Ghost:Renascido

Ghost:Renascido

Capítulo 1: Ainda estou aqui

Eu não consegui. Achei que poderia vencer. Achei que poderia destruir a Parallax. É engraçado como, às vezes, nos sentimos invencíveis em determinados momentos e acreditamos que somos o ser mais forte do mundo, até que acontece algo que nos mostra que somos frágeis, apenas seres feitos de carne e osso, que um dia perecem. Esse foi o meu erro: achar que eu era invencível. Memento mori, ou seja, lembre-se de que é um mortal...

Mas eu não podia simplesmente desistir. Não podia morrer sem antes vingar a morte da minha mãe e de todos os outros. Quando eu pensei que já tinha morrido, do fundo do abismo, Ghost surgiu e me salvou. Hoje, eu tenho mais uma chance de me vingar. Hoje, eu sou o próprio Ghost. Hoje, eu renasci.

— Ahhh...

— Finalmente acordou, Martin.

Martin estava em um quarto escuro. O ambiente cheirava a desinfetante, e vários aparelhos estavam grudados em seu corpo. Ao seu lado, aquele monitor emitia o bip que causava agonia.

— Victor?

— Olá, meu rapaz. Há quanto tempo... Achei que não veria você de novo, mas graças a Deus — ou seja lá o que for — eu te encontrei antes que fosse tarde demais.

— Como você me encontrou?

— Eu recebi notícias de que Norwich estava um caos. Então fui em direção à cidade para tentar ajudar de alguma forma, e recebi a informação de que um policial havia sido executado e jogado no rio. No caso, você. Fui ao seu encontro, mas nessa altura do campeonato, todos acham que você morreu. Não avisei ninguém que eu te encontrei.

Martin tentou se levantar, mas Victor o impediu.

— Vai com calma, Martin. Você quase morreu. Teve três paradas cardíacas e várias lesões graves. Levou três tiros e estava com ossos quebrados. Em que tipo de merda você se meteu?

Martin respirou fundo.

— Aconteceu muita coisa...

— Eu sei, e você não precisa me contar nada agora. O que você precisa, neste momento, é descansar e se recuperar. Ou vai desistir?

— “Desistir” é uma palavra que não existe pra mim.

— É assim que se fala.

— Victor, por que você não contou ao Lawrence e aos outros que me encontrou?

Victor encarou Martin com uma expressão séria.

— Porque, se você quiser lutar contra a Parallax agora, não poderá mais ser um policial.

— Como assim?

— Depois de tudo isso que aconteceu, o governo provavelmente vai barrar as operações da polícia. Não sei o que vocês fizeram, mas causaram uma merda grande. O caos em Norwich é evidente. A explosão daquele prédio trouxe muitas retaliações, porque foi considerada obra da polícia. Lawrence foi afastado da corporação e quase foi preso.

— Como assim?

— O ataque ao prédio foi visto como um atentado, pois civis foram mortos. Além disso, o departamento de polícia está em uma grave crise após o ataque com gás venenoso, que matou cerca de 35 agentes e deixou vários outros em estado crítico.

— Quem atacou a delegacia?

— Martin, você precisa descansar agora. Você terá todo o tempo do mundo para conversar comigo depois e me contar tudo. Eu também te contarei o que eu sei. Mas, por enquanto, descanse. Não adianta discutir.

Martin respirou fundo.

— Que seja...

---

Local: Casa de Javier – Logo após o confronto com Martin na montanha Winter

Javier estava no banheiro, cuidando do ferimento no peito que Martin tinha feito com a faca. Ele se olhava no espelho enquanto se lembrava de um certo tempo da sua vida.

Alguns anos atrás

— Senhor, a missão foi concluída. A mulher foi executada em um local público, como solicitado.

— E o garoto?

— Como o senhor ordenou, não fizemos nada a ele. O deixamos lá, jogado em cima do cadáver da mulher.

— Entendi. Pode se retirar.

Javier entrou no banheiro do escritório e começou a esmurrar as paredes, chorando.

— Por que você fez isso, mãe? Por que se envolveu com essa porcaria de droga? Por que a senhora sempre foi tão fraca?

Javier respirou fundo.

— Me perdoa, irmão. Fiz o que precisava ser feito.

Dias atuais

Javier estava encarando o espelho. O rosto cansado era o reflexo da dor que sentia após o combate com Jacob e Martin.

— É, irmãozinho... Infelizmente, tive que dar um fim em você, igual fiz com a mamãe...

---

Local: Casa de Lawrence – Logo após os acontecimentos na delegacia e a suposta "morte" de Martin

Lawrence havia recebido alta do hospital e estava em casa. Agora, tinha uma das missões mais difíceis pela frente: contar a Breeana sobre Martin.

— Pai? Como o senhor está? Meu Deus, eu estava tão preocupada!

— Filha... Eu tenho que te contar uma coisa.

— O que foi? — perguntou Breeana, já desesperada.

— O Martin morreu. O corpo dele foi jogado no rio Norwich e não conseguimos achá-lo.

Breeana ficou em silêncio, e a ligação caiu.

— Brie? Alô?

Lawrence ouviu batidas na porta. Quando abriu, seu sangue gelou.

— Bom dia, delegado Lawrence!

Era o prefeito de Norwich e seus seguranças.

— Prefeito?

— Desculpe vir aqui sem avisá-lo, mas achei melhor ter essa conversa em sua casa do que no meu gabinete. Podemos entrar?

— Fiquem à vontade.

— Delegado, o que tenho a conversar com você é um assunto muito sério. Antes de tudo, quero que me diga que tipo de operação foi essa dentro do prédio da Shield Corps.

Shield Corps era o nome de fachada da Parallax. A sede da organização no centro da cidade possuía esse nome. O prefeito sabia disso e estava envolvido em escândalos de corrupção — algo que, infelizmente, a polícia nunca conseguiu provar, por conta da proteção judicial.

— Eu não sei o que aconteceu no prédio, senhor. Fiquei tão surpreso quanto o senhor quando soube do ataque.

— Não sabe o que aconteceu? Bombas foram plantadas lá de maneira precisa e inteligente, e você não sabe o que aconteceu?

— Eu não estou mentindo, prefeito Raymond. Eu realmente não sei o que houve lá. Tanto que montei uma investigação para descobrir. Meu departamento não está envolvido nas mortes de inocentes!

— E as operações que vocês fizeram sem ordem judicial, em bancos e empresas privadas? Você poderia ser preso por isso, sabia?

Lawrence se enfureceu.

— Eu não acredito que o senhor veio na minha casa só pra me acusar e me criticar! Por que o senhor não fala do ataque com gás venenoso à delegacia? Por que não fala das mais de 35 mortes de pais e mães de família dentro do departamento de polícia de Norwich? Que descaso é esse com a segurança pública da cidade que o senhor diz cuidar? Quer que eu fale dos casos de corrupção em que o senhor está envolvido?

— disse Lawrence, se levantando e se aproximando do prefeito. Os seguranças se colocaram na frente e empurraram Lawrence para trás.

— Calma aí, Lawrence. Não precisa perder a calma desse jeito. Tudo que aconteceu é culpa sua, por querer lutar contra algo mais forte que você — disse o prefeito com um sorriso sarcástico.

— Eu só vim aqui te dar um comunicado. A partir de hoje, você não é mais o delegado da polícia de Norwich. Daqui a três dias, anunciarei o seu substituto. Obrigado pelos seus serviços, Lawrence.

O prefeito não esperou respostas, virou as costas e o deixou ali, com os olhos vidrados no chão. Depois disso, Lawrence teve certeza absoluta de que havia perdido a guerra.

Mais populares

Comments

Dai_Uzumaki_25

Dai_Uzumaki_25

olha eu gostei da história bem dahora

2025-07-12

1

Ver todos

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!