3#

...****************...

...Isabelly ...

Marina chegou atrasada como sempre — batendo a porta da academia como se estivesse entrando num reality show.

— EU CHEGUEI, SEUS LUTADORES SEXYS! — ela gritou, com aquele sorrisão debochado.

Revirei os olhos e murmurei:

— Discreta como uma granada.

Lian nem piscou. Só ergueu uma sobrancelha e me olhou como se dissesse: “é sempre assim?”

— Sim, ela é real — confirmei, cruzando os braços. — E prometo que você vai sobreviver.

— Tô aqui pra admirar e apoiar — disse Marina, jogando a bolsa no banco. — E talvez escolher o meu favorito.

Ele apenas balançou a cabeça e fez sinal para eu me aproximar.

Fui até o centro do tatame com o coração acelerado. Não de medo. De adrenalina.

Lian parou na minha frente e me olhou nos olhos. Aqueles olhos castanhos pareciam ver mais do que deviam.

— Já treinou alguma vez? — ele perguntou.

— Só na imaginação. E nas vezes que desejei socar alguém, mas fui educada demais pra isso.

— Hm — ele respondeu, contido. — Então vamos começar devagar.

Ele veio por trás, ajeitou meus ombros com as mãos grandes e quentes.

Não me encolhi. Não dessa vez.

— Relaxa — disse ele. — Coluna reta. Respira.

— Só pra avisar, se você me fazer virar um boneco de pano, eu grito.

— Ninguém vai virar nada aqui — ele respondeu, secamente. Mas vi o canto da boca dele tremer. Quase um sorriso. Quase.

Começamos os movimentos. Postura. Pés. Soco direto. Ele corrigia com calma, paciência, e... um nível de atenção que me deixava alerta.

— Você não precisa mostrar força — disse ele. — Precisa mostrar intenção.

— Ah, nisso eu sou boa — respondi. — Já pensei em bater em gente bem pior.

Ele soltou um som baixo. Um meio riso. Vitória minha.

E então, a porta da frente se abriu com barulho.

— Cheguei! Faltou avisar que hoje era aula de casal? — disse um cara alto, moreno, com aquele ar de quem sempre tem uma piada pronta. — Quem é a novata e por que ela tem esse olhar de “não mexe comigo, mas talvez mexa”?

— Carlos — Lian avisou — essa é a Isabelly. Isabelly, esse é o idiota.

— Oi, idiota — respondi, com um sorriso cínico. — Digo… Carlos.

— Tô apaixonado — ele disse, rindo.

Marina se intrometeu do canto.

— Oi, eu sou a melhor amiga da Isabelly. E se você quiser brincar de lutar comigo, me avisa. Prometo bater devagar.

Carlos arqueou as sobrancelhas, encantado.

— É hoje que eu caso.

Lian revirou os olhos e voltou pra mim.

— Ignora eles. Vamos continuar.

— Difícil ignorar dois galãs brigando por atenção — brinquei.

— Se distrair na luta, você perde.

— Se me encarar desse jeito de novo, eu ganho — devolvi.

Dessa vez, ele não segurou o sorriso. Foi rápido. Mas eu vi.

Então, respirei fundo. Girei o quadril. E soquei com vontade.

— Isso — ele disse, firme. — De novo.

E eu repeti.

Porque naquele tatame, com os olhos dele em mim, e Marina rindo no fundo... eu me senti viva, como muito tempo fingia se sentir.

E mais importante: eu me senti minha.

Decidi deixar o passado para trás e ser minha melhor versão

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!