Além dos Passos

Além dos Passos

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Olá, queridos leitores!

Que saudade eu estava de vocês!

Hoje começamos juntos mais uma história, daquelas que aperta o peito, arranca suspiros e nos faz acreditar, outra vez, que o amor pode florescer até nos corações mais improváveis.

Preparem o coração, se aconcheguem em um cantinho tranquilo e deixem que cada capítulo os carregue para dentro dessa trama, onde dores antigas e novos recomeços caminham lado a lado.

Obrigada por estarem aqui mais uma vez.

Espero que, ao final, cada um de vocês esteja sorrindo, suspirando e acreditando que para o amor, sempre há uma segunda chance.

Vou deixar aqui a baixo os cronogramas dos capítulos!

1°Dia de estreia: 4 capítulos liberados.

Segunda a sexta: 2 capítulos

Sábado e domingo: Folguinha da autora para adiantar os capítulos da semana, rs!

OBS: Como a estreia aconteceu hoje [sexta-feira], essa semana SOMENTE, irei disponibilizar 1 capítulo no sábado e 1 no domingo e depois, programação normal.

Boa leitura a todos!

Com carinho,

Débora ❤️

■1 ANO E MEIO ANTES■

■ANÍBAL■

O sol alaranjado contrastava o horizonte. As nuvens são pinceladas suaves no céu. Um avião monomotor corta o espaço com elegância. Dentro dele, Aníbal, 33 anos, confiante, sorrindo, com os olhos no painel de controle. Ao seu lado, Hellen, sua noiva, 29 anos.

Hellen: Estamos chegando? — grita por causa do motor.

Aníbal: Quase, depois dessas montanhas. — grita de volta.

Hellen: Você vai adorar a surpresa que eu te preparei!

Aníbal: Tenho certeza que vou!

Ela estende a mão e acaricia o rosto dele com ternura, amor. Uma cumplicidade silenciosa. Mas, num piscar de olhos, a tranquilidade se desfaz.

Alarme estridente e luzes vermelhas no painel.

Aníbal: Droga… Isso não...

O avião começa a tremer. Helen se agarra à lateral, o sorriso se desfazendo. O motor engasga. Aníbal força os comandos.

Hellen: O que tá acontecendo?!

Aníbal: Eu vou resolver! Fica calma!

Mas o controle escapa. O avião gira no ar. Uma asa se parte com um estrondo. A paisagem gira vertiginosamente ao redor deles. Gritos. Barulho de metal se partindo. Depois…

■ATUALMENTE■

CASA DE ANÍBAL

Aníbal abre os olhos, ofegante. Suor escorre pela testa. A respiração é pesada.

Aníbal: HELLEN? — grita.

NÃO, NÃO, NÃO! — soca as pernas ainda deitado.

■JANAINA E ANTÔNIO■

Ainda ofegante, Aníbal tenta se acalmar. Mas seu grito ecoou alto pela casa. A porta do quarto sJana a suaom pressa. Entra Jana a sua mãe, com uma expressão de angústia. Logo atrás, Antônio, seu pai, mais contido, mas igualmente preocupado.

Jana: Filho! Pesadelos de novo?

Meu Deus, você tá bem?

Ela se aproxima da cama, tentando tocá-lo. Ele vira o rosto, evita o contato.

Aníbal: Eu tô bem.

Já falei que não precisam vir toda vez.

Antônio: Você gritou no meio da madrugada, Aníbal. É claro que a gente veio.

Jana: Você sonhou com o acidente, não foi?

Silêncio. Ele aperta os olhos com força. A mandíbula trincada. Um nó preso na garganta. Jana segura sua mão com cuidado.

Aníbal: Eu matei ela!

Jana tenta conter as lágrimas. Antônio olha a cena, engolindo a própria dor.

Jana: Não foi sua culpa, filho!

Antônio: Um ano e meio, Aníbal. Você precisa tentar seguir… nem que seja um passo por dia.

Aníbal: Seguir? Com isso? — bate nas pernas imóveis com as mãos.

Vocês acham que é só levantar e esquecer?!

Jana se encolhe com o tom dele. Antônio se aproxima com firmeza.

Antônio: Não. Mas acha que ficar se afogando nesse quarto vai trazer a Hellen de volta?

Silêncio pesado. Jana olha Antônio, surpresa com a frieza. Aníbal vira o rosto.

Aníbal: Podem sair. Eu só quero ficar sozinho.

Relutante, Jana se levanta. Antônio segura sua mão. Eles saem devagar, fechando a porta. Sozinho novamente, Aníbal encara o teto.

Aníbal: Por que? Por que justo você? Por que tínhamos que sair naquele dia?

CASA DE APRIL

■APRIL■

■KALLY■

Silêncio na casa modesta, levemente iluminada por uma luz noturna azulada no corredor. Um choro suave começa a ecoar, vindo do berço no canto do quarto. April, 29 anos, exausta, mas ainda com doçura no olhar, desperta de seu sono leve.

Ela se senta lentamente na cama, passa a mão pelo rosto, os cabelos bagunçados. Veste um roupão e caminha até o berço da sua filha, Kally, 7 meses, se contorce em lágrimas, com as mãozinhas no ar.

April: Shhh, a mamãe já tá aqui, minha flor… já tá aqui…

Ela pega a bebê com cuidado, senta na beirada da cama. A bebê ainda chora baixinho, buscando o peito. April ajeita a roupa e começa a amamentá-la. Kally vai se acalmando aos poucos.

O relógio marca 3h27 da manhã. Na mesinha ao lado, frascos de vitaminas, fraldas e um bilhete rabiscado com lembretes do dia seguinte.

April: Você tá faminta, em! — Sussurra.

Eu te amo muito, minha florzinha!

Kally suga com calma, os olhinhos ainda úmidos fechando devagar. April observa a filha, os olhos cansados, mas repletos de ternura. Uma lágrima escapa. Ela suspira, pensativa.

April: Quem precisa de príncipe encantado quando se tem um amor assim, né?

Ela sorri triste. Ouvimos um trovão ao longe. A chuva começa a cair fina do lado de fora. April se levanta devagar com Kally já adormecida nos braços, e a coloca no berço com delicadeza.

Ela então caminha com cuidado até o quarto de sua mãe, Marisa, que dormia profundamente, como uma criança. Ela saiu devagar e foi até cozinha tomar um copo de água, escutando a chuva caindo de leve lá fora. Depois se deita novamente, abraçando um travesseiro.

...●...

■MARISA■

O relógio bate as 6h em ponto, April levanta ainda meio sonolenta, Kally seguia dormindo profundamente abraçada ao ursinho de pelúcia.

April vai até a cafeteira começar a preparar o café. Em seguida volta pro quarto pra se arrumar. Ela põe o uniforme, faz um coque alto, coloca os sapatos e volta pra cozinha. Ela se senta na mesa e toma o café tranquila, até que uma figura aparece no corredor.

April: Eu te acordei, mamãe?

Marisa: Quem é você?

April: Sou eu, mãe... a sua filha, sua April, não tá se lembrando de mim?

Marisa: Cadê a minha mãe?

April: Mãe, a vovó faleceu a muitos anos atrás, não lembra?

A campainha toca.

April se levanta para abrir, era a babá. Clara, era uma adolescente de 17 anos, de estatura média, pele morena clara e cabelos castanhos sempre presos em um rabo de cavalo. Os olhos, também castanhos, transmitiam calma e doçura. Tinha uma voz suave e uma postura tranquila, que refletia a paciência incomum para alguém da sua idade. Mesmo nos momentos mais desafiadores com Kally, ela mantinha a serenidade, lidando com tudo com um sorriso gentil e firmeza delicada.

Clara: Bom dia, April!

April: Oi, Clarinha, bom dia!

A Kally ainda tá dormindo, eu deixei as vitaminas dela na mesinha de sempre. E ela tá meio gripadinha então tem fazer a lavagem com soro.

Clara: Pode deixar.

Bom dia, Dona Marisa!

Marisa: Você não me é estranha!

Clara: Eu sou a babá da sua neta!

Marisa: Eu tenho uma neta?!

April: Sim, mamãe, a Kally, a minha filha.

Marisa: Eu posso conhecê-la?

April: Clara, você pode levar ela até o quarto?

Clara: Claro, vamos Dona Marisa!

Marisa: Onde eu tô? — perguntou enquanto era levada por Clara.

Clara: Essa é a casa da April, a senhora veio morar com ela... — Contou enquanto a levava.

Susana era a enfermeira responsável pelos cuidados de Marisa e tinha por volta dos 30 anos. Era uma mulher de aparência serena, pele clara, cabelos lisos e pretos cortados na altura dos ombros, sempre bem penteados sob a touca hospitalar. Tinha olhos verdes atentos, um olhar firme e uma postura discreta, mas segura.

April: Bom dia, Susana.

Susana: Olá, April!

Onde está minha paciente preferida?

April: No meu quarto, foi "conhecer" a neta...

Susana eu tô preocupada, ela está indo de mal a pior.

Susana: Infelizmente, April...

O Alzheimer não tem cura, não temos o que fazer.

April: Eu... eu tento ser forte, tento não chorar mas não sei até quando vou suportar.

Susana: Estamos juntas nisso, pra mim a sua mãe é mais que uma paciente, tenho um carinho muito grande por ela e claro por você também.

April: Eu sei, Susana!

Eu sei! — A abraça.

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Comments

Marli Gonçalves

Marli Gonçalves

a minha mãe tá com Alzheimer Tb,mas ela tá lúcida ainda,tenho tanto medo dela ficar esquecida assim

2025-09-06

0

Arminda Celebrini

Arminda Celebrini

É MUITO BOM QUANDO SE TEM ESTE AFETO DE PATRÃO E EMPREGADO.👏👏👏👏👏👏

2025-08-11

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Arminda Celebrini

Arminda Celebrini

ANIBAL TEM QUE TER UM CHOQUE DE REALIDADE, PRA PODER REAGIR

2025-08-11

1

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