Local: Casa de Lawrence – Noite chuvosa
Lawrence estava sentado no sofá, a mão trêmula segurando um copo de uísque que ele não tinha coragem de beber. Desde que contou a Breeana sobre Martin, sentia como se algo dentro dele tivesse sido arrancado. O silêncio da casa era tão profundo que chegava a doer nos ouvidos.
O telefone fixo na mesinha ao lado tocou, e Lawrence levou alguns segundos para reagir. Quando finalmente atendeu, a voz que ouviu era conhecida… e carregada de pânico.
— Lawrence? É a Debra… — disse a esposa, com a voz embargada.
— O que foi? — perguntou ele, já com o coração disparado.
Do outro lado da linha, Debra respirou fundo antes de continuar.
— É sobre a Breeana… depois que você desligou com ela hoje… ela teve… ela teve um colapso, Lawrence.
— O quê? Como assim um colapso? — Lawrence se levantou tão rápido que o copo caiu no chão, espalhando o líquido no tapete.
— Eu estava aqui com ela quando aconteceu. A Breeana ficou sentada no chão do quarto, abraçada na fotografia do Martin… Ela não respondia, Lawrence. Parecia que nem me via. Eu tentei falar com ela, segurei a mão dela, mas ela só ficava repetindo o nome dele… — Debra fez uma pausa, a voz trêmula. — Eu precisei chamar o médico.
Lawrence apertou a ponte do nariz, sentindo os olhos arderem.
— Como ela está agora? — perguntou num sussurro.
— Sedada. O doutor disse que foi uma crise nervosa severa. Ela entrou em estado de choque… Ele deixou remédios, mas avisou que amanhã cedo vai voltar para ver como ela está. — Debra engoliu em seco. — Lawrence… nossa filha está despedaçada.
Lawrence sentiu algo quebrar dentro do peito. O peso da culpa se somava ao cansaço e ao luto.
— Eu… Eu devia ter pensado melhor… devia ter esperado… — murmurou, com a voz falhando.
— Não adianta se lamentar agora. — A voz de Debra soou firme. — Você não é mais delegado. Não tem mais desculpa pra não estar aqui. Amanhã cedo, você vai vir pra casa. E vai olhar nos olhos dela. Vai mostrar pra Breeana que ela ainda tem o pai.
Lawrence fechou os olhos, lutando contra o tremor na voz.
— Eu vou. Amanhã cedo, eu estarei aí.
— Tudo bem. — Debra respirou fundo, contendo as próprias lágrimas. — E, Lawrence… tenta não se afundar nessa culpa. Ela já nos destruiu demais.
O silêncio tomou conta da linha por alguns segundos, até que a chamada se encerrou.
Lawrence ficou ali parado, encarando o vazio. Naquele momento, sentiu que não tinha perdido apenas uma guerra… mas também uma parte da própria família.
Local: Casa de Lawrence e Debra – Manhã seguinte
O dia amanheceu cinzento, como se o céu compartilhasse do mesmo luto. Lawrence estacionou o carro devagar, sentindo o coração bater pesado dentro do peito. Quando atravessou a porta da frente, o silêncio foi tão denso que parecia um aviso.
Debra estava sentada na poltrona da sala. O olhar dela encontrou o dele, carregado de mágoa e cansaço.
— Você demorou — disse ela, sem alterar o tom de voz.
Lawrence abaixou a cabeça.
— Eu… precisei tomar coragem pra vir.
— É o mínimo que você pode fazer — retrucou Debra, com firmeza. — Ela está no quarto. Dormiu depois de tomar o remédio, mas acorda de vez em quando chorando, chamando por ele.
Lawrence respirou fundo e passou a mão pelo rosto. Quando ergueu os olhos, encontrou Debra ainda olhando fixamente para ele.
— Lawrence… não importa mais a polícia, nem essa guerra estúpida. Nossa filha precisa de você. Não finja que não é responsabilidade sua também.
— Eu sei… — ele sussurrou. — Eu sei…
Debra desviou o olhar, enxugando uma lágrima que insistiu em cair.
— Vá lá. Fique com ela. Eu vou preparar um chá.
Lawrence subiu as escadas devagar, cada degrau um lembrete do peso que carregava. Quando abriu a porta do quarto, encontrou Breeana deitada de lado, abraçada a uma fotografia de Martin. O rosto dela estava inchado de tanto chorar.
Ele se aproximou em silêncio e sentou-se na beirada da cama. Durante um instante, não teve coragem de dizer nada.
— Pai…? — a voz dela saiu quase num sussurro, fraca e trêmula.
— Eu estou aqui, filha… — disse ele, pegando a mão dela com cuidado. — Me perdoa… por tudo.
Breeana virou o rosto, e quando encontrou os olhos do pai, o pranto veio de novo.
— Eu… eu não consigo acreditar que ele se foi… eu… eu não sei como viver sem ele…
Lawrence apertou a mão dela com força.
— Você não está sozinha, Breeana. Eu prometo… mesmo que tudo desabe lá fora, eu sempre vou estar aqui. Sempre.
Ela chorou silenciosamente, sem soltar a fotografia. E ali, naquele quarto, Lawrence sentiu que, por um breve instante, a guerra lá fora havia ficado do lado de fora.
Local: Casa isolada de Victor – Tarde
A luz filtrava pelas cortinas pesadas, iluminando o chão de madeira. Martin estava sentado na beirada da cama, respirando fundo. O braço direito enfaixado, o peito coberto de hematomas, o rosto ainda marcado pelos golpes de Javier.
Victor entrou carregando uma bandeja com uma tigela de caldo e alguns comprimidos.
— Conseguiu se manter de pé sozinho hoje? — perguntou, colocando tudo sobre a mesa de canto.
Martin desviou o olhar.
— Tentei… mas a perna não aguentou.
— Vai aguentar. — Victor se aproximou e segurou o braço bom de Martin. — Vamos lá. Devagar. Um passo de cada vez.
Com um gemido de dor, Martin se levantou. As pernas tremiam, mas ele ficou em pé.
— Isso. Respira. — Victor deu um leve sorriso. — Tá vendo? Você ainda está aqui.
Martin manteve o olhar fixo no chão, suando frio.
— E, por pouco… eu não estaria.
Victor o ajudou a dar alguns passos até o outro lado do quarto. Quando sentiu que ele não ia cair, soltou-o devagar.
— Senta um pouco. Tem algo que você precisa ver.
Martin se sentou na poltrona. Victor pegou um tablet em cima do aparador e destravou a tela. Ali, várias manchetes de jornais e sites de notícias exibiam a mesma coisa:
“Membro-chave da resistência morre afogado: corpo não foi recuperado.”
“Herói da polícia é dado como morto após confronto.”
“Martin Sokolov: morte ou desaparecimento?”
Martin passou a mão pelo rosto, respirando fundo.
— Então é assim que acabou pra eles… uma nota no rodapé.
— Não acabou pra você. — Victor colocou o tablet sobre os joelhos dele. — Pra eles, você está morto. E isso… pode ser sua única vantagem.
Martin ergueu o olhar devagar. Nos olhos dele, algo queimava.
— Então vamos usar isso. Porque, Victor… eu não morri. — Ele apertou o punho. — E não vou parar até acabar com todos eles.
Victor assentiu, sério.
— Eu sei. E vou estar ao seu lado quando esse dia chegar.
O bip do monitor cardíaco foi a única coisa que se ouviu no quarto.
Local: Prefeitura de Norwich
Todos estavam ansiosos para saber quem o prefeito Raymond nomearia como o novo delegado de polícia em Norwich,a imprensa estava no local e as pessoas empurravam umas as outras em cima de um palco o prefeito apareceu,todos começaram a aplaudir
-Bom dia a toda a população de Norwich! Hoje é um grande dia pois anunciarei quem será o novo delegado de polícia da nossa cidade,vimos que nos últimos meses a polícia esteve envolvidas em situações vergonhosas e sofreu um ataque severo levando a morte de vários agentes,isso é reflexo da má liderança que estava regendo esse departamento,e como um homem preocupado com o meu povo,eu intervir e noomeio como novo chefe da polícia de Norwich o delegado Clark Zeint!
Todos aplaudiram e novo delegado subiu ao palco e tomou a palavra
-Bom dia a todos!Hoje me sinto honrado em receber essa responsabilidade de estar a frente da segurança pública da nossa cidade,irei garantir proteção e respeito aos cidadãos de Norwich e garanto a vocês que esse departamento não irá passar pela mesma vergonha que passou na antiga liderança! Estou aqui para fazer a diferença!
Todos aplaudiram,Cristina estava no meio da multidão acompanhado tudo
-Quanta mentira,esses bandidos conseguiram fazer o que sempre sonharam,destruir o departamento de polícia....
Cristina sentiu o estômago embrulhar ao ouvir os aplausos. Era como se cada palma fosse um prego cravado no caixão do que restava da justiça.
Local:Gabinete do prefeito
-Meus parabéns pela nova conquista Clark,espero que com você eu não tenha muitos problemas,a "família" conta conosco
-Não se preocupe prefeito,lembre-se que diferente de Lawrence,estamos todos do mesmo lado
Uma figura conhecida entrou na sala
-Ora ora,aí está,o novo líder da Parallax!
Javier entrou na sala com um semblante sério no rosto e cumprimentou Clark
-Parabéns pelo cargo,e espero que possamos jogar no mesmo time delegado Clark, Norwich não é mais uma cidade… — disse Javier, em voz baixa. — É uma trincheira. E quem não estiver do nosso lado, será enterrado nela.
Clark deu um sorriso amigável
-Com certeza chefe,estamos a suas ordens,Norwich é nossa agora....
Local:Casa isolada de Victor
Martin estava assistindo a posse do novo delegado pela TV,tudo aquilo era um circo e dava náuseas a ele,Martin pegou seu distintivo da polícia e jogou no fogo, viu o distintivo se desmanchar nas chamas e susurrou
-Não tenho parte com corruptos....
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Atualizado até capítulo 22
Comments
Dai_Uzumaki_25
gostei demais parabéns autor
2025-07-12
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