Golpe do Amor

Golpe do Amor

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*ISABELLY*

O cheiro de suor e couro me atingiu antes mesmo que eu cruzasse a porta da academia. O ambiente era barulhento, o som seco dos socos ecoava como trovões abafados. Por um segundo, quase voltei para trás. Mas não. Eu tinha chegado até ali, e não era hora de desistir.

Segurei a alça da bolsa com mais força do que o necessário e caminhei até o balcão. Meus olhos encontraram um homem alto, de braços cruzados, observando tudo com expressão fechada. Moreno, forte, o tipo de pessoa que impõe respeito só de estar parado. Ele parecia parte da estrutura daquele lugar — firme, duro, inabalável.

— Você é o professor? — perguntei, tentando soar firme. Minha voz saiu mais fraca do que eu queria.

Ele me olhou com atenção, mas sem nenhum sorriso. Apenas aquele olhar atento, quase clínico.

— Sou. Posso te ajudar?

— Eu quero fazer aula de defesa pessoal.

Ele pegou uma prancheta, olhou os horários. Franziu a testa.

— Todas as turmas estão cheias. Sem vagas por enquanto. Talvez no próximo mês.

Meu peito apertou. Eu não podia esperar até o próximo mês.

— Eu preciso agora.

Ele levantou os olhos para mim. Direto. Rígido.

— Eu entendo. Mas não posso inventar horário. As turmas estão lotadas e eu não dou aula à tarde. É o único horário livre que tenho.

— Eu trabalho de manhã — respondi, mais rápido do que devia. — Num café. Saio às duas e meia. Já procurei em todos os lugares… ninguém aceitou.

A voz começou a falhar, mas eu forcei cada palavra. — É importante pra mim. Muito importante.

Ele ficou em silêncio. Só me olhando. Como se estivesse tentando entender por que eu estava ali. Talvez já soubesse. Ou talvez estivesse decidindo se valia a pena lidar comigo.

— Já treinou antes? — ele perguntou, finalmente.

— Não.

— Isso aqui não é terapia. É treino. Contato físico. Duro. Não é só bater pra aliviar raiva.

— Eu sei — respondi. Dei um passo à frente. — Eu tô pronta pra isso. Só... não me manda embora, por favor.

Naquele momento, ele respirou fundo. Passou a mão nos cabelos e desviou o olhar por um segundo. Foi quase imperceptível, mas senti a tensão em seus ombros diminuírem, só um pouco.

— Uma aula. Amanhã, às três. Se não aparecer ou se for só curiosidade… a porta tá ali.

Senti o coração pular no peito. Agradeci com um sorriso pequeno — o primeiro em dias — e assenti.

— Eu vou estar aqui.

Ele não respondeu. Apenas voltou a encarar o ringue como se nada tivesse acontecido. Mas eu sabia que, de algum jeito, tinha vencido a primeira batalha.

E eu ia voltar. Porque pela primeira vez em muito tempo... eu estava lutando por mim.

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Autora

Obrigada por estarem a ler essa obra, ela já está quase completa, não se preocupem, ela vai ser concluída!

Não deixem de comentar e deixe a opinião de vocês sobre os personagens sobre o capítulo, vou responder a todos, espero que gostem.

Eu já estou apegada aos personagens kkk

Obrigada dês de já beijos, até o próximo capítulo

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