Onde a Pele Esconde Feridas

Ainda entre os lençóis desfeitos — se é que se podiam chamar assim — Isadora sentiu os dedos de Damián deslizarem pela sua coxa, marcando o caminho com o calor da posse.

Ela achava que já tinha sido tomada. Que o auge tinha passado. Mas estava errada.

— Você acha que acabou? — ele murmurou contra a pele dela, enquanto mordiscava sua barriga baixa, o olhar levantado, sombrio e faminto.

Ela estremeceu.

— Não? — ousou provocar, mesmo com a voz trêmula.

Ele sorriu — um sorriso torto, perigoso, o tipo que antecede um incêndio.

Subiu por cima dela, arrastando o peso do corpo como uma sentença inevitável. As mãos encontraram os pulsos dela e os prenderam acima da cabeça, contra o colchão. Com a outra, percorreu cada centímetro da pele com uma lentidão quase cruel.

— Quero que sinta cada segundo — disse, colando os lábios no pescoço dela. — Quero que lembre de mim toda vez que fechar os olhos.

Ela arfou quando sentiu a pressão dele novamente, roçando, provocando. Seu corpo respondeu antes mesmo de ela entender. Aquilo não era só desejo — era uma necessidade primal. Como se o corpo dela tivesse sido feito pra isso. Pra ele.

Quando ele a penetrou pela segunda vez, foi com uma lentidão precisa, quase reverente. Como se estivesse escrevendo um novo idioma na carne dela. Ela se arqueou, buscando mais, sentindo cada nervo acender.

Os olhos de Damián estavam fixos nos dela. Não havia nada suave naquele momento. Era intensidade crua. Ele se movia dentro dela com controle absoluto — cada estocada firme, cada gemido arrancado como uma confissão.

— Dói? — ele sussurrou, os dentes arranhando o lóbulo da orelha dela.

— Não. — Ela mordeu o lábio. — Queima.

— Melhor assim.

Ele soltou os pulsos dela, e imediatamente as mãos dela foram para o corpo dele — costas marcadas por cicatrizes antigas, musculatura tensa sob os dedos. Ela o puxava mais, como se quisesse que ele atravessasse não só o corpo, mas tudo o que ela era.

O ritmo acelerou. O quarto inteiro parecia respirar com eles. As paredes, cúmplices. O tempo, suspenso.

Isadora fechou os olhos. Mas as imagens vinham mesmo assim. O reflexo no espelho, o gosto dele em sua boca, a forma como seu nome escapava entre os dentes dele como uma prece suja.

Quando chegou ao limite outra vez, foi como ser engolida por um mar escuro. Gritou, não com a garganta, mas com a alma. Sentiu-se inteira — e, ao mesmo tempo, completamente despedaçada.

Damián veio logo depois, os músculos tensos, a boca colada na curva do ombro dela, os dedos cravados em sua cintura como se não quisessem deixá-la escapar.

O silêncio que se seguiu não era vazio. Era cheio demais. Cheio de tudo que não conseguiam dizer.

Ela virou o rosto e o olhou. Ele também a observava — não como quem vê um corpo, mas como quem vê um espelho quebrado refletindo seus próprios pedaços.

— Isso… não é normal — ela murmurou.

— Eu nunca fui — ele respondeu.

E ali, entre os lençóis amassados e os corpos suados, ela entendeu:

Havia toque que curava. E havia toque que queimava.

Damián era fogo. E ela… já não queria ser salva.

---

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!