Em Busan, a noite pulsava com vida, um caos vibrante de luzes neon, música alta e risadas que ecoavam pelas ruas estreitas cheias de bares e clubes. Alex Lee, um alfa de 20 anos com um sorriso perigoso e olhos que prometiam problemas, estava no seu elemento. Ele era o tipo de jovem que parecia sugar a energia de qualquer lugar onde estivesse, com seu cabelo bagunçado, jaqueta de couro e uma postura que exsudava confiança — ou talvez arrogância. Sua vida era uma sequência interminável de festas, bebidas caras e betas que caíam aos seus pés, atraídos pelo charme irresistível de um alfa dominante. Alex não se preocupava com o futuro, muito menos com o conceito de um ômega destinado. Para ele, o destino era algo que se moldava na próxima dose de soju ou no próximo flerte passageiro.
No bar lotado onde ele e seus amigos se reuniam naquela noite, o ar cheirava a cigarro, perfume doce e álcool. Alex estava encostado no balcão, esperando o bartender preparar sua bebida, quando seu amigo Jae-hoon, um beta com um sorriso travesso, cutucou seu ombro e apontou para o outro lado do salão.
— Mano, aquele beta ali não tira os olhos de você — sussurrou Jae-hoon, inclinando-se tão perto que Alex sentiu o hálito quente de cerveja.
Alex virou o rosto, os olhos encontrando um jovem beta de pele clara e cabelo tingido de loiro, que o encarava com um misto de curiosidade e provocação. Ele riu, o som baixo e rouco, e inclinou a cabeça para Jae-hoon.
— Ele não sabe o que tá pedindo, mas não vou deixar passar. Hoje é dentro.
Na sociedade rigidamente estruturada onde viviam, os betas eram o equilíbrio entre alfas e ômegas. Enquanto ômegas eram obrigados a manter a castidade até encontrarem seus alfas destinados, os alfas tinham liberdade para se divertir com betas, saciando seus instintos sem compromisso. Casamentos, no entanto, eram outra história: alfas e ômegas só podiam se unir com seus destinados, e betas deveriam se casar entre si. Era a lei, um código não escrito que regia cada interação, cada olhar, cada toque.
Alex atravessou o bar com passos confiantes, o sorriso torto que já havia conquistado tantos corações brilhando em seu rosto. Ele parou ao lado do beta, inclinando-se até que seus lábios quase tocassem a orelha do jovem.
— Sabe, eu tava pensando… seus olhos tão me dizendo que você quer me conhecer melhor. Que tal a gente descobrir o quanto você aguenta?
O beta riu, o rosto corando levemente, mas seus olhos brilharam com interesse.
— Você é um louco, né? — respondeu, a voz leve, mas com um toque de desafio.
Alex aproveitou a brecha, seu sorriso se alargando.
— Louco o suficiente pra te levar pra um lugar mais… reservado. Topa?
O jovem hesitou por um segundo, mas o brilho em seus olhos já entregava a resposta. Ele assentiu, e Alex, sem perder tempo, pagou a conta do bar — sua bebida e a dos amigos — com um maço de notas que tirou do bolso sem nem olhar. Ele pegou a mão do beta e o guiou para fora, o ar fresco da noite de Busan contrastando com o calor abafado do bar. Seu carro, um conversível preto que gritava dinheiro e imprudência, estava estacionado a poucos metros. Eles entraram, e o motor ronronou enquanto partiam para um hotel próximo.
No trajeto, o beta, agora mais à vontade, virou-se para Alex com um sorriso provocador.
— Então, o que você tá planejando fazer comigo, alfa?
Alex riu, uma risada grave que encheu o carro.
— Você não faz ideia, mas prometo que vai ser uma noite inesquecível.
Quinze minutos depois, eles chegaram a um hotel de luxo no centro de Busan. Alex reservou uma suíte com a facilidade de quem fazia isso com frequência, e logo os dois estavam no elevador, o silêncio entre eles carregado de expectativa. No quarto, a tensão explodiu em movimento. Alex puxou o beta para si, os lábios encontrando os dele em um beijo faminto, cheio de urgência. Suas mãos percorreram o corpo do jovem, deslizando por baixo da camisa, sentindo a pele quente e macia sob seus dedos. O beta gemeu baixinho, um som que fez Alex sorrir contra sua boca, enquanto suas mãos apertavam a cintura dele, puxando-o ainda mais perto. Beijos se transformaram em chupões no pescoço do beta, deixando marcas vermelhas que ele sabia que seriam um lembrete daquela noite. O jovem se arqueava contra ele, os dedos agarrando o cabelo de Alex, os arrepios visíveis em sua pele enquanto suspiros e gemidos suaves preenchiam o quarto. A cama rangeu sob o peso dos dois, e as roupas caíram no chão, esquecidas, enquanto a noite se desenrolava em um borrão de toques e calor.
Na manhã seguinte, o sol entrava pelas cortinas finas da suíte, iluminando o quarto bagunçado. Alex já estava de pé, abotoando a camisa enquanto o beta dormia, os lençóis cobrindo parcialmente seu corpo. Ele olhou para o jovem por um instante, sem emoção, como se fosse apenas mais um item riscado de uma lista interminável. Era assim que funcionava: uma noite, um momento, e nada mais. Alex pegou sua jaqueta, deixou um maço de won na mesa de cabeceira — um hábito que ele nem questionava mais — e saiu sem olhar para trás.
Enquanto isso, em Gangnam, Seul, a manhã de Elliott Kim começava de forma bem diferente. O despertador não tocou, mas o telefone sim, vibrando incessantemente na mesa de cabeceira. Ele abriu os olhos devagar, o peso da noite anterior ainda pressionando seu peito como uma pedra. A ligação era de seu assistente, Min-kyu, lembrando-o das reuniões e prazos que o aguardavam na Kim Atelier. Elliott gemeu, esfregando o rosto. Ele não queria trabalhar. Não hoje. Mas o trabalho era sua única distração, o único lugar onde ele podia se esconder do vazio que o perseguia.
Ele se levantou, o corpo pesado, e caminhou até o banheiro. O chuveiro quente ajudou a aliviar a tensão em seus ombros, mas não o nó em sua mente. Enquanto se vestia, Elliott escolheu com cuidado uma saia lápis preta que abraçava suas curvas, uma blusa de seda creme e saltos altos que ecoavam sua determinação. Ele era travesti, e cada peça de roupa era uma armadura, uma declaração de quem ele era, mesmo que o mundo tentasse reduzi-lo a um ômega sem alfa. Ele arrumou o cabelo com precisão, aplicou uma maquiagem leve que destacava seus olhos expressivos e pegou sua bolsa, jogando dentro alguns documentos e as chaves do carro. Antes de sair, ele olhou-se no espelho, ajustando a postura. Ele era Elliott Kim, o CEO implacável da moda. Pelo menos no trabalho, ele tinha controle.
O trajeto até a empresa foi um borrão de ruas movimentadas e pensamentos sombrios. Na noite anterior, enquanto chorava sozinho em seu apartamento, Elliott tomara uma decisão: não voltaria aos jantares da família Kim. Ele estava cansado — cansado das humilhações, dos olhares de desaprovação, das risadas cruéis. Até seus pais, as últimas pessoas em quem ele buscava refúgio, o haviam abandonado. A dor de sua rejeição era um corte profundo, mais afiado do que qualquer insulto de seus tios ou primos. Ele sempre acreditara que, com o tempo, sua família mudaria, que veriam além de sua condição de ômega solteiro. Mas agora, aos 42 anos, ele percebia que estava sozinho. Mais sozinho do que nunca.
Na Kim Atelier, o dia passou em uma sucessão de reuniões, relatórios e decisões. Elliott se movia com a precisão de uma máquina, aprovando designs, revisando contratos e coordenando entregas para uma nova coleção que seria lançada em Paris. O trabalho era sua âncora, sua fuga. Enquanto se concentrava nas planilhas e nos croquis, ele podia esquecer a noite anterior, esquecer a voz de seu avô ecoando em sua mente, esquecer o vazio que crescia dentro dele. Mas, no fundo, ele sabia que era uma ilusão. O trabalho podia preencher suas horas, mas não seu coração. Aos 42 anos, Elliott havia perdido a esperança. O destino, ele acreditava, o havia esquecido de vez.
Alex Lee, 20 anos \= Alfa dominante.
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Atualizado até capítulo 33
Comments
Edilaine Leticia
Amor está no ar😍😍😍😍
2025-08-27
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