Entre o medo e o desejo

já tinha se passado duas semanas que eu estava ali .O corredor parecia interminável naquela noite. A mansão que antes me parecia apenas uma prisão dourada agora se transformava numa espécie de labirinto, onde cada passo que eu dava era um desafio contra o medo que crescia dentro de mim. O ar estava pesado, carregado daquele silêncio cortante, como se até mesmo as paredes estivessem sussurrando histórias sombrias que eu não queria ouvir.

Eu precisava sair dali. Precisava sentir o chão sob meus pés, a brisa fria da noite no rosto, alguma coisa que me lembrasse que eu ainda existia fora do controle de Caim Moretti. Mas cada tentativa de me libertar daquele espaço me fazia lembrar que, naquele jogo, ele sempre tinha a última palavra.

O estalo dos meus passos ecoava alto demais para meu próprio gosto, e a cada sombra que se movia, meu coração disparava. Sabia que ele poderia aparecer a qualquer momento, pronto para me puxar de volta. E, honestamente, parte de mim até desejava que ele aparecesse — porque a solidão começava a pesar demais.

Foi então que ouvi aquela voz. Baixa, grave, cortante como um aço. Um som que se infiltrou nos meus ossos e fez minhas pernas vacilarem.

— Luna.

O som do meu nome pronunciado por ele era como uma corrente puxando meu corpo para trás. Meu peito apertou, uma mistura estranha de medo, raiva e desejo.

Não virei imediatamente. Deixei que ele se aproximasse, sentindo a sombra imensa do corpo dele se projetar contra a parede, engolindo a pouca luz da lanterna que pendia do teto.

— Você não devia estar aqui sozinha — disse ele, com aquela voz que não admitia discussão.

Finalmente, me virei para encará-lo. Meus olhos buscavam nos dele a força que precisava para não recuar, para não ceder.

— E você não devia me prender — respondi, a voz firme, mesmo quando todo meu corpo tremia de nervoso.

Caim soltou uma risada rouca, como quem sabe que está ganhando, mas que ainda está disposto a deixar o jogo durar.

— Você ainda não entendeu o que é ser minha, não é? — sua voz tinha um tom grave, quase dolorido, como se aquelas palavras carregassem um peso que só ele sabia.

Ele deu um passo à frente, e meu mundo inteiro se encolheu naquela distância. A presença dele dominava o espaço, o cheiro dele — couro, tabaco e um toque selvagem — invadia meus sentidos, tornando difícil até mesmo respirar.

Antes que eu pudesse recuar, senti sua mão firme agarrar a minha. O toque dele era forte, mas surpreendentemente cuidadoso — um paradoxo que refletia tudo o que ele era.

— Não falo só de posse — continuou, os olhos cravados nos meus. — Falo de desejo, de necessidade. Você vai entender, Luna. Vai querer se perder em mim, mesmo quando tentar se afastar.

O calor da sua pele se espalhou por todo meu corpo, e meu coração pareceu bater fora do ritmo, como se tivesse vida própria. Queria lutar contra aquele sentimento que me consumia, gritar que não precisava dele, que não pertencia a ninguém.

Mas o corpo, traiçoeiro, tem memória e vontade própria.

— Eu não vou ceder — murmurei, mesmo sabendo que a voz me traiu e soou mais fraca do que eu queria.

Ele sorriu, um sorriso sombrio, cheio de promessas e mistérios.

— É exatamente por isso que eu não vou desistir — disse, puxando-me para mais perto.

Meu corpo entrou em choque, incapaz de resistir quando seus lábios colaram nos meus com uma urgência que parecia beber todo o ar da sala. O beijo era dominador, possessivo, como uma sentença definitiva de que aquilo não era só um jogo de poder — era uma guerra onde ambos éramos soldados feridos.

Meus dedos procuraram as mãos dele, entrelaçando-se com força, como se pudesse ancorar meu corpo para não se perder na tempestade de sensações. A cada instante, as paredes daquela mansão pareciam se fechar ao nosso redor, e o mundo lá fora se dissolvia.

Mas, no fundo, eu sabia que aquele momento não era liberdade. Era mais uma prisão — uma jaula onde as correntes eram feitas de desejo e medo.

Quando finalmente nos separamos, o ar entre nós estava pesado, carregado da tensão não resolvida. Ele me olhou, os olhos tão escuros quanto a noite que nos envolvia.

— Não há fuga, Luna. Nem para você, nem para mim — disse, quase como um sussurro.

Aquelas palavras eram um aviso, um juramento, uma sentença. Eu ainda não sabia o que o futuro reservava, mas uma coisa era certa: o caos que ele representava não era apenas externo — estava tatuado na minha pele, impresso na minha alma.

E, por mais que eu quisesse negar, eu também estava marcada. Pela dor. Pelo desejo. Pela marca do caos.

E então eu acordei , do maldito sonho , oque está acontecendo comigo ?

Capítulos
1 apresentação dos personagens
2 A jaula de ouro
3 Sombras que se aproximam
4 Entre o medo e o desejo
5 Alianças e Ameaças
6 As Correntes Invisíveis
7 O Preço da Liberdade
8 Quebrando Defesas
9 Avisos em Sangue
10 Onde a Luz Nunca Entrava
11 Não Há Volta
12 O Peso do Tiro
13 Primeiro Sangue em Movimento
14 Alvo Vivo
15 Silêncio Depois do Tiro
16 Fantasmas do Passado
17 Ecos da Tempestade
18 A Revelação de Nina
19 Quando Tudo Começou
20 Entre Sombras e Juramentos
21 A Caçada
22 Pecados Antigos, Sangue Novo
23 O Primeiro Golpe
24 A Isca
25 O Leilão
26 O Preço da Caça
27 Sombras Entrelaçadas
28 Ardil de sangue
29 O Silêncio Entre as Garras
30 Onde os Monstros Descansam
31 O Olhar que Nunca Esqueceu
32 O Olhar que Nunca Esqueceu 2
33 O Nome Que Me Trouxe Até Aqui
34 A Gaiola Também Quebra
35 A Noite das Sombras Cortantes
36 Feridas Que Não Se Veem
37 De Volta à Fortaleza
38 Linhas de Fogo
39 O Nome por Trás da Sombra
40 Fome e Guerra
41 Olhos no Caos
42 Promessa Cumprida
43 A Fúria da Noite
44 Fogo Cruzado
45 Rede em Colapso
46 Debaixo da Pele
47 A Menina Sem Nome
48 Entre Cicatrizes e Estratégias
49 Sangue no Horizonte
50 No Olho do Furacão
51 Marca Incendiária
52 Quebrar a coluna do inimigo
53 Ferida de Guerra
54 Passos Hesitantes
55 Sangue por Sangue
56 Quando a Guerra Bate à Porta
57 O terminal
58 Armadilha
59 Depois da Fumaça
60 Caçada Silenciosa
61 Olhos na Sombra
62 Iscas e Gatilhos
63 Silêncio Antes da Tempestade
64 Fim da Linha
65 Silêncio
66 O Recomeço nas Cinzas
67 família
68 Pequenos Mundos
69 Um Lar com Nome
Capítulos

Atualizado até capítulo 69

1
apresentação dos personagens
2
A jaula de ouro
3
Sombras que se aproximam
4
Entre o medo e o desejo
5
Alianças e Ameaças
6
As Correntes Invisíveis
7
O Preço da Liberdade
8
Quebrando Defesas
9
Avisos em Sangue
10
Onde a Luz Nunca Entrava
11
Não Há Volta
12
O Peso do Tiro
13
Primeiro Sangue em Movimento
14
Alvo Vivo
15
Silêncio Depois do Tiro
16
Fantasmas do Passado
17
Ecos da Tempestade
18
A Revelação de Nina
19
Quando Tudo Começou
20
Entre Sombras e Juramentos
21
A Caçada
22
Pecados Antigos, Sangue Novo
23
O Primeiro Golpe
24
A Isca
25
O Leilão
26
O Preço da Caça
27
Sombras Entrelaçadas
28
Ardil de sangue
29
O Silêncio Entre as Garras
30
Onde os Monstros Descansam
31
O Olhar que Nunca Esqueceu
32
O Olhar que Nunca Esqueceu 2
33
O Nome Que Me Trouxe Até Aqui
34
A Gaiola Também Quebra
35
A Noite das Sombras Cortantes
36
Feridas Que Não Se Veem
37
De Volta à Fortaleza
38
Linhas de Fogo
39
O Nome por Trás da Sombra
40
Fome e Guerra
41
Olhos no Caos
42
Promessa Cumprida
43
A Fúria da Noite
44
Fogo Cruzado
45
Rede em Colapso
46
Debaixo da Pele
47
A Menina Sem Nome
48
Entre Cicatrizes e Estratégias
49
Sangue no Horizonte
50
No Olho do Furacão
51
Marca Incendiária
52
Quebrar a coluna do inimigo
53
Ferida de Guerra
54
Passos Hesitantes
55
Sangue por Sangue
56
Quando a Guerra Bate à Porta
57
O terminal
58
Armadilha
59
Depois da Fumaça
60
Caçada Silenciosa
61
Olhos na Sombra
62
Iscas e Gatilhos
63
Silêncio Antes da Tempestade
64
Fim da Linha
65
Silêncio
66
O Recomeço nas Cinzas
67
família
68
Pequenos Mundos
69
Um Lar com Nome

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