informantes. Atendi de imediato.

— Fala.

A voz do outro lado estava tensa. — Rafael, o chefe do cartel vai se encontrar com um parceiro de negócios, hoje no porto, se você quiser provas, é agora e bem pelas coisas que ouvi esse parceiro talvez seja um político.

Meu coração acelerou. — Tem certeza disso?

— Absoluta mas não pode demorar e agora ou nunca.

Desliguei e fiquei imóvel por alguns segundos, respirando fundo a chance que eu esperava estava ali. Do meu lado, a bêbada algemada arqueou a sobrancelha. — Vejo que tem algo mais importante pra fazer que tal me soltar, então?

— Não! Eu só vou observar de longe, posso cuidar de você e desse assunto ao mesmo tempo.

Virei o volante e mudei a rota em direção ao porto, o céu já escuro e o frio da noite de janeiro se aproximava e eu não podia perder essa oportunidade. Ela me lançou um olhar desconfiado, mas depois encostou a cabeça no vidro e ficou em silêncio, talvez tivesse cansado da bebedeira, talvez só estivesse cooperando, logo após esse pensamento ela abriu a boca de novo e eu estava errado.

— Por quanto tempo vamos ficar aqui? — Ela falou de forma ríspida.

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Comments

Cláudia Ferreira da Silva

Cláudia Ferreira da Silva

ela nao pode ter so 6 meses de vida

2025-08-30

1

Irene Corrêa

Irene Corrêa

gente, já rir tanto 🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣, imaginando a cena deles dois 😂😂🤣😂🤣😂🤣😂🤣😂🤣😂🤣😂🤣😂🤣😂😂🤣🤣

2025-09-12

0

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